Todo louco tem um momento de sanidade. Todos nós temos um pouco de doidos. Mas os movimentos do prefeito João da Costa foram calculados friamente neste início de 2010. Nada me causou mais estranheza do que uma coletiva para anunciar que não ia ser realizado o projeto da Refinaria Multicultural do Sítio da Trindade?
Moro do lado do Sítio da Trindade. Conheço grande parte dos frequentadores. Tive oportunidade de discutir diretamente a questão com o secretário de Cultura, Renato L. Aquela mudança repentina de postura tinha de ter alguma explicação lógica.
Ela veio como um típico consultor político orientaria: logo depois do Carnaval e no meio de vendaval de discussões políticas nacionais (São Paulo e o Distrito Federal estão fervendo e dessa vez o Mensalão tá levando gente pra cadeia!). Uma empresa paulista quer construir um centro de compras na Tamarineira.
O prefeito João da Costa agora não se pronuncia. É obrigação dele se posicionar sobre uma transação comercial que vai gerar impacto no trânsito, no meio ambiente e na saúde da cidade. Mas ele sabe que qualquer deslize pode mostrar que ninguém anuncia um plano de investimento deste porte sem ter a segurança jurídica que só um gestor poderia dar.
How insensitive.
http://www.youtube.com/watch?v=itF1OMeeCuQ
Vou ficar ouvindo Pat Metheny, porque dessa vez a insensatez do gestor foi pelo menos para um pouco mais longe da minha janela. Mas acho que a mobilização para transformar esse projeto em algo útil socialmente é fundamental. Por que não colocar essa Refinaria Multicultural lá na Tamarineira? Aquela área tem todas as características de limite entre a classe média e o subúrbio que temos aqui também em Casa Amarela, coisa que era a grande argumentação do secretário João Roberto Peixe para a localização do empreendimento.
Soltei a âncora mais uma vez. Vim passar um ano morando em Nova Orleans e quero contar para os amigos algumas histórias sobre minhas pedaladas aqui na América do Norte. Sou geminiano, então pode esperar tudo menos uniformidade!
24.2.10
8.2.10
Eu acho é pouco mesmo
Não gosto de Carnaval. Nunca gostei. Já vim não sei quantas vezes ficar em Olinda com minha mãe. Sempre foi péssimo. Os adultos querendo me levar para ver os blocos. E os pirralhos com as brincadeiras idiotas deles. Nunca gostei de brincar de boneco, meu negócio é futebol, vôlei, basquete. Na pior das hipóteses, botão.
Só me restava ficar assistindo aos desfiles das escolas de samba do Rio. Pelo menos tem muita mulher bonita.
Esse ano até que estava bom, mas no último dia meu pai resolveu me trazer com ele. Quer dizer, acho que ele não arrumou com quem me deixar. Por isso, acabei tendo que vir a reboque e ele está enchendo a cara. Acabou a garrafinha de whisky e já está comprando uma latinha de cerveja. Isso não vai dar certo.
- Eu acho é pouco. Já passou por aqui?
- Passou agorinha. Deve estar no Eufrasio Barbosa. Corre que vocês pegam ele na primeira parada.
- Vamos lá filho! Quero ver se esse futebol está dando resultado.
Carreira! Papai é meio barrigudo, mas ele sempre corre na Jaqueira. Eu que não vou dizer que estou ficando cansado. Para quando for no parque ele ficar me desafiando. "Quero ver se você consegue fazer cooper por um quilômetro sem parar". Eu gosto de correr rápido e quando canso continuo andando. E daí?!
Por que os blocos não saem aqui embaixo. Olinda tem dezenas de ruas largas e arborizadas, mas elas ficam vazias enquanto lá em cima é o maior aperto. Aquele cheiro de xixi, gente suada roçando no nosso corpo e imagina para uma criança de 11 anos o calor e a agonia de ficar ali olhando para as bundas das pessoas. Sem conseguir ver para onde está indo.
"Eu vou esse ano pra lua, não é privilégio, foguete já tem..."
Sempre troco a letra dessa música. Mas adoro ela. Já me disseram que meu pai cantava ela para eu ir dormir quando era pequeno. Bem que era bom ir para a lua. Pelo menos não ia ter que ficar aqui e aguentar os adultos que querem me fazer gostar do Carnaval. Nem todo mundo gosta de bagunça.
