20.7.09

A árvore de Julia no Sitio da Trindade


Estava ali por perto quando passou uma bicicleta de som fazendo propaganda. “A história da menina que subiu numa árvore para defender um bosque. Com o patrocínio da Prefeitura do Recife, no Sítio da Trindade”. Não gravei mais nada, fiquei absolutamente em choque. Como é que a mesma administração que propõe uma construção numa área histórica, um dos poucos pontos verdes da Zona Norte, consegue ter a ironia de patrocinar uma peça de defesa da ecologia naquele mesmo ambiente?

Já tive essa conversa com o secretário de Cultura do Município, Renato L, um colega jornalista de quem tenho as melhores referências possíveis. É o solo onde os portugueses construíram o Forte do Arraial do Bom Jesus, em 1630. Uma área verde que tem características únicas na Região Metropolitana do Recife. Um parque que reúne freqüentadores tanto da grande Casa Amarela, como de bairros elitistas como Casa Forte e Parnamirim. Local que vem sendo palco de importantes eventos culturais, como o São João.

É importante desfazer o mito de que o parque tem pouca utilização. A área onde a Prefeitura do Recife pretende construir a Refinaria Multicultural tem circulação restrita, pois é ocupada pela sementeira do Município. Poderia ser utilizada para visitas de estudantes, justamente para construir a cultura de respeito ao meio ambiente. Fora isso, o restante do parque é bastante freqüentado pela manhã, por pessoas que vão caminhar e para a Academia da Cidade, e à noite especialmente quando são realizados eventos culturais.

O que prejudica é a falta de organização. Nos fins de semana, por exemplo, mesmo com feira de orgânicos funcionando, o portão que dá para a Estrada do Encanamento permanece fechado, dificultando a entrada de quem vem de Casa Forte.

Fora isso, é a última área verde daquilo que era o pulmão recifense. A Prefeitura do Recife autorizou a construção de três condomínios de alto luxo no antigo Sítio José Donino. Toda aquela mata que ficava entre o Poço da Panela e o Rio Capibaribe, que servia como escoadouro das águas “de todo o Recife” será modificada. As aspas são de uma conversa que tive com uma arquiteta que atua na área de licenciamento da Prefeitura do Recife e que, por motivos óbvios, não vou identificar. As obras estão em pleno andamento e totalizam quase vinte prédios.

Sou morador de um prédio próximo ao Sítio da Trindade. A análise das águas do poço mantido pelo meu condomínio dá como resultado, até hoje, uma água mineral de excelente qualidade. A sementeira, contam os antigos moradores de Casa Amarela, era onde ficava uma fonte, em que muitos dos velhos moradores da Zona Norte pescavam. Hoje, o minador aparetemente secou. E mesmo os lençóis sofrem o risco de serem contaminados, já que o que era um córrego que se originava no Sítio da Trindade, virou um esgoto a céu aberto que passa pela comunidade de Ilha das Cobras, pelo Shopping Plaza e segue até o Rio Capibaribe.

Espero ter oportunidade de discutir esse tema com os representantes da Prefeitura do Recife. Além de jornalista, sou produtor cultural e admirador da política iniciada por João Roberto Peixe. Acredito que a Refinaria Multicultural é um bem enorme para a Zona Norte. Não podemos perder esse investimento. Até porque pouquíssimo foi feito na região em oito anos de João Paulo e seis meses de João da Costa. A minha pergunta é simples. Por que continuar desprezando áreas completamente sem utilização como a Fábrica da Macaxeira e tentar, insistentemente, criar outro Parque Dona Lindu do outro lado da cidade?

Ps: O espetáculo continua no próximo fim de semana (sexta, sábado e domingo), sempre às 19h.

7.7.09

O Sítio e a refinaria multicultural

Publicado no JC em 07.07.2009

Luiz Helvecio

luizh@hotlink.com.br

O povo pernambucano vem dando, ao longo da história, lições de bravura e de espírito cívico. Uma dessas memoráveis páginas foi escrita entre 1630 e 1635, quando, após a tomada do Recife pelos holandeses, o general Matias de Albuquerque iniciou a guerra da resistência, em um local denominado Arraial do Bom Jesus, com bravos pernambucanos, brancos, índios, negros escravos e mestiços de toda ordem.

