30.12.03

Coisas que não quero fazer em 2004

Reportagem encomendada por algum amigo dos diretores do jornal

Entrevista com gente cu preso que depois fica dizendo que não disse nada daquilo

Matéria sobre o namorado do chefe de reportagem que jogava futsal

Entrevista com gente cu preso que depois fica dizendo que não disse nada daquilo

Receber bilhetinho do chefe de reportagem enquanto balançava a rola

Entrevista com gente cu preso que depois fica dizendo que não disse nada daquilo

Ouvir de colunista que posso me dar muito bem com o chefe de reportagem

Entrevista com gente cu preso que depois fica dizendo que não disse nada daquilo

Ficar atualizando o site e o post só aparecendo em http://horoscopo.blogspot.com

29.12.03

Japaratinga

Julia, Dado, Rafa, Amélia, João, Marina e Chico. Já estou com saudades das piscininhas. Até as dormidas na barraca foram melhor que o normal. Sem falar no estudo antropológico de voltar de pinga-pinga lotado (vou reclamar daquilo!). Agora, vou passar uns meses sem acender nenhuma churrasqueira. A bebida foi cachaça (Ypioca Gold, graças a João). A cavalinha que Amélia fez questão de comprar ficou divina assada. A última Coca-Cola do deserto que Rafa conseguiu foi com certeza única. Assim como a cara de felicidade de Chico tomando banho de rio. Na foto ai do lado só falta o carro de Marina do lado das barracas da gente, pra provar que aquilo tudo fazia parte de alguma propaganda da Renault. Ou de Hollwywood. Sabe? Aquelas que provam que existe felicidade plena.

Um beijo a todos.

Vou trabalhar.

22.12.03

Adeus Lênin!

Planeta achou triste. Eu ri pra caramba. O filme todo. Para mim, é uma nova concepção estética. Na merda em que se está quem gasta tempo para ficar desfiando tristeza é artista que não precisa trabalhar. Os que trabalham de verdade mesmo aproveitam para gozar da disgraça mútua (do que faz e de quem assiste). Lógico, né todo mundo que tem qualidade para fazer o cara rir sendo crítico pra caramba (no caso o filme ainda tira onda dos dois lados da moeda). Uma pena quem não assistiu.

A verdade é que não estou conseguindo me manter dois dias mal humorado. Ainda bem!!!

19.12.03

Lula ou FHC

Qual é a diferença? Sempre disse que ia ser parecido. E gostava da idéia. Agora depois de dar R$15 milhões para convocação do Congresso? Acho que a diferença vai passar a ser só o gigantismo de 35 ministérios. Pelo menos sempre fui humilde de dizer que gostava do Governo Fernando Henrique. Mas o nível de exigência era bem menor.

Administrar é difícil. Se submeter é fácil. Falar é mais ainda.

17.12.03

Homem mangue

Migrou de Recife pra Sumpaulo e já chegou se achando. Jura que Recife é a capital mundial da tecnologia e da cultura. O rapaz é chegado num caranguejo e ouve Otto, Chico, Nação Zumbi e Fred 04.
Cabelo esquisitóide, bonequinhos de barro do nordeste e um Macintosh G4 convivem em sua sala.
Tem mania de mandar email pra gente dizendo que temos preconceito contra os nordestinos.
Ai ai ai, que stress. (FONTE: BANHEIRO FEMININO)

Todo preconceito é justo até que se prove o contrário. Uma mulher mal comida tem direito de falar o que for do cara. Mas devia pelo menos dizer o nome para a gente poder greiar quando o indivíduo vier para o Carnaval. Agora, fico com vontade de dizer para a jornalista meter Sumpaulo no orifício anal.

Segue lista de preconceitos mais que justos:

Toda feminista é radical.
Todo paulista é otário.
Toda feminista é sapatão.
Todo paulista é metido.
Toda feminista é feia.
Todo paulista precisa usar óculos (para saber como vive num lugar feio).

Agora tudo que Fernando Lima diz sobre os recifenses deveria ser colocado num poster para a gente se lembrar como é feio sair por ai dizendo que é uma maravilha tudo que a gente critica pra caramba quando está na colônia. (vê se num fica parecendo texto de designer quando a gente abandona a pontuação)

16.12.03

Boa Notícia

Quando as Torres Gêmeas caíram Julia disse "Que massa!". Acho que ela estava pensando que a vida era video game.

Saddam foi preso e alguém disse que tinha pena. Eu só fico pensando que notícia mesmo era prender George Bush.

