30.7.04

Governo

A frase mais comum do início do milênio para mim: é muito difícil governar no Brasil.

O motivo mais óbvio é a falta de verbas. Mas na verdade essa parte é meio inverdade. Afinal, temos de trabalhar a mudança (revolução é o caralho Puchkin!) incluindo os 4,5% do orçamento que a Câmara de Vereadores do Recife exclui do nosso orçamento. Temos de discutir sim esses absurdos impostos há décadas que sempre são considerados impossíveis de serem superados. Tem milhões de outros exemplos de onde buscar verbas, inclusive a proposta radical de romper com o FMI. Agora isso é falar de uma coisa longinqua porque já temos um governo que se propôs a fazer um projeto diferente. Na Política externa acredito que eles estejam certos, mas continuo com a ilusão (que tínhamos eu e Oscar desde a oitava série do Capibaribe) de que o Brasil deveria investir em grandes processos de restituição financeira contra os Estados Unidos (mostrando o apoio que os americanos deram à Ditadura e os prejuizos financeiros que os governantes impostos deram ao País, por exemplo). Se eles - e até os argentinos - são agressivos porque ficamos quase sempre só nos defendendo?

É difícil ser governo no Brasil por zilhares de outros motivos. O salário que se ganha em quase todas as Prefeituras é ridículo (outros lugares, as vezes, é diferente). A pressão financeira é gigantesca. O profissional é pouquíssimo valorizado e tem pouca formação. A contratação de pessoal é feita por concursos muito centrados na teoria.

Vamos a alguns exemplos da minha prática pessoal. Tem um arquiteto conhecido meu que voltou da Inglaterra a pouco tempo. Ele diz que o sonho do profissional médio lá era trabalhar no setor público, onde teria a oportunidade de balizar alguns conceitos do que se constrói na Cidade. Ou mesmo de planejar e fiscalizar as obras essenciais para um País, Estado ou Cidade. Aqui, Marina querer trabalhar com Planejamento é a coisa mais engraçada do mundo (eu considero isso revolucionário, porque está indo contra o mercado e tudo mais). Salário de arquiteto de órgão público é daquelas coisas que ninguém pergunta para não ficar encabulado de ouvir a resposta. E são eles que exigem que o estacionamento ao lado do Plaza e do Paço Alfândega sejam gratuitos ou tenham ZonAzul de cinco horas (é, meu filho, pense que eu falei sobre essas duas coisinhas. Mas depois de um ano todo mundo tem opção agora para ir para os dois lugares sem a exploração dos estacionamentos deles).

Acho que dá para imaginar que tipo de influência os donos dos quatro shoppings do Recife pode exercer sobre uma Prefeitura. Tem alguma coisa que a EMTU possa fazer em detrimento das empresas de ônibus desse Estado? Eu acho que sim, mas sei que não. Só que quem elege o governador sou eu, mas quem dá o dinheiro para as campanhas continuam sendo eles.

Ser auditor fiscal com salário de R$5.000,00 é o sonho de um monte de gente. Mas pergunta por ai que porcentagem desses caras que passa nesses concursos dá sangue de verdade para pagar o salário que ganha. E o pior é você fazer parte dessa minoria significa ser encarado como tal pela maioria que realmente rala pra caramba (assim como alguns auditores e procuradores e juízes) e não vê a cor desse dinheiro (público e honesto).

DEIXEI PELA METADE E ASSIM ENCERRO ESSA PORRA QUE TAVA EMPERRANDO O FUNCIONAMENTO NORMAL DESSE BLOG.

22.7.04

Parte 2: O PT

O Partido dos Trabalhadores é protagonista da Política brasileira já há algum tempo. O primeiro jingle de que me lembro (o que nega a tese de Jampa de que sou PPS desde criança) é o de Bruno Maranhão - candidato a prefeito em 1985. Naquela época o guia eleitoral petista era apresentado por uns mamulengos e era feito na base do suor mesmo, mas ao contrário do que faz o PSTU havia uma certa criatividade que fez com que minha cabeça de criança tenha decorado aquela versão de Vassourinhas de uma maneira que até hoje só me lembro da música associada à letra usada naquela campanha.

