31.3.05

Um bom registro

De tempos em tempos encontro uma pessoa que supera todos os problemas da Poder Público e faz um trabalho bonito. Isso é quase impossível. Hoje, ouvi o depoimento de Brenda Braga e fiquei impressionado com o que aquela mulher vem realizando no Projeto Renascer. Depois perguntei a minha mãe sobre ela, Inalda disse que ela era toda a mulher bonita e brilhante que eu tinha visto e ainda tinha senso de humor.

Difícil explicar tudo que ela mostrou com suas palavras. Tentativas de desburocratizar as operações para possibilitar a captação de recursos por pessoas com pouca formação do meio rural; realização de seleção para ocupação dos cargos (todo lugar que vejo as indicações são políticas); busca de apoios em entidades como o Tribunal de Contas e o Ministério Público para solucionar problemas sérios; a defesa do princípio de que aquele trabalho social realmente não pode virar politicagem e precisa seguir critérios técnicos (para a platéia ávida pelos votinhos que as pontes, banheiros, cisternas e poços poderiam lhes dar); e especialmente a capacidade demonstrada de solucionar os problemas que ela encontrou no órgão.

Pedro Eurico levou um show!

E está 1 X 0 para Jarbas em 2005.

Poderia empatar dizendo que João Paulo finalmente tirou as famílias da Vila do Vintén, aqui do lado do Plaza Casa Forte, mas isso é só a repetição de Brasília Teimosa. Então só empato quando a Urb mandar começar a obra viária para desafogar o trânsito de Casa Forte. Ou então quando Hommer Boy chegar no ouvido do prefeito e contar a esperiência existente no Rio de Janeiro de trabalho social (Favela Bairro?), que é tudo que a gestão precisa em termos de conceito para vender o trabalho em Brasília Teimosa. Que agora poderia ser feito no Coque, por exemplo.

Saudades

Estou no trabalho mais indicado para mim no campo da Política. Milhões de dilemas a enfrentar, mas pelo menos trabalho com gente que está afim de discutir algumas coisas e sempre respeitando aqueles princípios fundamentais que são tão raros nos dias de hoje (não só na vida pública, diga-se de passagem).

Agora, a verdade é que isso me torna ainda mais órfão de um jornal. Poxa, fazem quatro anos que saí do Jornal do Commercio. Sinto falta de tudo aquilo que os melhores repórteres reclamam depois que passam os três meses iniciais de euforia: excesso de responsabilidades, falta de estrutura, pouco tempo, pautas sobre assuntos absolutamente extraterrestres...

Engraçado que algumas pessoas têm bem menos perfil de jornalista, do que eu, e se enquadram e estão ralando em uma das três empresas de Pernambuco. Ainda bem! Sentei do lado de um amigo hoje, na CPI do Campo, vi que ele continuava o mesmo punk questionador da época de Católica (isso é um comentário 100% elogioso a um cara de quem nunca fui muito próximo). Como é que ele consegue continuar na Folha?

A única resposta que imagino é a necessidade. Imagino que é capaz de todo dia ele acordar com uma decepção nas costas: manchetes distoantes, textos decapitados, inserção de erros na edição, falhas do repórter vistas à posteriori (nem sempre por sua culpa, muitas vezes causadas por falta de condições de trabalho mesmo)...

Bem, mas pelo menos fico feliz que haja espaço para essas pessoas ainda no Jornalismo pernambucano. É muito fácil se enquadrar no esquema se você escreve bem. Para qualquer empresa é bom ter um Marcelo Pedroso (só para citar outro cara), só que são poucos os que ficam brigando para que cada texto seja um pouquinho mais verdadeiro, todos os dias da semana, quase o ano todo (ninguém tem saco para ser assim 24 X 365).

Acho que todo mundo para ficar numa dessas três empresas tem que fazer um pouco de malabarismo (ia dizer cavanismo só pra arretar Julio). Será? Eu sei que é um aprendizado do caramba aprender a conviver. Mas é especialmente importante não esquecer dos seus ideais.

Tanta coisa para escrever, mas não acho esse blog um veículo para assuntos do Mundo. Pelo menos para os meus dilemas ele tem um bom espaço. Infinito.

