30.11.03

Prêmio Caderno Família de Infelicidade Jornalística

Como estou há uma semana sem escrever sobre jornalismo me forcei a comprar a Folha de São Paulo. Só dá para criticar quando o jornal tem algum conteúdo. Mas para não dizerem que sou colonizado esse blog está instituindo o seu primeiro concurso. É o Prêmio Caderno Família de Infelicidade Jornalística. A matéria principal dessa semana, por exemplo, era sobre insônia (no passado para não pensarmos que ainda pode estar sendo lida) e começa dizendo que M.L.S. tem como passatempo principal passar as noites contando carneirinhos. Se não bastasse colocar a mulher como criminosa (custava procurar um pouco mais) ainda tira uma brincadeira bosta dessas. Em respeito aos notívagos não continuei a leitura. Leiam Domingo, Mais. Por favor, continuem jogando fora o Caderno Família. O prêmio é anual e será escolhido o vencedor no dia 31 de dezembro, mas o autor dessa reportagem já era considerado hours concurs antes dessa matéria (depois eu conto o motivo). O artigo de Manuel Correia de Andrade sobre Paulo Rosas está bem bonito.

Freud

Já me mandaram algumas solicitações de nominees para o Prêmio Caderno Família de Infelicidade Jornalística, mas eu peço que não mandem nada para o meu e-mail. Só poderei aceitar a indicação postada através de mensagem no site, já que todo o processo deve ser feito publicamente. Não podemos dar margem a reclamações. Uma das sugestões inclusive tinha uma nova proposta de nome para a premiação, mas admito que essa escolha já havia sido feita antes da criação do blog. É que faz sete anos que Julia me reclama desse semanário (que eu nunca leio). O que mais dá ódio nela é quando escrevem Froid, mas eu sempro explico que jornalista aprende a ler lendo placa de publicidade (Doktor Froid). Por isso, para que melhorem a qualidade dos nossos jornais sugiro que se crie uma lei obrigando todas as agências de publicidade a pagarem cursos de português aos seus funcionários.

Por que vocês não vão trabalhar?
Está sem emprego? Leia Budapeste.
Está sem dinheiro? Não vai dar para te ajudar.

29.11.03

Sabadão

Dá 6 da tarde e o cara já está morto. Tem motivo: Chico, Clara, Rafa e Juca. A creche tava aberta hoje. Banho de piscina, pintura do chão (com giz), almoço coletivo, balanço, lanche, cineminha.

- Seu Eduardo o senhor devia abrir uma creche (Andréia).
- É. Acho que dá dinheiro. (respondi sem perceber que já estava em funcionamento uma que dá tudo menos dinheiro).(estava dando almoço para os quatro).

28.11.03

A turma fica querendo que eu coloque putaria no blog. Mas pra isso Carlos já gasta um tempo do caralho na frente do computador. Além do mais, num sei nem botar imagem nesse tal de blogspot. Só se for fazer uma novelinha de putaria. Mas o nível seria Folha de Pernambuco total.

27.11.03

Pai-Solteiro

Julia viajou. Primeiro dia de pai solteiro.

Primeira reação: Saudade do Rio de Janeiro/De Amélia/Do mexicano da Cobal/Do Festival de Cinema (que - por sorte - já passou)/Da Vila Isabel/Casa da Matriz/Urca/Da vista da Urca (lá do Botafogo Praia Show)/Do Maracanã/De receber visitas que vão ficar chocadas com o todo/Do rodizio de mexicano que fui com Homer...

Segunda reação: Chico acorda de meia-noite/Dor na perna/Chora de soluçar/Desespero/Gelo/Banho/Casa da avó/Parou de chorar só de ver Dona Inalda/Vergonha e Raiva/Cansaço no trabalho.

26.11.03

Um homem tem que ser rei em seu lar estilo casa de campo.

Jerry Lewys

Para os europeizados

Jampa me perguntou quantos assaltos tinha tido na minha casa. Marta só via engarrafamentos, pouca grana e invasão de privacidade no Brasil. Como primeira resposta cheguei a dizer que o Governo Britânico apoiava Bush na campanha nazista dele. E que meu presidente - finalmente - é Lula. Bem, mas isso já entrou para a realidade. Se é que merecia mesmo ser motivo de orgulho. Ainda mais, a França tem um monte de intelectuais chatos que proibiram o Exército deles de ir matar iraquianos.

Quem lê jornal pela internet deve ficar doido mesmo com a violência. É a mesma coisa de uma pessoa que só anda com o vidro do carro fechado. E nunca conversa com as pessoas que ganham um salário mínimo (é muito engraçado aquele papo - já pensou que existe gente vivendo com R$240). Mas eu estou falando de pessoas cuja sensibilidade tem dois tons a mais do que a maioria. E que já foram maloqueiros do Recife. Por mais que minha irmã nunca tenha tido o mesmo conhecimento com os ladrões do Alto da Sé de um Gustavo Eckardt, ou mesmo de uma Rosinha. Nem nunca (me parece) tenha simpatizado com os traficantes do Poço da Panela.

Andava de metrô no Rio. Era excelente. No Recife ando de ônibus. Não senti falta das kombis. Vocês podem argumentar que soube escolher onde morar (estarão certos, eu podia ser corretor de imóvel facilmente pois escolher casa é comigo). A verdade é que quando deixo o carro em casa sempre estive muito bem servido de transportes. E também é verdade que sem gastar um aluguel de R$550 a história seria diferente.