Algumas coisas desse partido são muito óbvias. O sectarismo prejudica algumas gestões. A raiva patológica que a base petista tem de qualquer ser vivo que, além de vestir a camisa vermelha, não tenha assinado a carteirinha de adesão é uma coisa a ser estudada. Coisa que muitas vezes se ramifica também internamente (mas não vamos falar em tendências. Quem não sabe o que é UL e AE pode cobrar um sonho de valsa na próxima vez que me encontrar, mas não me faça essa pergunta cretina).

Mas gosto de pensar que João Paulo está muito certo ao dizer que se ele perder vai estar satisfeito porque formou uma geração de pessoas que não vai mais apanhar tanto quanto ele na próxima chance que tivermos. Por sinal, chance que não aparece somente em vitórias eleitorais. Tem um colega meu que saiu do Orçamento Participativo e foi para uma ONG ? onde estava trabalhando para divulgar o OP em diversas cidades. Eu mesmo espero fazer muito mais no meu mestrado, em produção cultural e mesmo em Jornalismo depois desses dois anos de Prefeitura do Recife.
 
Só que a partir da vitória de Lula passou a ser necessário aprender a governar desde ontem. E a ser eleito também. Por que não se consegue administrar sem uma construção muito bem engendrada de uma candidatura. A Prefeitura do Recife recuperou a imagem do candidato à reeleição realizando a Inversão de Boa Viagem, o cerco às kombis, a nova orla de Brasília Teimosa e investindo forte em mídia. João Paulo tem promessas de muito dinheiro para a campanha porque os empresários vêem a possibilidade de reeleição, mas já fez uma primeira escolha bastante polêmica:

Raul Jungmann desafiou todos os candidatos a prefeito do Recife a abrirem as contas de suas campanhas pela Internet. O PT resolveu se negar e divulgou a mais gorda expectativa de gastos nessa campanha. Com isso, perdeu a chance de fortalecer um movimento interessante pela ética na política. João Paulo preferiu se arriscar a vencer a eleição comprometido com diversos setores do empresariado recifense a perder a disputa eleitoral, mas criar um movimento que poderia forçar os outros dois candidatos a entrarem na onda da seriedade e poderia inclusive ter repercussão nacional (possibilitando até o caminha para que a Reforma Política fosse muito mais completa do que as duas que já foram realizadas).

21.7.04

Introdução à Política Atual por Eduardo Amorim

Marcelo Pedroso disse que eu era o candidato a prefeito dele. Depois ele fudeu minha alma quando entregou que o presidente seria Pablo Holmes, mas de qualquer jeito gostei do diálogo. Eu disse que ia lançar uma candidatura a vereador em 2010 só que a resposta dele foi negativa porque o meu "perfil é de executivo". Sei não acho que isso é mais fruto da idéia verdadeira de que 98% dos vereadores são aproveitadores e que as Câmaras são gigantescos cabides de emprego. De qualquer maneira fiquei com vontade de escrever um pouco sobre política.

Administrar é difícil e o PT está aprendendo na prática. João Paulo conseguiu se recuperar nos dois últimos anos do mandato dele (e disso me orgulho), mas ainda falta muito para tudo aquilo que sonhávamos.  Recife é uma cidade com boas experiências de gestões que começaram a mudar algumas coisas - não seria possível a valorização da Saúde que aconteceu na atual gestão petista sem uma semente que foi criada pelas gestões anteriores e especialmente por profissionais extremamente organizados que existem na Secretaria. Mas isso também complica no sentido de que as expectativas são grandes.

O Governo Federal é um caso bem mais complicado. A maioria da população não espera nada dos administradores do País, até porque as mudanças nas vidas das pessoas são entendidas como fruto muito mais dos governantes locais (que já não tem muito boa fama). Apesar de toda a onda vermelha de que a mídia falou ainda defendo a tese de que Lula se elegeu muito mais por conta da falta de crédito de todos os outros. Fernando Henrique teve um único legado que foi a estabilização da inflação, em média abaixo dos 10% ao ano. Lula precisa criar pelo menos um ponto para mostrar que realmente fez diferença na área social ou a reeleição vai deixar de ser certeza e passar a ser impossível.

