Quem? A Veja. Claro!
http://vejaonline.abril.uol.com.br/notitia/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=1&pageCode=1&textCode=113048&date=currentDate
Eu não tive nem saco de ler a matéria toda. É que a revista deu um furo danado. Conseguiu uma entrevista que coloca o PSDB no mesmo mar de lama em que o PT está envolvido. Aliás, mostra que foram eles que fizeram primeiro o esquema com Marcos Valério. Na campanha do governador de Minas Gerais e tucano-mor (presidente do Partido da Social Democracia Brasileira), Eduardo Azeredo. Mas tomaram um cuidado tão grande que até colocaram todas as contradições da entrevista do tesoureiro, do homem responsável pela montagem do esquema no PSDB. Por sinal, contradições nada contraditórias. Capaz de não merecer nem capa da revista. Vamos ver. Será que eles são tão vendidos a ponto de perderem a chance de vender mais revistas?
Existem mil casos em que fica provado que não era nada do que a matéria diz (alguns até mesmo antes da revista ir para as bancas) mas mesmo assim a Veja publica os textos. Alguns deles já ficaram famosos. Posar de correta com o próprio partido é bom demais. Um fodam-se para quem acha isso normal. Jornalismo é o caralho!
Soltei a âncora mais uma vez. Vim passar um ano morando em Nova Orleans e quero contar para os amigos algumas histórias sobre minhas pedaladas aqui na América do Norte. Sou geminiano, então pode esperar tudo menos uniformidade!
27.8.05
26.8.05
Juntando os cacos
Construir um ideal. Lutar para torná-lo real. Ter a desilusão. E
reunir forças para continuar. Não é fácil.
Em recente reunião realizada para dar um pontapé inicial no trabalho
de reconstruir o PT aqui em Pernambuco um militante histórico das
esquerdas lembrava da tradição de se gritar: "O Socialismo morreu?
Viva o Socialismo!". Ninguém teve coragem de fazer essa saudação para o PT.
No fundo do poço, nem mesmo os deputados Roberto Leandro e Paulo Rubem
Santiago tinham forças para traçar novos caminhos. Queriam ouvir da
multidão quais seriam os esforços possíveis.
Mas a multidão ainda estava chorando. As discussões inflamadas com
familiares e amigos. O dinheiro gasto para se fazer as primeiras
campanhas (e, para alguns, até mesmo em empreitadas recentes). O suor
derramado. A perda do mito. A vergonha diante dos próprios filhos.
Alguns desistiram de assistir o Jornal Nacional.
Veio do Padre Reginaldo Velozo o primeiro flerte com uma nova (antiga)
caminhada. Fazendo um paralelo com os antigos partidos comunistas do
Brasil, ele lembrou que a diferença do PT era o fato de ter crescido
de baixo para cima.
"Nascemos criticando as estruturas centralizadoras dos partidos
comunistas do Leste Europeu", lembrou o religioso. Para então admitir
que na Década de 90 o PT foi reestruturado para garantir o predomínio
do grupo liderado por José Dirceu (Campo Majoritário), que acabou com
a Democracia interna (muitas vezes se utilizando de manipulação para
vencer eleições e mudar o Estatuto do PT).
O discurso do Orçamento Participativo nas gestões petistas não ilude
mais nem mesmo os gestores do Partido. Muito menos a população. No
Recife, o principal responsável pelas ouvidas é candidato a um cargo
parlamentar. E essa gestão, apesar de ter proximidade, nem faz parte
do grupo de José Dirceu.
Talvez o mais sério seja a falta de diálogo dentro da estrutura
partidária. Os deputados petistas no Congresso Nacional reclamam que o
presidente Lula nunca fez reunião com sua bancada parlamentar. Então
precisam também fazer reuniões e estarem dispostos a ouvir seus
eleitores.
Recomeçar pela escuta do povo é o pontapé inicial. Expulsar os
corruptos do PT. Vencer o debate interno, sob as regras criadas pelo
inimigo. Trazer de volta aqueles que baixaram a cabeça. A batalha como
sempre é injusta. E a solução mais racional, para alguns, será
escolher um novo caminho. "Muda a marca, mas continua a luta pela
Cidadania do nosso povo". Será que diremos isso?
