6.2.08

Evoluções carnavalescas


Já era Quarta-feira e o cansaço de fim de Eu acho é pouco não chegava. A dor das pernas, que tinham corrido Olinda de trás pra frente mais uma vez, ficou para trás ao encontrar Chico novamente. Levei ele para dentro do córdão.

- Você não que está sem camisa. (Paulinho)

Não queria fazer nenhuma confusão. Vim encostar ao lado da casa para assistir as evoluções do pirralho no estandarte do Eu acho é pouquinho. Quando a bateria mandou todo mundo abaixar, acertei um beijo na testa dele.

- Vai lá menino. Se fosse meu filho eu já estava derretendo de choro. (Ciara)

O pirralho tem um estilo próprio de evolução. Toma a brincadeira como obrigação. Meio que pra provar que no meio do Coutinho tem um Amorim. Ou que na pura desorganização tem um sentido. Uma evolução.

- Toma minha camisa Dado. Vai que isso tu não pode perder não. (Clemente)

Procurei seguir o estilo dele. Com as carreiras e paradinhas. Passos certos, sempre passando por trás de quem segura o estandarte do Eu acho é pouco. E fui jogando o vermelho e amarelo cada vez mais alto. Olhando para aquele menino que era só um projeto a tão pouco tempo.

- Agora sou eu que vou com Anna. (Luciana)

Fui encontrar Clemente que estava com minha camisa do Laço Branco, como quem diz que não precisa nem devolver o que era dele. Dessa vez, não teve palavras. Apenas um longo e carinhoso abraço de fim de Carnaval.

E lágrimas. Faço suas minhas gotas de felicidade. E vamos à vida que ela corre! Mas antes disso passei no Recife Antigo para ver o Patafu e bater cabeça com Xandinho e Raquel ouvindo Nirvana e um som totalmente de quando éramos adolescentes.
Foi um Carnaval bem vivido. Ainda bem que a tristeza veio no sábado para chegar na Quarta em êxtase.

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