Quem não entende o tamanho das brigas internas do PT pode até não acreditar, mas essa me parece a explicação mais plausível para algo tão inesperado. O presidente Lula não votou em Ricardo Berzoini para favorecer a candidatura de Valter Pomar, nas eleições internas do Partido.
Os dois candidatos são oriundos da Articulação, que viria a se dividir em duas correntes diferentes o Campo Majoritário (que é uma extensão da Articulação Unidade e Luta) e a Articulação de Esquerda.
Ou seja, ambos têm anos e anos de convivência com o presidente da República. Após o racha, Ricardo Berzoini continuou na elite do grupo de Lula e Valter Pomar, apesar de estar na outra corrente, foi eleito vice-presidente do Partido.
Nenhum dos dois parece realmente causar calafrios em Lula.
É a explicação mais plausível para que o prefeito do Recife tenha resolvido mudar de opinião e apoiar Valter Pomar e Carlos Padilha. Traindo seu super-secretário e homem de confiança que contava com o seu voto, Dílson Peixoto. Ele já sabia da posição de Lula.
O presidente da República não vai precisar declarar voto para Valter Pomar no Segundo Turno. No máximo, pode dar alguma declaração dizendo que ambos têm condições de fazer um bom trabalho.
Mas, conquistando alguns apoios como o do prefeito do Recife, espera ter garantido a derrota da candidatura de Plínio de Arruda Sampaio. O deputado constituinte que, com seus cabelos brancos, vem fazendo a cabeça da juventude petista.
É que a vitória de Plínio poderia realmente abalar os alicerces criados pelo presidente Lula, José Dirceu e Companhia Limitada.
O ideal para Lula talvez seja mesmo a vitória de Pomar. Pois assim, o Partido dos Trabalhadores poderia tentar realmente vender a imagem de uma reconstrução. Mas para bom entendedor uma palavra basta.
Articulação.
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