24.12.09

Espírito natalino


Não gosto muito de Natal. Mas quando é para pegar um mote a gente aproveita o que estiver mais perto.

A Justiça decidir entregar uma criança ao vencedor de uma batalha judicial pela sua guarda justamente na véspera de Natal é um negócio sério. Por que não fizeram dois dias antes? Ai chega um bando de jornalista de ressaca e coloca a foto dessa criança abraçado ao padrasto estampada nos maiores portais do Brasil. Uma coisa de um desrespeito sem tamanho.

Ao contrário de um adolescente que trafica drogas, o menino filho de um americano com uma brasileira não tem culpa nenhuma da mãe ter morrido. Também não há como dizer que as famílias americana ou brasileira estejam longe dos seus papéis naturais, ambas querem manter a criança no seu convívio.

Acontece que a Justiça brasileira demorou para dizer o óbvio. O menino tem pai! Não tem o que discutir. Se ele é órfão de um lado, não havendo impedimento, quem vai cuidar do filho é quem está vivo.

São criados motivos para dizer que o americano tem todos os defeitos do mundo, nunca vi uma acusação séria. Ele pode ser um mal pai? Tanto quanto a avó, o padrasto ou todos da família brasileira. Até que uma decisão transitada em julgado mostre o contrário.

A maioria dos jornalistas que cobriram esse caso aqui no Brasil sempre fizeram um trabalho bambo. Como o narrador da Globo que torce para o juiz favorecer o time sulista. Só que, felizmente, o Brasil tem que respeitar os tratados internacionais de Justiça.

Bom Natal!

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