12.12.03

O Advogado dos pobres

Orixá da justiça e do fogo, Xangô é o quarto Alafin de Oyó, e viveu em 1450 A.C., destacando-se pela sua valentia e liderança. Foi marido de Oxun, Obá e Oyá (Iansã). Ele é filho de Oranyan e Torossi Yagbodo (Yamassé), sua mãe. Castiga mentirosos, infratores e ladrões. Por isso a morte pelo raio é considerada infamante, assim como uma casa atingida por uma descarga elétrica é tida como marcada pela ira de Xangô. Garboso, Xangô é conhecido também como o "dono das mulheres", mas, mesmo assim frequentemente seus filhos do sexo masculino terminam a vida solitários. Um dos mais populares Orixás do Novo Mundo (não somente no Brasil, mas também nas Antilhas), seu arquétipo pode ser resumido assim: pessoa voluntariosa, altiva, mas que não tolera ser contrariada. Geralmente, imbuída de um profundo sentido de justiça e sinceridade, sendo bem consciente de sua própria dignidade e valor. Os raios, o fogo e as pedras são os domínios desse orixá orgulhoso e autoritário, associado a São Jerônimo, São Pedro, São João Batista e São Francisco de Assis. Senhor da justiça. Xangô pune as iniquidades e atua sempre para que a verdade prevalesça. No Brasil, sua popularidade é tão grande que, em Pernambuco, o culto aos orixás recebe o nome de Xangô.
Bem, eu sempre disse que era a mulher do meu relacionamento.

A Mulher de Xangô

Autoritária e dominadora, é uma pessoa difícil na relação amorosa, pois quer deixar bem claro para o parceiro que está lhe fazendo um grande favor ao dedicar-lhe carinho e atenção. A grande paixão de sua vida será seu grande protetor, o orixá Xangô, muito embora ela não tenha consciência disso. Para ser feliz, ela precisa se integrar totalmente com seu companheiro. O grande desafio é conquistá-la e uma dica é desafiá-la num assunto que ela não domine. Só assim despertará a sua admiração e acabará por prender seu coração. Tudo porque ela não suporta homens fracos ou inferiores e não se ligará a ninguém que não respeite. Isso vale até para o plano sexual, onde a filha de Xangô precisa se sentir dominada pelo parceiro.

O Homem de Xangô

É aquele homem que a mulher vê e não consegue esquecer. Claro que ele colabora com isso: adora aparecer, desfilar o seu charme. São coisas muito fáceis para este homem que é seguro de si, conquistador e exibicionista. Ter um romance com um filho de Xangô é emocionante porque ele terá que ser eternmnete conquistado, o que não quer dizer que ele não irá se amarrar em ninguém. Ele vai amar sim, com sinceridade, a mulher que não se deixar dominar por ele. Até sexualmente, ela precisará deixar bem claro que não é simplesmente um objeto em suas mãos. Se conseguir agir assim, transformará essa fera em um gatinho manso.

11.12.03

Prestação de Serviço

Uma amiga criou toda uma discussão sobre a falta de atenção masculina com as calcinhas novas - ou velhas - de suas mulheres (ou similares que utilizem essa vestimenta, o blog dela não tem preconceitos). Eu no meu papel machudimainha fico puto de todos os mals da modernidade serem culpa dos homens insensíveis. Deixo minha dica: todos devem transar mais de dia. Depois de uma noite toda o cara está muito mais passível de não reparar em calcinha. Tem casos patológicos que não se dão conta nem das figuras bizarras com quem acordarão no dia seguinte (se não conseguirem fugir antes).

9.12.03

Provérbio da semana

O trabalho emburra o homem.

Dois dias de descanso e o cara já se acha artista. João Lima quero escrever uma peça pra você e dedicar a Débora Suassuna (sempre vou querer dedicar as coisas para ela).

Dica sobre o presente de Carlois? "Para os outros o universo parece honesto. Parece honesto para as pessoas normais porque elas são castradas. É por isso que temem a obscenidade"

8.12.03

Do meu bolso

Achei o presente ideal para o Natal/Aniversário de Carlos Amorim (R$37, se alguém se habilitar eu conto). É a última chance dele ganhar o hábito da leitura. Gente vocês não se amocionam quando vêm a propaganda pró-leitura da Globo. HaHaHa. Até eu (leitor inveterado de brochadas e sexo tosco) penso em deixar de ler quando um jogador de futebol - no intervalo de um jogo qualquer - fica fazendo aquele papel ridículo. E até que me provem o contrário, acho que é Cristovam Buarque (ou seja, Veio, Biu Santeiro e Tiana) que pagam aquela merda.

4.12.03

Kombeiro

Finalmente o kombeiro encerrou a sua pesquisa sobre os mais poderosos super-heróis do Planeta Komvanbi.