Em 1635, após a chegada de novos reforços holandeses, os pernambucanos ficaram sitiados durante três meses e três dias, sendo obrigados a capitular em 6 de junho, pela falta de tudo que servia de sustento e de munição.

Em 1922, o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano assinalou o local do primitivo Arraial Velho do Bom Jesus, erguendo no local uma pirâmide de granito, ainda hoje existente. Em 1958, durante o governo de Pelópidas da Silveira, toda a área foi desapropriada pela Prefeitura do Recife, com o objetivo de preservar a memória dos que lá tombaram na luta contra as forças invasoras.

Posteriormente, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional considerou todo o imóvel Monumento Nacional, consagrando-o como área de preservação rigorosa. Durante a administração do prefeito Gustavo Krause, decreto municipal passou a proteger também a área, instituindo a Zona de Preservação constituída pelo Sítio Histórico Sítio da Trindade-Arraial Velho do Bom Jesus, composta de uma Zona de Preservação Rigorosa (ZPR) e de uma Zona de Preservação Ambiental.

Está claro, pelos termos dos documentos acima citados, que as iniciativas da União e do município tiveram por objetivo a garantia da manutenção do bem cultural, permitindo às gerações futuras o conhecimento de um episódio importante de nossa história.

Apesar disso, nenhuma iniciativa existe ainda com o objetivo de se mostrar essa história para uma população que desconhece o que ali se passou. Muitos dos frequentadores do Sítio, inclusive, consideram que o nome Arraial Velho do Bom Jesus tem origem nas celebrações do ciclo junino que se realizam naquele espaço. Outro aspecto importante do Sítio é o do embelezamento da paisagem, da amenização climática e de todos os demais benefícios de um grande pulmão verde, que é representado pela arborização que toma conta da quase totalidade dos seus 4,6 hectares , grande parte constituída de árvores nativas.

Esse benefício ambiental assume uma importância maior ainda com a constatação de que a vegetação nativa do Recife representa, hoje, menos de 1% de sua cobertura nativa original e que o Recife possui menos da metade da quantidade mínima de árvores que deveria ter, conforme índices aceitos mundialmente. Ainda mais, um dos grandes desafios da humanidade no presente século é o combate ao fenômeno do aquecimento global, o qual precisa ser exercido com determinação, sob o risco de se comprometer a vida do homem na Terra.

Vale salientar que a região onde o Sítio está inserido continua a sofrer um forte processo de adensamento construtivo, com consequente destruição de quintais, impermeabilização do solo e aumento da temperatura na área. A Lei dos 12 Bairros não estende as suas restrições construtivas à área localizada à direita da Estrada do Encanamento, a partir da Rua Ferreira Lopes, o que vem possibilitando a aprovação de uma quantidade elevada de projetos de novas construções, a maioria de grande porte.

Pelas questões relacionadas acima, considero desinteressante para o Recife e sua população a decisão da Prefeitura do Recife de construir no local uma refinaria multicultural, com apoio financeiro do Ministério da Cultura e autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Alem de tirar o foco do evento histórico que ali aconteceu, a construção da refinaria no local ensejará a destruição de uma parte de sua área verde.

Vale salientar a importância da construção de uma refinaria multicultural, que proporcionaria oportunidades de inserção cultural a um número grande de jovens. Não podemos, no entanto, continuar agredindo o meio ambiente, sob os mais diversos pretextos.

Enquanto a história e a arborização do Sítio não podem ser transplantadas para outro local, a refinaria multicultural pode, sem qualquer prejuízo para o projeto. Eu mesmo sugeri ao então prefeito João Paulo, ainda em 2007, a construção da refinariano prédio onde existiu a antiga Fábrica da Macaxeira, na Avenida Norte.

É importante destacar, por fim, que devem, os que defendem e os que combatem a ideia, evitar, a todo custo, que a discussão se caracterize como uma quebra de braço entre oposição e situação, como ocorreu recentemente com a construção do Parque Dona Lindu, com o consequente empobrecimento do debate.