28.3.05

Viajar é preciso

Por que eu passei dez anos sem ir para Natal?

Realmente não há explicação. É a cidade realmente bonita mais barata que tenho notícia que se possa ir daqui do Recife.Uma prainha paradisíaca não pode ser considerada cidade, por mais que tenha reconhecimento formal para isso (óbvio!). Perderia todo o charme.

Puxa vida, a primeira conclusão é que todo mundo que investe em turismo no Recife vive de ilusão. É claro que esse mercado nunca vai passar da fase que vive atualmente: Carnaval, eventos e visitas familiares. Quem quiser realmente escolher um lugar para visitar sempre vai ter outras opções no Nordeste.

Ah, porque Recife tem uma cultura efervescente! Salvador também tem, as coisas são mais organizadas lá e a cidade ainda tem um litoral bonito.

Ah, porque o casario de Olinda e as igrejas são um diferencial! Realmente um décimo dos turistas acima de noventa anos realmente devem acreditar nisso. Os outros 90% ficarão decepcionados, pensando porque não passaram uns três dias a mais em Natal conhecendo todas aquelas praias lindas.

Ah, porque o artesanato... Sem explicações. Todo mundo sabe que em todas as capitais nordestinas é vendido o mesmo "crap".

Ah, porque Recife fica próxima de Porto de Galinhas, que é a um pulo de Japaratinga. Realmente, dá para pegar uma van direto do Aeroporto para um monte de praias que valem a pena. Finalmente achei um motivo para esse mega-aeroporto.

23.3.05

Arte no Muro



Fotografia: Maria Rosa

22.3.05

Antes do anoitecer

Finalmente fui assistir. Era o filme que estava faltando na minha lista de quando fui pro Rio, no ano passado.

A cena de ínicio é muito legal, assim como o final. A trilha sonora é uma das melhores coisas do filme. O debate não cansa, apesar de ter sentido falta de um pouco mais de carne na tela.

Julie Delpy continua tão linda como dez anos atrás. Julia ficou tirando onda da roupa de Ethan Hawke (como se escreve esse nome?), mas eu não tinha notado. Deve ser mesmo gréia com americano. Por sinal, é muito bom existir um filme que fica fazendo piada com os estadunidenses.

Fui assistir com Julia. Não sei se é a melhor condição. É um filme para relembrar relacionamentos perdidos. Passei uns quinze minutos para me recuperar das lembranças trazidas e acho que ela deve ter ficado na mesma situação.

Meia hora depois a gente já estava combinando uma viagem para a França. Paris é o principal personagem desse filme. Porra, é muito fácil ser um casal feliz frequentando aqueles cafés, ouvindo Nina Simone e vivendo num apartamento daqueles.

Depois tivemos de enfrentar a difícil realidade. Vamos comer onde? Anjo Solto? Boteco? Acabamos indo no Pin Up, pelo menos era uma coisa que a gente não tinha ido ainda. Muito caro para ter ketchup de sachê, mas o lugar tem uma comida boa. Recomendo principalmente o wafle.

9.3.05

Notícias da semana

Severino Cavalcanti passou pelo Recife?
Foi aprovada alguma Lei que fala sobre células tronco?
Humberto Costa continua cai não cai?
Rubinho continua em segundo lugar?
A Saúde em Pernambuco não tem como piorar?

Pois eu só prestei atenção mesmo nas fotos de Chico Buarque com uma mulher bem bonita num mar azul-verde lindíssimo do Leblom. Pois bem, não existe nada proibindo publicar fotos de gente na praia. Mas eu sou moralista velho. Quanto mais me interesso em olhar aquelas imagens, mais acho que não deviam ter sido publicadas e mais vejo o quando foram manipuladas de maneira a parecerem bem mais do que realmente deve ter acontecido. A única solução são processos muito bem estruturados que causem mega-indenizações. Na minha vida, ainda vou ser contratado para dar minha visão sobre esse tipo de cobertura. Que peça é essa dentro de um processo? Contendo a opinião de um especialista sobre um assunto. Outra coisa, sem nenhuma relação, a mulher pode ser linda, mas junto de Chico ela virou uma deusa.