A minha aposta seria uma ampla Reforma Agrária, com aprovação pelo Congresso Nacional de uma reestruturação no setor agrícola brasileiro. Mesmo que o País tenha três anos de crescimento como Antonio Palloci promete e me faz acreditar (sei lá, chegando a ultrapassar os 4% de média talvez) ainda acho que precisamos ver uma mudança de rumo social profunda (pelo menos em um setor). Rapidamente darei duas outras possibilidades que fariam muita diferença: início da implantação de Educação em dois turnos para o Segundo Grau (profissionalização, esporte, música) ou a criação de um serviço alternativo ao militar (Comunitário?), que passaria a servir como preparação para o mercado de trabalho desses jovens, que estariam ao mesmo tempo ajudando suas comunidades em diversos tipos de atividades.

Vou parar por aqui para ver se alguém consegue ler essa série toda. Se alguém chegou até aqui por favor registre. Mas outros textos virão.

19.7.04

A Cubana

Todo mundo já falou, mas eu não posso deixar de comentar também.
 
É bom demais ir em um lugar em que você compra o ingresso e o caixa lhe deseja um sincero boa noite. Em que a revista é feita sem tocar no cliente (com um equipamento mecânico) e parece ser a coisa mais desnecessária diante de toda a calma do público. O ambiente é pensado sem frescura nenhuma, mas com um cuidado que vai do som à cor das paredes. Onde não se precisa de ar condicionado para não ter calor. Em que a cerveja está sempre mofada e correndo o risco de pedrar caso você não segure direito. O melhor de tudo é que o Clube Bela Vista fica ali no Alto do Céu (dois nomes hiper sugestivos). Tem estacionamento. E uma bela noitada não ultrapassa dez reais por pessoa (importante: o dinheiro não vai para a McDonalds, nem pros Dias). Minha única queixa é que nesse lugar minha mulher gosta de ficar do meu lado, mas prefere estar acompanhada de um negro, baixinho, gordinho, banguela, que num deve ter completado o primeiro grau e cheira a cachaça. É melhor eu fazer umas aulas de dança antes que ela troque Paulo Francis Vai Pro Céu por Gabriel o Pensador (Eu queria morar numa favela).
 
Tabela de Preços:
Entrada: Homem R$3,00 e Mulher R$1,00
Cerveja: R$2,00 (não perguntei sobre as outras bebidas diante da perfeição Antartica da Brahma)
Espetinho: R$1,00
Estacionamento (opcional): R$2,00 
 
Ps: Só para explicar aos que não são meus amigos a tanto tempo assim. Num consigo nem morar no Poço da Panela (há uma distância de uns 50 metros), mas Eu queria morar em Beverlly Hills.
Ps2: Para fazer inveja aos cariocas ainda nem tão ricos eu repito (mas o futuro virá Rafinha): em Recife ainda existe cerveja de 600 ml há R$2,00 sem 10 por cento. Só nos melhores estabelecimentos, mas existe.
Ps3: Mais uma vez provada a teoria de que mulher acompanhada chama muito mais atenção (claro que isso também vale para homem). Tudo bem que Julia foi eleita por uninimidade de dois votos (incluindo o meu) a mulher mais bonita da noite, mas caralho custava aos negões quererem dançar também com Marina, Julieet e todas as mulheres solteiras que estavam com a gente?

Reconhecimento

É de fundamental importância a presença dos meios de comunicação nas sociedades democráticas, os quais devem agir com prudência diante da euforia provocada por fatos novos, principalmente no âmbito das esferas do poder público. Se a mídia caminha para as trevas da submissão política deve conservar, pelo menos, alguma lucidez no trato com a notícia, para não perder o leitor inteligente e, em razão da própria paranóia, não se asfixiar no curso da falsa informação, arrastando para o  vampirismo jornalístico um cidadão de ilibada conduta, com excelentes serviços prestados ao País. Estamos falando do baiano Reginaldo Muniz Barreto, servidor público aberto ao mais completo raio X  político, ético e administrativo.
 
