Ontem um cara queria me convencer a tomar um copo de cerveja de R$35. Não, obrigado. Brasília tem muita gente rica.
Hoje estava falando com Bernardo sobre as pessoas que a gente encontra no Congresso. Clodovil, ministros, Chico Alencar (para mim é como se ele fosse ator da Globo), jornalistas, os deputados pernambucanos que toda vez penso que me conhecem (e as vezes conhecem mesmo, fiquei conversando com Rands hoje no elevador), muitos jornalistas, muitos mesmo.
Acho interessante o sutaque genérico do povo de Brasília. Eles estão acostumados com as diferenças... A foto é de Bernardo.
Soltei a âncora mais uma vez. Vim passar um ano morando em Nova Orleans e quero contar para os amigos algumas histórias sobre minhas pedaladas aqui na América do Norte. Sou geminiano, então pode esperar tudo menos uniformidade!
28.3.07
Educação Infantil: entre as promessas e a prática
O ministro da Educação, Fernando Haddad, nesta terça-feira (27), durante audiência na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados realizada para discutir o Plano de Desenvolvimento da Educação, anunciou a criação do Proinfância. "Seguindo o exemplo do que foi implementado pelo Promed (no Ensino Médio)" o programa irá financiar a construção e reforma de creches para diminuir o deficit de vagas na Educação Infantil.
Relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2008, o deputado federal Paulo Rubem (PT-PE) realizou levantamento para mostrar que o programa orçamentário Desenvolvimento da Educação Infantil (1065) apresentou, em 2006, execução orçamentária ínfima. Do total de R$27,9 milhões autorizados, somente R$6,6milhões foram efetivamente pagos, o que representa apenas 24%.
A ação Apoio à reestruturação da rede física pública de Educação Infantil especificamente teve aprovados mais de R$22 milhões, mas foram pagos apenas R$4.348.940, incluindo restos a pagar que tinham ficado de anos anteriores. A única das quatro ações do Programa 1065 que teve um índice de pagamento efetivo acima de 50% é relativa à aquisição de equipamento para a Rede Física de Educação Infantil.
O parlamentar petista acredita que a implantação do PDE não deve servir para que se subtraiam as metas estabelecidas para 2010 pelo Plano Nacional de Educação, que foi aprovado pela Câmara dos Deputados, e em seu lugar sejam criadas outras mais longas. "Precisamos ter uma avaliação para saber onde erramos, onde faltaram recursos e onde acertamos", afirma o petista
O deputado, que é professor da Universidade Federal de Pernambuco, acredita que a sociedade precisa ser mobilizada para fiscalizar a execução das verbas para Educação. Paulo Rubem acredita que, assim, o PDE não será apenas um modismo publicitário para aproveitar o momento posterior ao anúncio do PAC.
A necessidade de abrir vagas na Educação Infantil é reconhecida por todos. A necessidade de fiscalizar a execução do orçamento público também deve ser.
Relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2008, o deputado federal Paulo Rubem (PT-PE) realizou levantamento para mostrar que o programa orçamentário Desenvolvimento da Educação Infantil (1065) apresentou, em 2006, execução orçamentária ínfima. Do total de R$27,9 milhões autorizados, somente R$6,6milhões foram efetivamente pagos, o que representa apenas 24%.
A ação Apoio à reestruturação da rede física pública de Educação Infantil especificamente teve aprovados mais de R$22 milhões, mas foram pagos apenas R$4.348.940, incluindo restos a pagar que tinham ficado de anos anteriores. A única das quatro ações do Programa 1065 que teve um índice de pagamento efetivo acima de 50% é relativa à aquisição de equipamento para a Rede Física de Educação Infantil.
O parlamentar petista acredita que a implantação do PDE não deve servir para que se subtraiam as metas estabelecidas para 2010 pelo Plano Nacional de Educação, que foi aprovado pela Câmara dos Deputados, e em seu lugar sejam criadas outras mais longas. "Precisamos ter uma avaliação para saber onde erramos, onde faltaram recursos e onde acertamos", afirma o petista
O deputado, que é professor da Universidade Federal de Pernambuco, acredita que a sociedade precisa ser mobilizada para fiscalizar a execução das verbas para Educação. Paulo Rubem acredita que, assim, o PDE não será apenas um modismo publicitário para aproveitar o momento posterior ao anúncio do PAC.