O mito Lula perdeu força. E, em Pernambuco, Miguel Arraes de Alencar
deixa saudade. No PT, ou fora dele, será preciso ter propostas e
ideais ainda mais avançados que a Democracia do início dos anos 80.
Fui eleitor de Chico Alencar na última eleição, pois passei um ano
morando na querida Vila Isabel. Orgulhosamente, acompanho a atuação do
parlamentar na Câmara Federal. Escrevo essas poucas linhas para dizer
que sua atuação tem servido para encontrar algumas formas de
encontrarmos saídas no mar de lama que se tornou nosso partido.
Como assessor de imprensa do presidente da Comissão de Defesa da
Cidadania da Assembléia Legislativa aqui de Pernambuco, o deputado
estadual Roberto Leandro, vejo na proximidade que Chico Alencar faz
questão de manter com o seu eleitorado (participando de diversos
fóruns e valorizando um encontro semanal, numa carioquíssima política
de rua), no uso da Internet como ferramenta para aproximar o mandato
dos eleitores e finalmente na atuação séria e transparente na Comissão
de Ética da Câmara Federal um dos poucos motivos de inspiração nessa
crise que tomou conta do meu partido.
A caminhada não é fácil companheiros. Obrigado aos que estão conosco.
reunir forças para continuar. Não é fácil.
Em recente reunião realizada para dar um pontapé inicial no trabalho
de reconstruir o PT aqui em Pernambuco um militante histórico das
esquerdas lembrava da tradição de se gritar: "O Socialismo morreu?
Viva o Socialismo!". Ninguém teve coragem de fazer essa saudação para o PT.
No fundo do poço, nem mesmo os deputados Roberto Leandro e Paulo Rubem
Santiago tinham forças para traçar novos caminhos. Queriam ouvir da
multidão quais seriam os esforços possíveis.
Mas a multidão ainda estava chorando. As discussões inflamadas com
familiares e amigos. O dinheiro gasto para se fazer as primeiras
campanhas (e, para alguns, até mesmo em empreitadas recentes). O suor
derramado. A perda do mito. A vergonha diante dos próprios filhos.
Alguns desistiram de assistir o Jornal Nacional.
Veio do Padre Reginaldo Velozo o primeiro flerte com uma nova (antiga)
caminhada. Fazendo um paralelo com os antigos partidos comunistas do
Brasil, ele lembrou que a diferença do PT era o fato de ter crescido
de baixo para cima.
"Nascemos criticando as estruturas centralizadoras dos partidos
comunistas do Leste Europeu", lembrou o religioso. Para então admitir
que na Década de 90 o PT foi reestruturado para garantir o predomínio
do grupo liderado por José Dirceu (Campo Majoritário), que acabou com
a Democracia interna (muitas vezes se utilizando de manipulação para
vencer eleições e mudar o Estatuto do PT).
O discurso do Orçamento Participativo nas gestões petistas não ilude
mais nem mesmo os gestores do Partido. Muito menos a população. No
Recife, o principal responsável pelas ouvidas é candidato a um cargo
parlamentar. E essa gestão, apesar de ter proximidade, nem faz parte
do grupo de José Dirceu.
Talvez o mais sério seja a falta de diálogo dentro da estrutura
partidária. Os deputados petistas no Congresso Nacional reclamam que o
presidente Lula nunca fez reunião com sua bancada parlamentar. Então
precisam também fazer reuniões e estarem dispostos a ouvir seus
eleitores.
Recomeçar pela escuta do povo é o pontapé inicial. Expulsar os
corruptos do PT. Vencer o debate interno, sob as regras criadas pelo
inimigo. Trazer de volta aqueles que baixaram a cabeça. A batalha como
sempre é injusta. E a solução mais racional, para alguns, será
escolher um novo caminho. "Muda a marca, mas continua a luta pela
Cidadania do nosso povo". Será que diremos isso?
O mito Lula perdeu força. E, em Pernambuco, Miguel Arraes de Alencar
deixa saudade. No PT, ou fora dele, será preciso ter propostas e
ideais ainda mais avançados que a Democracia do início dos anos 80.