Por meio de obscuras insinuações, tentaram envolvê-lo no esquema de corrupção no Ministério da Saúde. Não houve provas contra ele, e o ministro, no programa Roda Viva, respondendo a certo jornalista, traçara rapidamente a trajetória político-administrativa do nosso amigo, com ar de respeito, admiração e confiança.
 
Reginaldo vem de longa militância, lutando contra as injustiças sociais, atuando no  DIEESE,  nos Sindicatos, Federações e Confederação dos Trabalhadores na Agricultura e nos movimentos sociais e populares. Foi secretário de finanças do Recife, coordenador de recursos logísticos do Ministério da Saúde, coordenador executivo do Fundo Nacional de Saúde e homenageado com o Título de Cidadão Pernambucano, como paradigma de uma atuação participativa, reconhecido e respeitado pelos líderes políticos daquele estado. Em sua brilhante carreira cuidou de preservar, na cultura, o humanismo; na política, os princípios socialistas; na economia, a convicção de que é possível a prática de políticas públicas capaz de equacionar a abissal distância entre ricos e pobres, através da justa distribuição de rendas. Em resumo: Reginaldo representa a consolidação de valores fundamentais para o desenvolvimento do País, já que reúne responsabilidade, honestidade e solidariedade. Numa democracia carente de homens públicos iluminados por princípios éticos, é gratificante ter entre nós  um cidadão de tal dimensão planetária. Determinada mídia que o prejudicou pode e deve retratar-se face às levianas e irresponsáveis informações de que é autora, mas jamais apagará da alma de Reginaldo os efeitos das falsas acusações.Um meio de comunicação deve submeter-se à verdade e a critérios que lhe confiram autonomia e respeito. 
 
Essa nota foi divulgada por diversas entidades e personalidades da Bahia.

15.7.04

5.000

Só para registrar a passagem das 5.000 visitas. Nesse tempo a única coisa emocionante que aconteceu nesse blog foi Reginaldo Muniz ter enviado o texto escrito por mim para uma lista de amigos e representantes da sociedade que se mostraram a seu favor no caso de difamação iniciado pela Revista Época. Digamos que é muito mais do que qualquer um esperava, especialmente eu mesmo.

13.7.04

Brasília Teimosa



O passeio de domingo de bicicleta foi bem legal. Fiquei totalmente surpreso com o andamento das obras em Brasília Teimosa. Fora isso, Rafael se mostrou um ótimo remador de remo seco (na travessia entre o Marco Zero e o dique). Duda não pôde ir porque tinha compromissos em Garanhuns. Carlitos fez questão de não chamar o irmão (Buí) e Chico parece que vai dar o ganha na bicicleta da namorada.

Lista de melhores compras de Eduardo Amorim:
A bicicleta usada de Paulinho.
Passador novo de marcha.
Marcha traseira.
Pneus para a cidade.
Uma nova sela (a fazer!).

12.7.04

Proposta Indecente

Veja que tipo de coisa o Itau oferece aos seus clientes.

Eduardo, já aprovamos para você uma parcela mensal de R$1.100,00. Com essa parcela, em 48 meses, você tem R$29.500,00 de financiamento.

Quem sabe fazer conta de multiplicação chega à facílima dedução de que iria pagar meros R$52.800 nesse negócio fabuloso. Vejam pelo lado positivo, se forem poucas as surpresas (taxas, impostos, IOF) que aparecerem eu poderia pagar menos do dobro do preço do produto a ser financiado.

Toco.

A quem serve a difamação? Quem são os criminosos?

Infeliz do país que precisa de heróis, disse o poeta e dramaturgo alemão Bertoldt Brecht. Pode-se acrescentar: mais infeliz o país que, precisando de heróis, vê seus heróis sendo abatidos, aviltados, vilipendiados, tornados reféns de anti-heróis de ocasião. Parece continuar em curso a série de ações orquestradas para tentar esfacelar e, assim, imobilizar os movimentos sociais, no Brasil, desacreditando seus organismos e entidades e criminalizando seus membros que, de algum modo, se destacam. Com isso, essas ações almejam ainda reduzir e enfraquecer o poder das forças democráticas presentes no governo federal e nos partidos que lhe dão sustentação. Tudo leva a crer que o companheiro Reginaldo Muniz Barreto é uma das vítimas dessa conspiração.

