7.4.08

Meus quatro paletós

Saí da casa de Tuti hoje às 5 da manhã. R$30 depois eu estava no Aeroporto dos Guararapes. Comprei a Folha de Pernambuco para ler o Caderno de Esportes, já tinha a Folha de S. Paulo, ainda li um capítulo do mais recente livro de Anthony Bourdain (Maus Bocados). Enfim, 9 horas estava em Brasília. O ônibus passou bem na hora que cheguei na parada. Às 10h, já estava em casa.

- Dado. Você pode ir para o Palácio do Planalto? Para o anúncio da Medida Provisória que vai atender aos estados do Nordeste? O negócio das chuvas...

- Estou saindo Josilene.

Pedi o táxi. Nem troquei de paletó. Catei só uma gravata vermelha. E tome tentar dar o nó... Putz, tocou o interfone e nada de acertar. Perguntei ao motorista. Nada feito. Fui com ele mal feito mesmo. Diga-se, meu nó de gravata já é feioso, sem a ajuda da Internet ficou um negócio altamente malamanhado.

- Caramba, como tais suado...

Disse à colega que era por conta do trajeto todo. Mentira, era de tentar acertar o nó.

Na hora do almoço dei uma roubada numa gravata de Paulo Rubem, que estou devolvendo exatamente agora (diga-se de passagem!). Já estava com o nó preparado.

Mas esperando aquela coletiva, a minha segunda no Planalto, fiquei pensando como era estranho eu ter comprado quatro paletós na Vila Romana. Faz uns cinco anos. Quando cheguei na casa de Marcos Lima ele tirou a maior onda da minha cara. Mas acho que imaginava, no fundo, que ia realizar isso aqui.

Ser repórter no Congresso Nacional está longe de ser meu sonho. Mas é uma passagem muito importante na minha vida. Pelo menos para poder dizer tranquilamente que quero viver de fritar camarão ao alho e óleo em um boteco de Maragogi.

Sentei no Comitê de Imprensa do Senado e Renata Giraldi falava alguma coisa de comida. Uns pratos meio finos para mim, mas achei bom lembrar que detrás daquele profissionalismo todo mundo é gente no final das contas.

E fiquei pensando aqui nos caminhos da gente com um texto de Tapioca. Eu disse a minha ex-mulher que queria ser escritor, virei jornalista e sonho em viver de cozinhar. Ele está preocupado de não seguir o caminho imaginado. Mas é manter o foco e a gente chega em algum lugar.

Ser repórter pelo menos é um caminho para ser escritor. Para cozinhar? Num tem muito link não. Mas ajuda a formar a personalidade que tenho.

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