» Luiz Helvecio é engenheiro

5.7.09

A Banda de Joseph Tourton



Fui encontrar A Banda de Joseph Tourton durante a semana pré-carnavalesca. Eles não sabiam o nome da rua onde ensaiam, no tradicional bairro recifense das Graças. "Pega a Rua Amélia, entra pra direita na galeria e você vai ver uma grade preta", foi como me explicaram.

Quando achei o lugar eles estavam super animados com três shows marcados e toda a folia de Recife e Olinda para começar.No ensaio mais uma vez eles me surpreenderam. O som tem evoluído bastante desde a apresentação do Coquetel Molotov em 2008. Nada que se possa prever, pois os meninos são mesmo dessa geração de adolescentes que a Veja critica por absorver milhões de influências ao mesmo tempo. Algo novo no ar.

Gosto de um leve tom brega e do estilo jazzístico da banda tocar pensando no seu próprio prazer. Mas me peguei curtindo a diversão hardcore dos caras que vieram de duas bandas de "gritaria". Quando pensava que eles iam mostrar um pouquinho mais da veia hardcore, surpreenderam querendo criar um duo de instrumentos de sopro, feito por Lwide (um amigo que tem se tornado um sexto elemento da banda) e Antonio.

Recife lançou desde a década de 90 várias "melhores bandas de todos os tempos da última semana". No verão de 2008 para 2009, a julgar pelos críticos daqui e de revistas e sites nacionais essa responsabilidade ficou para os cinco meninos da Joseph Tourton. Se eles vão continuar vagando pela Internet, tocando para o mesmo público pernambucano ou se vão realmente conseguir ganhar a vida fazendo música e tocando pelo Brasil só o tempo dirá.

O rock instrumental de A Banda de Joseph Tourton se destaca por ser um som diferente dentro de uma safra boa que surgiu no Nordeste. Parece uma mistura de Hurtmold com Mombojó. Resta aos caras estudar, cada um se trancar para juntar suas influências ou se satisfazerem por ter um motivo para comer a gatinha da sala de faculdade. E parece que eles vão conseguindo fazer as pizzas chegarem mesmo sem saber o nome das ruas onde tocam.

Escalação:

Diogo Guedes (guitarra e efeitos)

Antonio Paes (percussão)

Pedro Bandeira (bateria)

Rafael Gadelha (baixo)

Gabriel Izidoro (guitarra, escaleta e flauta transversal)

Lwide (trompete) é o sexto elemento

Diogo e mais quem vieram do Psicopatas?

Antônio - Eu, Diogo e Pedro. E o resto era da Stage One.

O resto todinho?

Pedro - Esquece isso! Esquece isso. Deixa essa banda para lá. Sonora Stereo Lounge, Stage One mudou de nome

Antônio - Quer saber da história então anote. Esse foi um projeto que nunca chegou a rolar, mas ainda tá a marquinha lá no quarto.

E essas experiências trouxeram alguma coisa para vocês. Por que vocês me parecem uma banda com bagagem para a idade de vocês.

Antonio - Psicopatas valeu e Stage One também. Tínhamos 13 anos né, sei lá. Conta ai Diogo.

Diogo - Psicopatas valeu para caralho. Tocamos no Abril em 2002. Festival de Inverno de Garanhuns. Foi do caralho! Para mim, é um negócio que eu lembro quase todo dia de ter tocado no Abril com o Psicopatas e em Garanhuns também. A gente já tocava junto antes da Joseph Tourton, já era todo mundo meio entrosado. Todo mundo aqui sempre tocou, desde pirralho, e era só de improviso e isso ajudou a amarrar a galera.

Fiquei notando no último show da banda. Não sei se era a vibe daquela noite, aquele ambiente, a lua... Cada um de vocês olhando para um canto. Vocês não tocam para a platéia. E parece que gostam de tocar para caralho.

Gabriel - Na verdade é porque as músicas da gente requerem muita observação um do outro, de parada, de continuar assim ou começar algum trecho. Como num tem nenhuma letra para guiar a galera.

Diogo - A gente num tem nada para se guiar. É só combinar tu faz isso, tu aquilo e quando terminar combina um sinal, nunca é certo o que a gente vai fazer.

Nos shows rola improviso, mas como é o processo de criação de vocês?