Fui eleitor de Chico Alencar na última eleição, pois passei um ano
morando na querida Vila Isabel. Orgulhosamente, acompanho a atuação do
parlamentar na Câmara Federal. Escrevo essas poucas linhas para dizer
que sua atuação tem servido para encontrar algumas formas de
encontrarmos saídas no mar de lama que se tornou nosso partido.
Como assessor de imprensa do presidente da Comissão de Defesa da
Cidadania da Assembléia Legislativa aqui de Pernambuco, o deputado
estadual Roberto Leandro, vejo na proximidade que Chico Alencar faz
questão de manter com o seu eleitorado (participando de diversos
fóruns e valorizando um encontro semanal, numa carioquíssima política
de rua), no uso da Internet como ferramenta para aproximar o mandato
dos eleitores e finalmente na atuação séria e transparente na Comissão
de Ética da Câmara Federal um dos poucos motivos de inspiração nessa
crise que tomou conta do meu partido.
A caminhada não é fácil companheiros. Obrigado aos que estão conosco.
15.8.05
Cara de adolescente
Apesar de falar muito nunca fui no Aterro Sanitário da Muribeca. Passo pela frente toda semana. E converso muito com o pessoal que trabalha lá, catando lixo, e as vezes com os policiais. Algum dia vou lá.
Semana passada fui na Fundac de Abreu e Lima. Digamos que continuo sem conhecer o ambiente, porque fui acompanhando uma visita da Comissão de Defesa da Cidadania da Assembléia. Ou seja, era uma realidade muito diferente do que Maria Sobral deve pegar toda semana (segundo Julia ela faz isso toda semana mesmo?). Mas só das conversas com o pessoal da administração já fico chocado com a distância entre mundo real e administração de recursos públicos.
Antes mesmo de entrar nas celas uma coisa que me chamou atenção foi a sinceridade com que os diretores da unidade tratam os assuntos. Os problemas são tão graves que eles esquecem de fazer Política e expoem mesmo as mazelas e até mesmo as divergências internas.
Cada quartinho é mais ou menos do tamanho da minha cama de casal e abriga entre três e cinco meninos. Quase todos estão sem colchões, pois foram queimados em rebeliões. Fora o tamanho, parece uma cadeia normal porque, além das grades, sempre tem uns posters de mulheres nuas pelas paredes.
Os meninos estão atualmente sem direito a banho de sol. É uma punição porque eles realizaram cinco rebeliões em 2005. Só que punição maior é ter de dividir aquele espaço com tanta gente. A Fundac era para abrigar 60 e já contou com mais de 200, depois de vários incêndios tem 180 atualmente.
Na minha mente imunda fiquei pensando a quantidade de estupros que aquele pessoal devia se vitimar. Mas depois soube que os estupradores eram vistos com muito preconceito e são até separados do restante dos adolescentes (talvez isso evite um pouco essa atrocidade). Outros que recebem cuidados especiais são pessoas que mataram as mães. Pareceu-me uma coisa muito sintomática.
A reforma da unidade custaria R$320 mil, mas a verba não foi nem mesmo sinalizada. Toda a área administrativa está queimada. Salas de aula destruídas. Redes elétrica e hidráulica em péssimo estado. Isso sem falar nos equipamentos (pelo menos colchonetes). Seria pouco dinheiro se aquilo fosse tratado como pertencente a nossa realidade, mas o discurso vigente incentiva à marginalização.
- Consertar para ter outra rebelião?
Essa é a pergunta. Reforçada pelo fato dos meninos justificarem as revoltas com argumentos considerados fracos (solicitam Bolacha Vitarella, pernoite, galinha assada). Mas a realidade está muito evidente, mesmo para quem vai ali de passagem como eu.
Um menino que entra ali com cara de criança e consegue sair sem ter perdido o semblante deve ser pura obra do destino. Por que aquilo ali é uma máquina de tirar esperanças. E o pior é que vi muitas pessoas ali com cara de adolescente. Justamente o que eles não deviam perder.
Uma informação que chamou minha atenção: a verba de custeio para manter mensalmente 180 adolescentes é de R$500. Imagine isso para uma pessoa que trabalha em um gabinete parlamentar.