O MST e seus militantes têm sido alvos freqüentes das estocadas desses grupos, que se servem de toda sorte de expediente para a difamação e a calúnia com vista a desacreditar e criminalizar quem labuta para melhorar nosso convívio. A recente Comissão Parlamentar Mista de Inquérito - CPMI da Terra, instaurada para "examinar a estrutura fundiária brasileira e o comportamento dos movimentos sociais atuantes no meio rural", decidiu rejeitar a quebra dos sigilos bancário e fiscal do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural ? SENAR, da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária - CNAP e da União Democrática Ruralista ? UDR, esta acusada, até, de utilizar recursos públicos para a compra de armas usadas na defesa de seus rincões. Em contrapartida, a mesma CPI aprovou a quebra dos sigilos bancário e fiscal da Associação Nacional de Cooperação Agrícola ? ANCA e da Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária do Brasil ? CONCRAB, entidades ligadas aos trabalhadores rurais e os movimentos sociais do campo, entre eles o MST.

Porque a "balança" pende apenas para um dos dois lados? Que "justiça" é essa? Porque os "ruralistas" no Congresso Nacional, legislando em causa própria, se auto-isentam do mesmo tratamento dado aos trabalhadores rurais sem terra organizados? Ser patrão é ser "bom", por excelência? Não ser proprietário, ser trabalhador, ser empregado ? na maioria das vezes, desempregado, ou semi-escravo ? é ser "mau"? Que "maniqueísmo" é esse que penaliza, sempre, os trabalhadores, responsáveis que são por grande parte da riqueza acumulada nesse e em todos os países, riqueza sempre apropriada por uns poucos privilegiados?

O que há de terrível na Reforma Agrária, que faz com que essas forças se mobilizem tanto para impedi-la? Reforma Agrária que foi feita em diversos países sem a convulsão que parece imprescindível entre nós. Reforma Agrária é emprego e fixação das populações campesinas no campo; é alimento farto, saudável e barato nas mesas de todo o País; é redução dos inchaços de miséria nas grandes cidades e conseqüente redução da violência; é, enfim, a possibilidade de tornar esse País um país de todas e todos os brasileiros. Quem não quer que isso aconteça? Quem não quer ver distribuídos os latifúndios, quem não quer acabar com tamanha concentração de terra no campo, onde apenas um por cento da população detém 46% de toda a terra agricultável do País?

Agora, também as ONGs estão no rol dos alvos dessas forças que de tudo fazem para levar a cabo seu projeto político, projeto responsável pela crescente miséria e exclusão da maioria da população brasileira. Não se observam, nem no Brasil, nem no mundo, fatos que indiquem que o universo das ONGs seja marcado por denúncias de corrupção, ou falta de transparência. Ao contrário, até uma recente CPI do Senado Federal, depois de dois anos de exaustiva investigação sobre as ONGs, acabou por apontar apenas uns poucos casos de irregularidades, que facilmente puderam ser coibidas e punidas pelos órgãos competentes.

Os movimentos sociais devem estar atentos e investir contra mais essa manobra, cujas repercussões são mais significativas do que se pode observar de imediato. Esses anti-heróis de ocasião tiram proveito da profunda crise ética que o País atravessa ? crise que se manifesta na confusão entre o público e o privado, e que fornece o substrato capaz de legitimar, muitas vezes, a corrupção nas esferas do poder constituído. Assim, servem-se da ocasião para propagar sua "razão inescrupulosa" ? que enuncia: todos são corruptos em potencial, basta haver oportunidade - e tentar inviabilizar a construção de uma sociedade justa e democrática, porque igualitária, perpetuando seus privilégios e aprofundando o fosso que separa ricos de pobres - fosso onde prolifera a violência socialmente crônica.