Antonio - A gente já tem ensaiado na cabeça. Na hora do show, nos últimos pelo menos, fica lombrando na cabeça. Tem improviso. Mas tipo, não tanto, porque a música está ensaiada.

Rafael - Mas chega na hora e a gente tá curtindo uma parte, então vamos continuar um pouquinho.

Antônio - E pronto, faz uma jam e daqui a pouco, tipo, acha o tema massa e vamos fazer uma música com esse tema.

Vocês já pensam mesmo profissionalmente? Investem mesmo, estudam...

Gabriel - O investimento material da gente é que a gente tem uma salinha na cidade, está reformando, então toda a grana de cachê a gente bota lá para fazer o estúdio da gente para não pagar mais ensaio. Eu já cheguei a fazer umas aulas de música, mas dei uma parada esse ano.

Diogo - E eu estudo produção fonográfica. E a gente faz coisa experimental para caramba.

Parece que vocês escutam cada um uma coisa diferente. O que é que vocês escutam juntos.

Todos - Ele escuta Kelly Key. (sobre Lwide). Você tira por ai.

Rafael - A gente escuta muita coisa parecida, eu acho que mais coisa parecida do que diferente. 65 days of static que é uma banda totalmente eletrônica.

Gabriel - Isso ai eu nunca ouvi. Eu gosto de Dead Fish. Hardcore. E Cidadão Instigado mesmo.

Diogo - Rock pauleira, rock doido. Fulgase, Sonic Youth.

Diogo - A gente está escutando muito SKA. Skatalite direto. A gente veio mais ou menos da mesma coisa. Todo mundo aqui tocava em banda de pau. As duas bandas da gente eram de gritaria. Já Antonio ouve muito mais jazz, samba, eu não ouço muita coisa daqui.

Antônio – Muito blues.

Pedro – Reggae. De vez em quando eu fico com vontade de escutar Deathtones ou então Rage. Ai é baterista que tem futuro.

Vocês inventaram essa lenda do aviador Joseph Tourton? Por que eu fui olhar no Google e, porra, Joseph Touton foi um empresário... Presidente da Fiepe.

Diogo - Era o nome da rua de Gabriel. A gente se chamava assim, antes de ser mesmo o nome da banda. Era esse empresário, que era dono da Fiepe, presidente na verdade e virou nome de rua e tal. A gente foi se inscrever para o Festival de Inverno, tinha que fechar capa, release, tudo para mandar proposta. Tinha que fechar tudo. Ai fez uma votação e em uma semana a gente fechou. A identidade visual todinha e tudo.

É verdade que o próximo CD de vocês vai ser bancado pela Fiepe.

Todos rindo – Tomara velho...

Eu conheci a banda mais ou menos na época do Coquetel Molotov. Desde então vocês têm tocado um bocado aqui em Recife. Como é que vocês vêm esse momento da banda?

Diogo - O momento tá massa, porque tem três shows marcados. Estamos tentando nos espalhar pelo menos no Nordeste. Por que tem muito festival para rolar ainda neste ano, tipo, a gente está indo para Natal agora. Vai tocar no DoSol Bar, ai tem o festival DoSol, o MADA. A idéia é a gente chegar lá e já se apresentar e dar uma divulgada na cidade.

Como é que vocês avaliam essa cena do rock instrumental por aqui no Nordeste.

Diogo - Monodecks, Chambaril, Rivotril, Treminhão, tá ligado. Tem muita banda boa.

Antônio - Tá crescendo, mas porra eu acho que a banda da gente tem uma estética totalmente diferente das outras e por isso que ficou em destaque.

Diogo - Tem mais a cara jovem, o pessoal faz um rock instrumental muito intelectualóide. É muito aquela coisa de estética, de música concretista e num sei que lá... A gente não tem isso, não pensa em conceitos.

Quando o Eddie começou a fazer sucesso mesmo, Fabinho tinha uma banda há dez anos que só tinha lhe dado para a carteira algumas gatinhas. Depois, acabou que mudou a banda, fez uma música que Cassia Eller gravou, maior sucesso... Tem um sonho de profissionalizar mesmo ou vocês estão mais pensando em comer uma menina bonita no próximo fim de semana?