O pior é que os juízes continuam mandando gente para dentro, sem pena. E o Governo do Estado faz de conta que se preocupa e continua mentindo dizendo que vai criar uma unidade modelo em Jaboatão. Se fosse para criar alguma coisa que preste deviam ser vários locais que dessem para abrigar pelo menos a quantidade de adolescentes que estão presos atualmente. Tapar o sol com peneira não adianta.
Semana passada fui na Fundac de Abreu e Lima. Digamos que continuo sem conhecer o ambiente, porque fui acompanhando uma visita da Comissão de Defesa da Cidadania da Assembléia. Ou seja, era uma realidade muito diferente do que Maria Sobral deve pegar toda semana (segundo Julia ela faz isso toda semana mesmo?). Mas só das conversas com o pessoal da administração já fico chocado com a distância entre mundo real e administração de recursos públicos.
Antes mesmo de entrar nas celas uma coisa que me chamou atenção foi a sinceridade com que os diretores da unidade tratam os assuntos. Os problemas são tão graves que eles esquecem de fazer Política e expoem mesmo as mazelas e até mesmo as divergências internas.
Cada quartinho é mais ou menos do tamanho da minha cama de casal e abriga entre três e cinco meninos. Quase todos estão sem colchões, pois foram queimados em rebeliões. Fora o tamanho, parece uma cadeia normal porque, além das grades, sempre tem uns posters de mulheres nuas pelas paredes.
Os meninos estão atualmente sem direito a banho de sol. É uma punição porque eles realizaram cinco rebeliões em 2005. Só que punição maior é ter de dividir aquele espaço com tanta gente. A Fundac era para abrigar 60 e já contou com mais de 200, depois de vários incêndios tem 180 atualmente.
Na minha mente imunda fiquei pensando a quantidade de estupros que aquele pessoal devia se vitimar. Mas depois soube que os estupradores eram vistos com muito preconceito e são até separados do restante dos adolescentes (talvez isso evite um pouco essa atrocidade). Outros que recebem cuidados especiais são pessoas que mataram as mães. Pareceu-me uma coisa muito sintomática.
A reforma da unidade custaria R$320 mil, mas a verba não foi nem mesmo sinalizada. Toda a área administrativa está queimada. Salas de aula destruídas. Redes elétrica e hidráulica em péssimo estado. Isso sem falar nos equipamentos (pelo menos colchonetes). Seria pouco dinheiro se aquilo fosse tratado como pertencente a nossa realidade, mas o discurso vigente incentiva à marginalização.
- Consertar para ter outra rebelião?
Essa é a pergunta. Reforçada pelo fato dos meninos justificarem as revoltas com argumentos considerados fracos (solicitam Bolacha Vitarella, pernoite, galinha assada). Mas a realidade está muito evidente, mesmo para quem vai ali de passagem como eu.
Um menino que entra ali com cara de criança e consegue sair sem ter perdido o semblante deve ser pura obra do destino. Por que aquilo ali é uma máquina de tirar esperanças. E o pior é que vi muitas pessoas ali com cara de adolescente. Justamente o que eles não deviam perder.
Uma informação que chamou minha atenção: a verba de custeio para manter mensalmente 180 adolescentes é de R$500. Imagine isso para uma pessoa que trabalha em um gabinete parlamentar.
O pior é que os juízes continuam mandando gente para dentro, sem pena. E o Governo do Estado faz de conta que se preocupa e continua mentindo dizendo que vai criar uma unidade modelo em Jaboatão. Se fosse para criar alguma coisa que preste deviam ser vários locais que dessem para abrigar pelo menos a quantidade de adolescentes que estão presos atualmente. Tapar o sol com peneira não adianta.
12.8.05
De volta
Estou voltando. Ainda queria contratar alguém para ajeitar a cara desse blog. Mas vou voltando. Agora não estou em condições de falar de Política. Minha mãe me disse: "se lembre que o PFL era pior". Como eu não consigo passar isso nas minhas palavras então prefiro deixar elas só no ar.
Por enquanto vou escrevendo outras bobagens.
Por enquanto vou escrevendo outras bobagens.
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