Lembro da minha mãe dizendo "chore meu filho". Ela gostava de se colocar contra toda essa história de que menino não chora. Além disso, tinha toda uma discussão sobre os rituais. Acho que o choro é uma escala disso, assim como o luto e os eventos que são organizados para beber os mortos (enterro, missas, funerais).
Eu quase nunca choro. Bem, quase nunca chorava. Esse ano me peguei chorando em pelo menos duas situações meio ridículas.
Acordei às sete da matina e liguei a Globo. Putz, esse vídeo me fez chorar.
O título dele diz tudo. A paixão nos une. Não sou carioca. Mas amo aquela cidade, lindo que o Brasil vai poder se mostrar para o mundo com o que tem de melhor em 2016.
Semana passada meus olhos encheram de lágrimas de novo. Serginho Capoeira falou da vez que ele levou pancada da polícia em um acampamento Sem Teto em Paulista. Putz, que felicidade aquele cara conseguindo dar mais de 800 apartamentos para o povo dele. Chorei quando a presidente da Caixa começou a falar da felicidade de poder estar viabilizando todo esse processo. Ou foi quando ele falou das dificuldades de não conseguir nada antigamente? Enfim, as lágrimas não desceram, mas o olho ficou cheio delas.
Outro dia eu bebi uma lágrima. Não era de dor, nem de tristeza. Tinha gosto de lágrima de amor. Não disse nada e até obedeci o que ela me pediu, "me deixa em casa". Ficamos eu e ela curtindo a dor e a delícia um pouquinho e ela se foi. E queria só ter dito a ela que se as lágrimas não desceram novamente, foi somente porque meu jeito é assim. Chorei também, talvez com o mesmo sentimento.