A última vez que fui roubado era do Capibaribe. Marta deve ser a única pessoa que se lembra que eu chorei no Shopping Recife porque queria uma bolsa da Company. Tem pior. Tinha vergonha de levar meus amigos lá pra casa porque eles iam notar que não tinha (?) video-cassete. E chorei quando ganhei uma Cruiser do meu pai. Felicidade? Não porque queria uma Caloi 10. PRECISAVA SER ROUBADO. O incrível é que levaram justamente a bicicleta, a bolsa e um Vale A (que foi mais uma esmola para o mala).

Não estou imune a roubos. Estou só afirmando que fui assaltado três vezes na minha época mais metido a rico. E desde lá o máximo que eu cheguei perto de um assalto foi o pessoal atravessando pro outro lado da rua com medo de Bernardo (brincadeira). E que é difícil estar bem em qualquer lugar do mundo. Mas se alguém quiser um curso de um estilo de vida criado a partir da observação da casa de Joelson, Ana e Juca. Digo adaptado porque meu café é cuado, mas o certo era copiado. Passa lá em casa.

25.11.03

Pois é. Finalmente aderi. Aliás, aderimos – eu e Dado. Blog talvez seja como o celular, ou E-mail: mais uma nova tecnologia que vem agilizar nossas vidas e mudar comportamentos. Sociólogo adora esse tipo de coisa. É pra isso que estudamos: Para poder falar sobre qualquer assunto com um ar intelecualóide... Eita, mas esse blog aqui não é para tirar onda com sociólogo... Terei que manter as piadinhas de sociólogo restrita à Lista de Ciências Sociais mesmo. Aqui, a gréia é com jornalistas. (Todo mundo confunde Serviço Social com Ciências Sociais... ninguém iria entender as piadas mesmo...).

Jornalistas... hmmm... Ser jornalista talvez seja uma das profissões mais idealizadas. Por que tem tanta gente fazendo curso de jornalismo?! Duvido que seja porque tenha igual número de pessoas com vocação para a escrita crítica. Minha teoria: A motivação principal é que todos querem viajar, ir pra shows, cinemas, ganhar CDs e livros, conhecer pessoas influentes e famosas... E tudo de graça. E seu nome ainda sai no jornal. Diariamente.

Aí, quando o cara se forma, quebra a cara. A realidade é outra. O jornal tá falindo. Cortou os convites pro multiplex. Nem pro Multiplex!! Deve estar aí a base da frustração do jornalista. A base de todos os seus erros. Pior do que um mau jornalista é um mau jornalista complexado. (Isso quando o cara consegue ir para algum jornal...)

Perdi o fio da meada... Onde eu queria chegar mesmo? Não lembro. Mas acho que ficou claro o propósito do Blog. Um exemplo. Outro dia vi no Jornal da Globo a seguinte notícia: mulher mata mãe e se suicida em seguida; polícia tem dúvida porque ela recebeu quatro tiros. A mulher se suicidou com quatro tiros! Não precisa ser nenhum Sherlock Holmes para deduzir que... não foi um suicídio. Não é o que acha a Ana Paula Padrão. Bom, são coisas desse tipo a que estaremos atento, eu acho... Na verdade a idéia desse Blog surgiu por acaso, numa conversa com Dado na casa de Júlio à noite, não estávamos (ou eu não estava, não lembro Dado) muito sóbrio. Portanto não há um alvo específico. Ficaremos atentos às merdas que incrivelmente conseguem ser publicadas ou transmitidas na TV. O mau jornalismo tem que ter um limite!!! E nós seremos esse limite! Ajudem-nos nessa nossa missão enviando notícias más ou, aliás, notícias mal dadas.

BERNARDO JUREMA

23.11.03

Por quê Horóscopo?

A idéia de escrever na internet foi de Bernardo. Ter um espaço para criticar os jornalistas. Não sei bem se vai ficar sendo isso, acho que tem de ir acontecendo para poder rolar. Mas começo mostrando um negócio muito trash, que saiu na seção mais lida do melhor jornal do Brasil.

Astrologia Barbara Abramo ba@folhasp.com.br
Gêmeos (21 mai. a 20 jun.)

Nem Jacob Boheme nem Herman Hesse, quiça Jean Paul Sartre poderia ser sua fonte para lidar com parceiros que o (a) atanazam com cobranças. O primeiro propõe a busca do ouro da transmutação alquímica, o segundo aponta a densidade do viver, mas com Sartre saberá que há escolhas.

Jacob Boheme, Herman Hesse, Jean Paul Sartre? Meu irmão o negócio não seria tão cabeça nem com Julio Cavani editando. Só posso acreditar que Barbara Abramo estava cheia de cachaça e ria pra caramba dos leitores que iam ficar sem entender porra nenhuma. Até já quis fazer uma gréia dessa no Jornal do Commercio, mas Dario nunca deixou. Apenas editava, com cuidado, as verdades que chegavam da agência. Acho que Julio faz esse trabalho de vez em quando para o DP? Como é que alguém consegue tirar essa onda no melhor jornal do Brasil é alguma coisa a se procurar entender. Mas pelo menos a palhaçada me fez criar um nome para esse blog. Horóscopo. O que a gente diz (blogueiros, jornalistas, namorados, gente cabeça, pagodeiros, gruppies) é tão verdade quanto a astrologia, porque só ganha sentido na cabeça de quem ouve. É isso.

Dado