Eduardson

Perfil: desde q sua esposa o abandonou pra trabalhar no Rio-Di-Fevereiro com tráfico de drogas ele a procura insessantemente acreditando q, um dia, irá encontrá-la. ela o deixou com o filho, SuperUltraPower Xi-Col, a galinha clonada que coloca ovos elétricos, SandáLia e o preá roedor enriquecido com vitaminas com dentes de titânio, SandWich. os 3 ajudam nosso superherói a combater o crime contra arrombadores de cofrinhos.
Arma: Seu tênis SuperPowerFlowerGloss-Rosáleo com solado de amianto q atira cápsulas de gás radioativo B.
Ponto Fraco: jatos de mel de abelha tiram suas forças temporareamente.
Arquiinimigo: Art-úú Dah JínKiss, o destroçador de pernas nas peladas de amigos no sábado à tarde.

3.12.03

Escritor

John Fante? Charles Bukowsky? Pedro Juan Gutierrez? Rubem Fonseca? Escritor contemporâneo de qualidade? Francisco Buarque de Holanda. Fico até com vontade de escrever sobre Budapeste. Mas o melhor é ler. Até um pouquinho de sexo tem no meio. E sem ser metido como Pedro Juan, nem só ter brochada feito Bukowsky. O cara é foda mesmo. Agora fiquei achando os outros dois livros dele fracos comparados com esse. Pelo menos é bom para pensar que a gente pode ter duas chances antes de acertar de verdade. É bom começar a errar (não sei porque fiquei pensando em Mateus quando escrevi essa última frase?). Sonia é linda, não botem a culpa nela.

Psicólogo

Esse blog está passando por uma crise existencial. Apesar de ter criado ele para escrever com Bernardo e Pedroso acabei gostando dele mais pessoal. Deixei de lado qualquer jornalismo. Ainda propus fazer um outro endereço para fazer a idéia original. Mas não sei se vai rolar.

1.12.03

Dois hábitos meus

Eu tenho um hábito que, segundo Dado, é muito estranho: eu gosto de ler as cartas que os leitores mandam pros jornais. Quer dizer, em alguns casos, eu não leio (no caso do JC, porque acho que eles não têm critério). Em outros, eu vejo qual o tema e quem é o autor, para ver se vale à pena ler (caso do Diário de Pernambuco). E em outros casos (mais raros), como no da Folha de São Paulo, eu sempre leio, porque geralmente as cartas são bem escritas e acrescentam algo ao debate.

Talvez eu tenha esse costume por causa de um outro hábito meu: eu também escrevo para jornais e jornalistas. Recentemente li uma carta na Folha de São Paulo que me instigou a responder. Um jornalista de lá me respondeu pedindo para que eu resumisse. Júlio me fez esse favor. O resultado final (a “carta” publicada) foi decepcionante. Mas quem lê esse Blog e esse texto poderá ver todo o processo! Uau, que privilégio!


A carta que provocou tudo:
Usuários de drogas
"Quem alimenta os traficantes, desgraçadamente, são os usuários sociais de entorpecentes. A maconha é uma droga ilícita, que,segundo médicos, acarreta transtornos em seus usuários. Então, se alguém diz, na mídia, que está praticando o ilícito deve, sim,ser responsabilizado, pois, além de comprar um produto ilícito, faz apologia, ainda que de um modo indireto, ao crime. A lei deve ser modificada para punir, com maior rigor, os usuários sociais das drogas, pois são eles que alimentam os traficantes. Se alguém quer relaxar, por que não vai ler a Bíblia? Ali a palavra de Deus tranquiliza as almas inquietas."
Neli Aparecida de Faria (São Paulo, SP)

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1011200311.htm
Folha de São Paulo, Painel do Leitor, São Paulo, segunda-feira, 10 de novembro de 2003

Minha Carta Original:

Prezado Editor:

A leitora Neli Aparecida de Faria, em carta publicada 10/11, defende
que são os "usuários sociais da droga" que "alimentam os traficantes",
ecoando assim o senso comum predominante.

É claro que os usuários têm uma parcela de responsabilidade no
problema. Mas guardemos as devidas proporções. Afinal, em parte os
usuários são vítimas porque não podem usufruir seu direito à liberdade
de pensamento e expressão de forma plena (vide o caso de Luana
Piovani). E também não se pode dar aos usuários o mesmo grau de
responsabilidade dos Bancos que fazem lavagem de dinheiro impunemente,
leis anacrônicas e defasadas, conivência do poder público, polícia e
políticos corruptos. Esses sim, responsáveis por muitos dos males
desse país.