Este não é um país de criminosos nem de criminalizáveis. São poucos os que ainda se aproveitam e vivem ostentosamente acima da lei, em detrimento da imensa maioria do nosso trabalhador e sofrido povo. Vamos reverter, de uma vez por todas, essa vaga destrutiva, essa perigosa "razão inescrupulosa" em voga, que com intenção maldosa macula a história de compromisso de organizações como o MST e de pessoas como Reginaldo Muniz Barreto com a justiça e a democracia. Vamos contrariar a inocência de uma das maiores poetas brasileiras, a saudosa Cecília Meireles, quando escreveu "quem não presta fica vivo, quem é bom mandam matar". Sem o que será difícil pôr pedra sobre pedra para erguer qualquer outro edifício que não sejam presídios, quando sabemos o quanto precisamos de templos, de hospitais e de escolas.


Eliana Rolemberg
Diretora Executiva do Cese
www.cese.org.br

9.7.04

Registro

Em dias de mal humor político pessoal e generalizado preciso registrar. Teresa Leitão e Roberto Leandro se negaram a receber o jeton na Assembléia Legislativa (R$19 mil). Os dois pretendem criar um projeto de Lei para acabar com esse absurdo aqui em Pernambuco (idéia muito velha que era defendida por Paulo Rubem). O candidato a prefeito de Jaboatão por sinal continua fazendo isso na Câmara Federal, juntamente com o deputado Chico Alencar e uns dez de um grupo independente do Partido dos Trabalhadores (no plano federal eles também são minoria). Aqui, além de todos os representantes dos outros partidos, Isaltino e Sergio Leite receberam e Ceça Ribeiro alegou que ia dar o dinheiro para a caridade (provavelmente em algum curral eleitoral dela ou do marido, Yves).

Macho Man

10 coisas preferidas de um amigo homem. Por Tiago.

1- Ilha do Retiro lotada.
2- Peladinha na praia.
3- Winning Eleven.
4- NBA 2004.
5- Playstation 2 (outros jogos de esportes).
6- Encontrar amigos mais promíscuos para comentar os últimos feitos.
7- Acaiaca no domingo (por razões não ecológicas).
8- Encontrar as meninas-já-comidas por acaso.
9- Jerry Maguire - A Grande Virada.
10- Dirigir na chuva.

8.7.04

Listinha própria

10 provas de que sou o homem perfeito. Ou, mais humildemente, as gayzices preferidas de Eduardo Amorim:

1- Friends
2- Episódios antigos de Friends
3- Sex and the City
4- Before the sunrise
5- Alanis Morissete
6- Bridget Jones (comprei e li o livro em inglês)
7- 02 Neurônio
8- TPM
9- O blog de Syl (www.pickupthephone.blogspot.com)
10- Sexo oral

7.7.04

Debate

Vou ficar devendo as notas do debate de ontem. É que eu não tive duas horas disponíveis para assistir toda a discussão. E ai Bernardo? João Paulo parecia bem mais seguro no começo do programa, apesar de Laurindo ter feito cada perguntinha ardilosa (muito bem feitas, por sinal) sobre financiamento de campanha. Irmão Araujo é o candidato mais sem noção de todos, sabe de nada. Fora isso, só a idéia que Felipe S deu ontem durante mais uma despedida de Mauricio e Anne: fazer o debate entre os sem tribuna Katia Telles (PSTU) X Conde do Brega. É que os partidos dos dois são nanicos (não têm deputados) e por isso eles ficam fora dos debates. O apresentador seria Roger e acredito que teria mais audiência do que com Graça Araujo, já que a apresentação feita pela TV Jornal cansou a qualquer cristão (até mesmo os que são interessados diretamente na disputa como eu, mas precisam trabalhar e de vez em quando almoçar).

5.7.04

Jantarzinho com Jamps



Mais imagens no site de BJ.

Reginaldo Muniz

Os processos conduzidos pela Polícia Federal e Ministério Público Federal não indiciaram nem denunciaram Reginaldo Muniz. É algo a se pensar. Espero que as empresas jornalísticas que o difamaram sejam responsabilizadas pelo que fizeram.

