O deputado cassado José Dirceu escreveu artigo colocando uma interrogação após a expressão alternativa verde. Para ele, parece uma construção tucana travestida de “uma alternativa que apresente novo discurso e nova imagem que tentem sangrar o bloco popular liderado pelo presidente Lula e pelo PT”.
Uma filiação da ex-petista, fundadora do Partido dos Trabalhadores, referência internacional na luta pela Amazônia, nem se efetivou e já causa ansiedade em quem arquitetou todo o plano de domínio do poder do grupo paulista capitaneado pela dupla Lula-Dirceu, que agora vê em Dilma Roussef a imagem da continuidade desenvolvimentista.
O debate do Desenvolvimento Sustentável e da Ecologia não é mais uma temática. É o foco central de uma política que vem sendo construída desde a Década de 90 e ainda não ganhou corpo eleitoral aqui no Brasil.
Desenvolvimento sustentável é discutir o inchaço do Legislativo em todo o País. Colocar na pauta diária dos jornais a discussão do Orçamento Público. Esmiuçar os investimentos feitos para a Copa do Mundo de 2014 e para a implantação de coleta seletiva em uma pequena cidade nordestina.
Ecologia é o investimento em fontes alternativas de energia. Criar fontes de renda através da reciclagem para as populações pobres dos nossos grandes centros urbanos. Defender nossos parques, as reservas ecológicas e os campos de várzea dos subúrbios. E ter coragem política para enfrentar a necessidade de uma Reforma Agrária.
Muitos sonhos. Mas essas duas temáticas passam prioritariamente pela defesa da qualidade de vida da população brasileira.
Uma chapa encabeçada por Marina vai obrigatoriamente forçar a discussão do papel do PT no nosso País. Mas se ficar apenas nisso seria uma perda enorme de oportunidade. Para bom entendedor, a seringueira me parece muito mais opositora de uma candidatura tucana do que a mídia expõe. Ela significa uma defesa do princípio democrático, de uma política fraterna, que denuncia a mudança de legislação oportunista utilizada para reeleger FHC.
Como Obama representou o respeito a diferença. Marina é a encarnação da maternidade, no sentido da defesa dos direitos do próximo. E falo isso do alto da minha posição de pai, que luta pela igualdade dos direitos nesta que é a única fronteira em que as mulheres nos obrigam a engolir em seco sua superioridade.
”Seu papel nas batalhas pela emancipação de nossa gente lhe garante o direito de disputar qualquer função pública em nosso país”, diz o deputado cassado.
Também acredito no papel educativo que essa candidatura possa ter em novas eleições. Imagine nacionalmente uma candidatura que critique a poluição visual das eleições. Que, a exemplo da Obama, venha a fazer realmente da Internet um veículo primordial de sua construção.
Pensei nisso a partir do meu blog. Depois de anos sem muito debate, me lembrei da eleição Roberto Magalhães X João Paulo, quando começaram a haver trocas de impressões sobre as candidaturas ao se colocar a hipótese desta candidatura.
A primeira argumentação contrária do ex-presidente do PT é lembrando escolhas políticas de integrantes do PV. Mas será que depois de tantos dólares nas cuecas os petistas ainda não aprenderam que numa eleição o que se leva em conta são as boas possibilidades? Os defeitos podem dificultar alguns votos, mas todos sabemos que temos defeitos com todos os nossos esforços.
Marina pode até não se candidatar ou ficar pelo meio do caminho, mas uma candidatura dela teria tido um papel fundamental como tiveram o saudoso Partido dos Trabalhadores da Década de 80 e o PSDB de Mario Covas.
E não se engane companheiro José Dirceu. Sou um bom exemplo de quem lutou e acreditou no PT e dei meu primeiro voto a Lula. Hoje tenho três opções de voto para presidente: Marina, Serra ou Aécio. E muitos amigos estão na mesma situação.
Mauricio Rands acha que a culpa é de Lula. Vai entender. No meu espírito paternal, que não chega nem perto mesmo do que o de uma mãe, acho que os petistas têm mesmo de passar um tempo pensando. Não vai ser fácil eles se perdoarem por terem cassado José Dirceu e absolvido o outro Zé, Presidente.
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