23.10.09

Olimpíadas no Rio de Janeiro


Faz tempo que queria escrever sobre as Olimpíadas no Rio. Fui mais um dos brasileiros que acordou naquele dia e chorou ao ver o vídeo de propaganda.

http://www.youtube.com/watch?v=9Wrm0KI3XlY

É evidente que tem vários motivos que me fazem saber que o tema me emociona. Sou apaixonado pelo Rio de Janeiro, tenho adoração pelo esporte de alto rendimento e sempre sonhei com o ambiente de pluralidade que se repete em grandes eventos esportivos e tem o ápice há cada quatro anos.

No dia da vitória, fiquei pensando que queria transformar esse blog em um espaço somente de discussão da organização da Copa do Mundo e principalmente das Olimpíadas de 2016. É o trabalho que me imagino fazer com mais prazer. E espero me organizar para fazer isso com bastante profissionalismo no futuro.

Acabou que demorou para eu entrar no tema. Mas li algo no blog de Bernardo e decidi retomar agora.


Evidente que fico preocupado por todos os desvios de recursos que ficaram evidentes após a realização do Pan no Rio. Só que vejo mais pelos pontos positivos. Não o estádio que ficou, a rua pavimentada ou o cachorro quente vendido aos turistas.

Para mim, existem associações que virão futuramente, que estão implícitas no vídeo de Fernando Meirelles. O próprio fato do Rio agora vir a ser cidade olímpica é fruto direto do Pan ter mostrado que a violência urbana é séria, mas que não é insuportável.

Isso é um primeiro passo. O outro é Hommer Simpson comprar fruta na feira das Laranjeiras, ouvir samba na Vila Isabel, ver na TV incessantemente a beleza da Baia de Botafogo, se hospedar na Gloria porque os hoteis de Copacabana vão estar lotados e contar vantagem quando voltar para Wisconsyn.

Tudo bem. Ele pode até dizer que as cariocas são fáceis!? Mentir é parte do acordo. Mas vai também levar uma lembrança de um momento mágico em sua vida, que por gerações novos e novos Bart e Liza vão imaginar poder repetir.


E a dialética é verdadeira. O aprendizado passa também pelos vendedores de fruta se forçarem a vender o produto para os estrangeiros. Pelos jornalistas cariocas aprenderem a vender suas fotos para a imprensa européia. E por criar um hábito de defender nossa cultura fortemente, execrando as simplificações que são comuns em todo o mundo.

Afinal, mulher brasileira tem peitão. O Brasil é o País do voleibol. Música típica quem faz é a gauchada. A melhor comida brasileira é feita pelos italianos em São Paulo. Baiano é um povo sofrido e trabalhador. E o melhor carnaval do mundo é em Olinda. E quando isso tudo virar lugar comum vamos criar novas verdades.

A primeira tarefa com certeza é essa de agora. Cada um em seu papel de eleitor, jornalista, político ou engenheiro exigir que a construção do projeto Rio 2016 seja feito diante de novos padrões de transparência, que não nos envergonhe diante do mundo e não roube as verbas do nossos caóticos sistemas de Saúde e Educação.

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