O basquete masculino do Brasil perdeu sua principal chance de chegar às Olimpíadas. Liderou o placar durante a maior parte do tempo na semi-final contra a Argentina e acabou deixando os hermanos vencerem em partida que pouco importava aos portenhos. Para nós, o jogo era chave porque os argentinos pouparam suas principais estrelas, inclusive o craque Ginnobili. Eles sabiam que estariam nos Jogos Olímpicos, pois são um dos quatro principais centros do esporte no mundo. Mas o Brasil foi vencido por Luís Scola e mais que isso pelos seus próprios erros.
O exemplo do basquete é um sintoma.
O Brasil tem um histórico de vitórias e de formar grandes atletas na modalidade. Oscar Schimidt, mesmo sem nunca ter ido aos palcos da NBA, é considerado um dos maiores jogadores da história. Paula e Hortência marcaram dois países ao serem elogiadas por Fidel Castro.
Depois de um marasmo de quase uma década, contamos com uma geração extremamente privilegiada no basquete masculino. Nenê e Leandrinho são jogadores de destaque na NBA. Mas temos outros que buscam espaço na liga americana: Alex, Baby, Marquinhos, Thiago Splitter e Anderson Varejão.
O pivô pernambucano JP Batista e Marcelinho Machado foram buscar um espaço na Ucrânia. Os times que os dois defendem decidiram o torneio local, com vantagem para o do ala-armador. Outros atletas se espalham por torneios fortes que são disputados na Espanha e Italia.
Durante o torneio, muita ciumeira entre os atletas. Marquinhos foi cortado e deu entrevista dizendo que o treinador não sabia explorar o potencial do elenco e privilegiava Nenê e Leandrinho. Nezinho, principal jogador da Universo, equipe campeã do Brasileiro, chegou a se negar a entrar em quadra.
Pior que isso, o Campeonato Nacional continua esvaziado. O time daqui de Brasília foi campeão sem nem conseguir empolgar a Capital Federal. E a Liga, que o craque Oscar tentou organizar, até agora não pegou.
Nos clubes, é dirigente cobrando percentual de jogador. É treinador virando dublê de empresário. As escolas sem nenhum programa sério de formação de cidadãos com uma vivência séria da prática esportiva, que além de gerar renda, diverte e melhora a qualidade de vida das pessoas. E são poucas as universidades que investem na formação de equipes profissionais ou semi-profissionais.
Por sinal, o basquete é uma modalidade onde isso parece ser uma idéia muito interessante.
Talvez cinco ou seis universidades mantendo grupos fortes em Pernambuco e levando os seus principais atletas para uma Liga Nacional, quem sabe defendendo as cores de times do futebol, poderiam criar um esquema mais fixo.
A Universo investe bastante e em vários centros, mas isso ainda é muito pouco. Nem para isso a febre de faculdades particulares serve?
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