A necessidade de abrir vagas na Educação Infantil é reconhecida por todos. A necessidade de fiscalizar a execução do orçamento público também deve ser.
27.3.07
Primeira impressão
Logo que cheguei na França tive a mesma impressão, de que as coisas que imaginavam eram mesmo parecidas com a realidade.
Desci do Aeroporto e Duda me levou logo para a Câmara, dei uma voltinha pela Esplanada dos Ministérios e fui logo para o gabinete.
- Vou precisar desse paletó no Seminário?
- Não.
Foi verdade. Não precisava mesmo. Mas é interessante que entrei no Anexo IV sem dizer nada, mas quando fui passar para o Anexo II me pediram o crachá.
E até nesse encontro tinham vários assessores de imprensa de gravata e tudo.
Só estou achando meio diferente a proximidade entre a contravenção e o Poder. Fui pegar ônibus com Bernardo no fim do expediente de frente para o Congresso Nacional.
- Essas vans são irregulares mesmo?
- São. O transporte público aqui é uma bagunça.
Desci do Aeroporto e Duda me levou logo para a Câmara, dei uma voltinha pela Esplanada dos Ministérios e fui logo para o gabinete.
- Vou precisar desse paletó no Seminário?
- Não.
Foi verdade. Não precisava mesmo. Mas é interessante que entrei no Anexo IV sem dizer nada, mas quando fui passar para o Anexo II me pediram o crachá.
E até nesse encontro tinham vários assessores de imprensa de gravata e tudo.
Só estou achando meio diferente a proximidade entre a contravenção e o Poder. Fui pegar ônibus com Bernardo no fim do expediente de frente para o Congresso Nacional.
- Essas vans são irregulares mesmo?
- São. O transporte público aqui é uma bagunça.
19.3.07
Coração indignado
É terrível.
Mas tão terrível quanto, ou pior, é abrir o jornal e saber da filha de Newton Carneiro pronta para receber uma indenização de 900.000,00 pq machucou a mãozinha ladra num festa da Fundação Yaponatan, presidida pela sua irmãzinha solidária e atenta aos meios escusos de roubar o povo.
Para chegar neste ponto, muita gente - juízes, amigos, advogados, - sorriu maliciosamente. Aplaudiu ou se calou, desejando fazer o mesmo. Muitos conhecidos nossos, pernambucanos legitimos, nesta hora em que lhes escrevo, nos seus apartamentos de 3.000.000,00, arquitetam planos para ligar o imenso aspirador da riqueza e das esperanças e sugar toda substância que embasa um mínimo de acordo social.
A classe média omissa, alienada, não entende que para ser pobre e suportar a exclusão, os pobres têm que se entender em um contexto mínimo de acordo social, de legitimidade, de respeito a algumas regras que lhes permitam aceitar e viver com aumentos de 5 reais enquanto seus políticos acham pouco seus 46%?
O cinismo vem sendo o mote sobre o qual o Brasil dominante estabelece as nossas regras de convivência. Cinismo desmistifica e desestrutura a ordem das coisas. Com que motivos se justificam tamanhas diferenças?
O povo pobre brasileiro está exposto a 6 a 8 médias de tv diárias onde a mensagem final é compre, compre compre. Todo nosso sistema simbólico está montado no cinismo do Biguibroder, do consumismo desenfreado e na calcinha preta.
Até as igrejas, baluartes da moral, se reinventaram na teologia do bem viver e usufruir que levou o bispo da renascer para a cadeia no Estados Unidos, com todo perdão e indignaçãp das coniventes elites dominantes brasileiras loucas para carregar dolares nas cuecas.
Se a tv ensina o consumo, milhares de escolas ensinam e treinam os jovens nas práticas cotidianas da permissividade. Ninguem ensina, ninguem aprende, não existe hierarquias, respeito ao outro, manda quem pode e fala mais alto.