Diogo - Também. A gatinha está sempre valendo.

Rafael - Mas claro que a idéia mesmo é viver de som. Não só pela banda, pegar experiência e usar isso em outros trabalhos. Sempre com som e com música.

A coisa que vocês menos devem gostar é a comparação com Mombojó. Mas de repente a sonoridade da flauta e da escaleta especialmente lembra aquela coisa mais experimental deles com o Rafa (e Marcelo). Vocês tocam praticamente os mesmos instrumentos por exemplo.

Diogo - Eu acho massa a banda. Não me incomodo que achem isso, mas eu também não acho tão parecido assim não. E acho engraçado que todo mundo acha parecido assim, talvez pela flauta, coisa assim.

Rafael - O som da gente é bem mais pesado.

Diogo - Mas acho que a gente precisa da flauta no meio da música porque a gente precisa de uma harmonia, não dá para ser só acorde, acorde, acorde. O Mombojó tem vocal, teclado, tem muita coisa assim...

Que novos elementos vocês têm imaginado para o som de vocês?

Antonio - De sopro né?! (influenciado por uma conversa anterior)

Não porra. Qualquer coisa!

Antonio - Eu trouxe o trompete. Ai estou estudando. Está ai o instrumento. Por que o instrumento que eu toco mesmo é a conga, que quarta-feira tá na mão. Ai vou montar um setizinho em casa que minha criança... (risadas) Né brinquedo não. A gente também tem a idéia de montar uns cenários atrás do palco e mecher com vídeo também, que nem teve no Coquetel.

Falo isso, por que, vocês são uma banda de pauleira. Mas eu, que gosto de jazz, vejo vocês tocarem e fico na viagem que vocês têm aquela mística do free jazz de tocar por tocar. Mas né para você se influenciar com isso não...

Diogo - As músicas surgem da gente fazer som. Não é nada que a gente imagina aquela harmonia. No ensaio vai tocando e guarda isso, guarda isso. Ai vai usando depois. Quando a gente começou a fazer as primeiras gravações, o processo de pré-produção todo das gravações, acho que a galera deu uma explosão criativa. Por que na hora de gravar tem que estar tudo amarrado, a galera fica mais certinha. Vai usar aquele riffsinho. Isso aqui bota aqui.

Vocês ainda têm vontade de colocar voz ou isso está superado?

Diogo - A gente já pensou nisso. Tem umas paradas sampleadas, rola uns gritos.

Rafael – Mas na verdade não tem cantor... O negócio é que ninguém daqui canta e ninguém escreve mesmo.

Antônio - Eu faço música na minha cabeça direto. Mas não pensei nada que pudesse ser implementado na banda. Ai eu pensei agora... Uma coisa que pode ser implementada. Frases assim. Apresentações para as músicas. Anotei altas coisas de ontem para hoje. Só umas frases assim. Ou então apresentações de música que sejam mais irreverentes, tipo O mundo de salomônico e o nome da música é Salomônico.

Hoje vocês já têm repertório para fechar um disco?

Diogo - Esse ano ainda a gente quer gravar um CD. Temos oito ou nove músicas prontas.

Rafael – A idéia é é criar mais para sobrar e escolher aquelas que mais gostamos.

Diogo - Ter umas 15, 16 composições. E pegar as top. Fazer um CD pequenininho. Vamos fazer algumas gravações ainda antes disso. Não definitivas. Aquele show do Café Portenho foi gravado e ficou muito legal. Ficou massa! Tocamos muito bem naquele dia. A gente ta afim de colocar na Internet.

E como vai ser esse show de Natal?

Diogo - Vai ser a gente e Monodecks daqui e Adão Demo, que é lá de Natal e foi a banda que fez o convite. Eles nos conheceram no Coquetel Molotov. A idéia é nesse show a gente gravar o nosso show e o da Monodecks e fazer um split das duas bandas e divulgar as duas juntas. Aquela história, noite instrumental num sei que lá e tal. Dizem que a gente é pós-rock também, que a gente não é nada disso.

Não é nada disso e é o quê?

Todos - Não sei (risos). É rock instrumental. É rock instrumental É rock instrumental Com uma pinta de brega. Mistura dos internacionais com o Brasil.