20.12.11

Twelve angry men


- Pai. Amanhã vou ser o juiz no julgamento da escola.


Tá tudo errado na vida na vida de quem tem três trabalhos e esquece de dar prioridade absoluta ao que uma criança de 12 anos fala quando se chega em casa. Mas a verdade é que o filme completo no Youtube facilita a resposta óbvia para essa frase. Ainda mais quando se está vivendo seus dois únicos dias de folga de fim de ano.

É o seguinte. Filho de Xangô tem que assistir esse filme todo ano. Óbvio, que ainda vou estourar minha fúria para cima de alguém, é da minha natureza, mas evidentemente fica mais fácil lembrar de todos os riscos de pré-julgamento depois de se lembrar do texto perfeito do filme de Sidney Lumet.

Mas nada como uma lição de cinema e vida para o seu filho, que tem toda uma relação com uma parte importante da formação do seu caráter. Twelve Angry men (Movie Making), juntamente com Johny got his gun (American Literature), foram os grandes momentos da minha passagem pela Sheboygan South High School.

Meu anti-americanismo esbarra justamente nesses momentos grandiosos da indústria do entretenimento de Hollywood. E nas cartas de Buckowsky, sem esquecer dos improvisos de Coltrane, da paixão pela comida francesa de Bourdain e na auto-piada daqueles chapéus de queijo dos cheesehead que vão torcer para o Green Bay Packers.

Só para dizer da minha felicidade de ver meu filho rir e adorar assistir um filme de 1957, que se passa (quase) integralmente em uma sala fechada e foi filmado em preto e branco. É, eu tenho esses defeitos, defendo realmente o valor do texto acima de todas as sensações que podem ser proporcionadas esteticamente e só gosto de filme colorido.
Mas, as vezes, é preciso priorizar algo em que se acredita.