A violência nos prende nos muros com cercas eletrificadas ou nos emboscam nas ruas de boa viagem. Ela, é também, terrivel nos barracos, nos ônibus, nas salas de aula e nas ruas escuras dos bairros populares.
Eu só tenho perguntas, um coração indignado e uma prática cotidiana de tentar fazer alguma coisa que levante a bandeira da justiça, da solidariedade, da inclusão. Tenho também dois carros para dar ré e uma cerca elétrica no meu prédio. Mas até quando?
Inalda
Mas tão terrível quanto, ou pior, é abrir o jornal e saber da filha de Newton Carneiro pronta para receber uma indenização de 900.000,00 pq machucou a mãozinha ladra num festa da Fundação Yaponatan, presidida pela sua irmãzinha solidária e atenta aos meios escusos de roubar o povo.
Para chegar neste ponto, muita gente - juízes, amigos, advogados, - sorriu maliciosamente. Aplaudiu ou se calou, desejando fazer o mesmo. Muitos conhecidos nossos, pernambucanos legitimos, nesta hora em que lhes escrevo, nos seus apartamentos de 3.000.000,00, arquitetam planos para ligar o imenso aspirador da riqueza e das esperanças e sugar toda substância que embasa um mínimo de acordo social.
A classe média omissa, alienada, não entende que para ser pobre e suportar a exclusão, os pobres têm que se entender em um contexto mínimo de acordo social, de legitimidade, de respeito a algumas regras que lhes permitam aceitar e viver com aumentos de 5 reais enquanto seus políticos acham pouco seus 46%?
O cinismo vem sendo o mote sobre o qual o Brasil dominante estabelece as nossas regras de convivência. Cinismo desmistifica e desestrutura a ordem das coisas. Com que motivos se justificam tamanhas diferenças?
O povo pobre brasileiro está exposto a 6 a 8 médias de tv diárias onde a mensagem final é compre, compre compre. Todo nosso sistema simbólico está montado no cinismo do Biguibroder, do consumismo desenfreado e na calcinha preta.
Até as igrejas, baluartes da moral, se reinventaram na teologia do bem viver e usufruir que levou o bispo da renascer para a cadeia no Estados Unidos, com todo perdão e indignaçãp das coniventes elites dominantes brasileiras loucas para carregar dolares nas cuecas.
Se a tv ensina o consumo, milhares de escolas ensinam e treinam os jovens nas práticas cotidianas da permissividade. Ninguem ensina, ninguem aprende, não existe hierarquias, respeito ao outro, manda quem pode e fala mais alto.
A violência nos prende nos muros com cercas eletrificadas ou nos emboscam nas ruas de boa viagem. Ela, é também, terrivel nos barracos, nos ônibus, nas salas de aula e nas ruas escuras dos bairros populares.
Eu só tenho perguntas, um coração indignado e uma prática cotidiana de tentar fazer alguma coisa que levante a bandeira da justiça, da solidariedade, da inclusão. Tenho também dois carros para dar ré e uma cerca elétrica no meu prédio. Mas até quando?
Inalda
9.3.07
Doutor Julio se orgulharia
George Bush não deve saber. Nem precisa. Afinal, nunca ouvi falar que o Sindaçucar esteja realmente investindo pesado em alguma tecnologia para melhorar a qualidade dos nossos biocombustíveis ou se está continua sendo bancado por gente que nem mesmo respeita os mínimos direitos trabalhistas (para não falar do Direito de Propriedade). Mas fico pensando como meu bisavô se orgulharia do nosso quadro político atual. O líder do Governo na Câmara Federal é José Mucio Monteiro. Na Assembléia Legislativa, João Fernando Coutinho foi para um posto mais importante, mas exerce a mesma função, além da Primeira Secretaria. Além disso, o governador Eduardo Campos ainda premiou a Agroindústria de Vitória de Santo Antão com o posto de procurador geral do Ministério Público de Pernambuco. A Esquerda são os usineiros? Ou os usineiros são a Esquerda? Sem preconceitos. Mas o quadro deve revelar alguma coisa.
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