2.7.04

Festa de Mauricio

Me lembrei do Paulo Francis Vai Pro Céu tocando na Oficina Mecânica. Do Comadre Florzinha, com um cara tocando sax, na Soparia do Pina. Da minha primeira paquerinha com Julia no Guitarras.

Mas o rock and roll que rolava no jardim não era o evento principal. A casa estava linda. Os quadros que Mauricio Silva entocava sei lá onde nas paredes, as cerâmicas, as cabeças, que felizmente foram rareando quando a festa ia terminando.

Mas parece que a exposição continua até domingo. Vão ver.

Toda uma galera muito amiga que foi dar um abraço em Mauricio e Anne. Mistura engraçada do pessoal do Poço da Panela (onde me enquadro, apesar de ser marginal), artistas, moluscos, juventude magic, os mombojós e mombojetes e tudo mais.

Phelipe S e os monbojós tocaram durante horas. Mas o mais legal eram as participações, especialmente do pai do cara. Mauricio é pirado e mesmo assim parece ser um pai muito importante para todos os filhos. Ainda bem.

João Baltar, Cezar Maia e uma galera da Católica apareceram sei lá de onde. Julio Cavani e Cecilia eram os representantes dos Magic. Molusco (ou pseudo) é o que não falta. Aurelio, José Paulo também apareceram. Jolli estava no seu novo modelito mombojete. Mas era muita gente para eu sair enumerando.

Pedrinho assumir a bateria foi um evento à parte. Vicente devia ser coroado por ter dado as baquetas para ele. Mais engraçado foi quando Phelipe pediu o lugar e Pedro sentou no órgão. Diálogo entre eu e Pedro:

- Foi muito massa tu tocando teclado!
- Só sabia tocar aquilo.
- Tu num toca não.
- Nada.

Sei lá. Da banda que estava tocando o que mais me parecia diferente era o som dos teclados de Pedro. Nessa hora Joelson já estava dando o super shouw dele. Muito engraçado também. Chamava Mauricio e depois danava o empurrão para o outro sair do microfone. Eita objeto cobiçado.

Bem. Só para dizer para os que não foram que perderam.

1.7.04

Vote Monica Silveira

O debate entre os candidatos a prefeito foi razoável, mas ninguém se destacou. Silvio Costa acabou sendo o único a sair no lucro porque apareceu muito e pôde criar a polêmica dele. Mas o grande perdedor com certeza foi Chico José.

O cara se atrapalhou em tudo. Até agora está devendo uma tréplica, deixou pergunta ser feita a quem não devia (prejudicando João Paulo) e até entrou em conflito com um dos candidatos (o doido do Silvio Costa, claro!).

Por isso tudo peço encarecidamente à Rede Globo que nos próximos debates coloque como mediadora Monica Silveira. Isso terá inclusive um efeito positivo na audiência, já que um dos fatores negativos foi a feiura dos seis presentes (os cinco candidatos e o pseudo-galã-repórter).

Vamos às notas:

Chico José - Por todos os motivos que devem o fazer pensar em ficar para sempre mergulhando em Fernando de Noronha e outros paraísos aquáticos. 0.

Silvio Costa - É uma piada de péssima qualidade, mas acabou tendo os cinco minutos de glória dele. 3 (melhor nota possível para políticos da categoria dele).

Raul Jungman - Tenta evitar o linguajar acadêmico, mas mesmo assim ainda fala difícil demais. Mas fez a proposta que eu faria. TODOS DEVEM ABRIR NA INTERNET AS CONTAS DA
CAMPANHA. 6.

Cadoca - A resposta "eu não sei o que é eiv" foi a melhor parte do debate. Mas ficar discutindo idade com Joaquim Francisco é ridículo. 4.

Joaquim Francisco - É o que mente mais. Pelo descaramento merece receber a pior nota entre os políticos. 2.

João Paulo - Fugiu das polêmicas, mas poderia ter perguntado alguma coisa sobre a gestão Joaquim Francisco. Preferiu falar das suas próprias ações e se repetiu um pouco nisso. 7 (vocês vão me chamar de babão, mas vou dar a nota mesmo assim).