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Por Maria Lima e Gerson Camarotti:
A nata do PIB brasileiro gostou de ouvir a pré-candidata petista Dilma Rousseff prometer que vai manter o que deu certo no governo do qual fez parte.
Os empresários elogiaram o que chamaram de consistência e conteúdo do tucano José Serra ao falar de soluções para o diagnóstico apresentado pela agenda da CNI. Mas foi Marina Silva, que se confessou tímida ao falar para tal público, que derreteu o coração de nove entre dez dos maiores empresários do país.
Os que a princípio sentiram certo enfado com o discurso do desenvolvimento sustentável começaram a se empolgar com o que chamaram de discurso da ética da candidata, que tem 12% nas pesquisas.
O sentimento geral foi que os três pré-candidatos falaram superficialmente e não apresentaram propostas concretas. A única promessa de todos — que já integraram os governos desde 1995 — foi fazer a reforma tributária.
Horácio Lafer Piva disse, ao final da sabatina, temer que a campanha presidencial não avance no aprofundamento das questões, pois, até o momento, as agendas dos candidatos estão muito "rasas". Fez a defesa apaixonada do desempenho de Marina, chegando a dizer que é "uma delícia" ouvi-la.
— Serra avançou, é mais substancioso. A Dilma apresentou a agenda do que está dando certo no governo. Mas a Marina! Colocou as coisas com uma pureza d’alma! Ouvi-la faz o cara sair do armário para dizer: vou abraçar uma campanha mais ética, no primeiro turno vou votar com o coração — comentou o filho do ex-suplente de Serra no Senado, Pedro Piva.
Marina tentou fugir da opção do voto útil, e arrancou gargalhadas ao dizer que "no primeiro turno a gente vota em quem gosta. No 2 turno a gente se desvia do pior".
— A Marina me emocionou. Vi empresários com olhos marejados. Se ela tivesse tempo de TV, iria furar a polarização do Serra e Dilma — comentou Cristiano Buarque Franco Neto, coordenador do Centro de Estudos Constitucionais (CEC).
Para o ex-presidente da CNI Carlos Eduardo Moreira Ferreira, houve diferenças entre os pré-candidatos:
— O Serra demonstrou mais firmeza e conhecimento. Já Marina mostrou sinceridade e idealismo. E a Dilma juntou informação, mas demonstra insegurança com números. Não transmite que fará uma gestão firme.
Soltei a âncora mais uma vez. Vim passar um ano morando em Nova Orleans e quero contar para os amigos algumas histórias sobre minhas pedaladas aqui na América do Norte. Sou geminiano, então pode esperar tudo menos uniformidade!
26.5.10
24.5.10
Marina me emocionou na entrevista de hoje da CBN
A visão dela do momento histórico que vivemos é uma aula de Política. FHC foi vítima do PFL. Lula é refém de Sarney e do pior PMDB. Ela é a única que tem capacidade para governar com o que de melhor a política brasileira pode oferecer.
Serra já disse que vai convidar o PT para a sua gestão, mas eu não acredito que teria sucesso facilmente. O PSDB e pessoas ligadas ao Governo Lula serão incorporados naturalmente na composição de Marina.
“Fiz questão de pedir a Lula para ter autonomia na composição do Ministério do Meio Ambiente”, exemplificou. Para mostrar que aproveitou gestores do Governo do PSDB, gente da academia e alguns técnicos ligados ao movimento ambientalista, além do grupo de petistas que lhe acompanham durante toda a sua vida.
Quebrar essa dicotomia ridícula entre dois dos melhores partidos do Brasil é um passo de uma Década no processo histórico. Pena que o P-Sol ainda não se incorporou a esse projeto, como a candidata tanto defendeu. Mas me parece movimento que, mesmo em caso de derrota de Marina, passará a fazer parte da agenda do futuro presidente da República.
Meu amigo João Lima chegou super feliz do Maranhão, ontem. Tirar Sarney da presidência do Senado é um presente para a vida cultural de São Luís, para a pesca artesanal, para o povo do Amapá que tem direito a eleger seus próprios representantes, para quem acredita na Democratização da Comunicação e para o PMDB autêntico. Imaginem Pedro Simon naquela poderosa cadeira azul!
A culpa da nossa representação parlamentar ultrajante é, também, dos sucessivos governos que se rendem ao clientelismo (não vou chamar isso de política), trocando votos por cargos e liberação de emendas. Romper com essa Ditadura da politicagem pode não ser fácil, mas é um sonho a ser perseguido e discutido e maturado.
Isso é só um tema, mas a presença de Marina na campanha traz muitas outras discussões. Fico feliz dela estar cumprindo o papel para o qual foi incumbida com uma competência tão grande quanto ela demonstrou hoje na CBN.
Como repórter, achei que faltou explorar mais o radicalismo ambiental dela. Qual a postura que ela vai adotar em relação à questão energética no Brasil. Vai apoiar a expansão da energia atômica? Acredita que as fontes alternativas, como a eólica, são suficientes para absorver o aumento da demanda? Vai continuar apoiando a expansão das lavouras de cana-de-açúcar e do setor sucro-alcooleiro brasileiro?
Sou mais desenvolvimentista que ambientalista e essa pergunta é o que falta para decidir o meu voto para presidente da República. Fora que tenho impressão que ela não vai levar a crença religiosa dela interferir no debate político sobre as questões do aborto e da pesquisa com células tronco. A única forma de preconceito que admito ter é justamente religiosa, e com os crentes, por isso só tenho de desejar: boa sorte Marina! E viva a diferença.
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