O usuário representa uma parcela pequena do problema. Estamos falando
de um costume, um hábito cultural (afinal fumar maconha faz parte de
uma cultura, ou seja um conjunto de valores e hábitos) bastante
disseminado na sociedade. Quando uma norma carece de legitimidade
(consenso) ela se enfraquece e a Legislação leva um tempo para
assimilar tal mudança (exemplo do divórcio no Brasil). Por que, então,
permanece a ilegalidade de drogas leves? A quem interessa a manutenção
desse status-quo? Essa questão de usuários de droga
como "financiadores" do narco-tráfico é um falso problema. Serve
apenas para desvirtuar o debate do seu verdadeiro foco. Antes de mais
nada, porque certas drogas são ilegais (maconha, cocaína, etc) e
outras (cigarro, café, álcool, remédios) não?

Finalmente, a sugestão da leitora para quem quiser relaxar ("leia a
bíblia") é arrogante e dogmática. Não se trata aqui de impor valores,
mas de se respeitar que outros tenham a liberdade para relaxar da
maneira que achem melhor, e não da maneira que certas pessoas
prefiram. Quem quiser fumar um baseado, fume; quem quiser ler uma
bíblia, leia. Um e outro podem ser tão danosos, dependendo de como
usados.


Bernardo Jurema



Edição de Júlio:

Prezado Editor:

A leitora Neli Aparecida de Faria, em carta publicada 10/11, defende
que são os "usuários sociais da droga" que "alimentam os traficantes",
ecoando assim o senso comum predominante. claro que os usuários têm uma
parcela de responsabilidade no problema. Mas guardemos as devidas
proporções. Afinal, em parte os usuários são vítimas porque não podem
usufruir seu direito à liberdade de pensamento e expressão de forma plena
(vide o caso de Luana Piovani). Quando uma norma carece de legitimidade
(consenso) ela se enfraquece e a Legislação leva um tempo para assimilar tal
mudança (exemplo do divórcio no Brasil). Essa questão de usuários de droga
como "financiadores" do narco-tráfico é um falso problema. Serve
apenas para desvirtuar o debate do seu verdadeiro foco. Antes de mais
nada, por que certas drogas são ilegais (maconha, cocaína, etc) e
outras (cigarro, café, álcool, remédios) não?
Finalmente, a sugestão da leitora para quem quiser relaxar ("leia a
bíblia") é arrogante e dogmática. Não se trata aqui de impor valores, quem
quiser fumar um baseado, fume; quem quiser ler uma
bíblia, leia. Um e outro podem ser tão danosos, dependendo de como
usados.


Carta publicada:
Drogas
"A leitora Neli Aparecida de Faria, em carta publicada nesta seção em 10/11, defende que são os "usuários sociais da droga" que "alimentam os traficantes", ecoando assim o senso comum predominante. É claro que os usuários têm uma parcela de responsabilidade no problema, mas vê-los como "financiadores" do narcotráfico serve apenas para desvirtuar o debate do seu verdadeiro foco. Antes de mais nada, por que certas drogas são ilegais e outras não?"
Bernardo Jurema (Recife, PE)




Folha de São Paulo, Painel do Leitor, São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 2003

De volta em casa

Só Dado tem escrito. E sobre tudo quanto é tema possível. Não vai restar nada para eu comentar. Mas minha ausência tem uma explicação: viajei logo após o lançamento do Blog. Outra coisa que prejudica a minha participação: a inexperiência de Dado no manuseio desse troço. Ele me “deletou” da edição, e agora eu não tenho como adicionar textos... Azar o dele que fica com o trabalho em dobro: tem que colocar os dele e os meus.

Como eu disse acima, passei uns dias viajando (com Buí). No total, foram mais de 30 horas de ônibus e pouco mais de 60 horas de Chapada Diamantina. A beleza e tranqüilidade da região quase foram comprometidas pelo grupo com o qual nós estávamos – um bando de matutos de Belo Jardim. Sem preconceitos. Fui de mente aberta. Mas tolerância tem limite. E esse limite é pessoas irem para a Chapada e fazerem caminhadas bebendo cerveja, fumando cigarro e reclamando do cansaço. Puta que o pariu! Mas aí eu e Buí nos distanciávamos um pouco e logo o som das águas, das plantas e dos pássaros nos faziam esquecer que a alguns metros dali encontravam-se uns selvagens de Belo Jardim.

A volta foi tranqüila. Obrigado ao inventor do Discman, que nos possibilitou escutar Tortoise, “Jackie Brown”, Dave Brubreck, etc., enquanto o micro-ônibus estava em clima de Recifolia ao som de Cheiro de Amor, Chiclete com Banana e Magníficos (todos “ao vivo” e de péssima qualidade – em todos os aspectos).

A chegada a Recife é anunciada a quilômetros de distância: os prédios de BV nos indicam que estamos chegando no paliteiro Recife. Ao chegar na cidade, por volta das oito da matina, somos recepcionados pela Folha de Pernambuco: “Adolescente assassinado na UFPE”. Como é bom estar de volta em casa!