Papai acha que essa orquestra é a do Eu acho é pouco. Até parece que dá para reconhecer pela música, como se só esse bloco tivesse um saxofone. Ele pode entender muito de jazz, mas aqui em Olinda durante o Carnaval para cada rua tem uns três blocos sempre tocando os mesmos frevos.
Capaz dele estar certo mesmo, tem um monte de gente de vermelho e amarelo perto daquela esquina. Essas cores eu me lembro. Adoro a camisa que minha irmã me deu. Tem os nomes de um bocado de gente conhecida. Alguns amigos do meu pai e da minha mãe.
Mas acho que não. O bloco deve ter passado por aqui, mas agora está tocando é samba. Isso sim é Carnaval. Deve ser uma escola de samba muito boa. Mas todo mundo está com as cores do bloco, deve ter acabado e o pessoal ficou para ouvir essa bateria. Que bateria!
Papai está cheirando um negócio na camisa.
- Vamos filho que é o Eu acho é pouco mesmo. Toma aqui para você. Mas só cheira pelo nariz.
Eita que perfume delicioso. Deixa a gente leve. Com esse negócio eu ganho fácil os cem metros rasos das Olimpíadas de Barcelona. E olha que eu só vou ter 14 anos. Estou ouvindo uns sininhos nos meus ouvidos. Devo estar ficando bêbado de tanto tomar gole da cerveja das pessoas.
Que menina linda sambando. Poxa, ela está aqui sozinha. Acho que ela deve ter minha idade. Talvez um pouco mais velha, acho que não. É muito pequenininha. Linda. Eu amo Helena e sempre vou amar. Mas nunca tinha visto uma menina tão bonita, parece que o nome dela é Mariana.
Como samba bonito. Tem uns cachinhos de princesa no cabelo. Um sorriso corajoso de segurança. Fico sonhando e imaginando em fazer dela a minha namorada. Queria tanto ter coragem para falar com ela. Mas essa minha timidez...
Está ficando na cara. Não consigo tirar os olhos dessa menina. Também ela tão branquinha, sambando no meio desses negros enormes. Acho que todo mundo está olhando para ela. Ou será que só sou eu? Vou tentar virar meu olho para outro canto.
O bêbado e a equilibrista. Nome engraçado desse bar e tem uns desenhos super bonitos. Queria mesmo um amendoim ou uma batata frita, essa corridinha me deixou com fome. Mas lá vem Graça com um sarapatel.
- Quero não. Não gosto.
- E uma tapioca?
- Tá bom...
Nunca tinha visto uma tapioca tão grande. Acho que essa mulher errou na quantidade de coco e queijo. Não dá nem para fechar os dois lados. Bom para mim, estava morrendo de fome mesmo. Quase não aguento esperar ela fazer. Eita, não tinha nem notado que parou a batucada.
- Pai quero ir no banheiro.
- Faz ali mesmo na árvore.
Estou morrendo de vontade. Mas não aguento quando meu pai me diz isso. Será que ele não encherga que por isso fica o maior cheiro ruim na cidade? Por aqui deve ter algum banheiro. Vou por ali. Eita, está ficando escuro. Poxa, alguém devia ter vindo comigo. Vou voltar.
Ainda bem que voltei logo, a orquestra já está se organizando para sair de novo. O pessoal não ia gostar nada se perdessem o bloco por estarem me esperando. Mas vou ter que ceder e fazer xixi por aqui mesmo. Não estou me aguentando. Vou ali para trás que pelo menos ninguém vai ver minha pitoca.
"Olinda, quero cantar a ti essa canção, teus coqueirais, o teu sol, o teu mar, faz brilhar meu coração, de amor, a sonhar, salve Olinda sem igual, salve o teu Carnaval"
Essa música realmente eu adoro. Me lembro tanto de cantar no Instituto Capibaribe. Se o hino do colégio sempre me fez chorar, essa música sempre me abriu o coração. Pena que meus amigos não estão aqui para cantar comigo, próximo ano acho que vou chamar Rafa e Duda para virem comigo ver esse bloco.
Eita, parece que agora a gente vai subir para a Cidade Alta. Caramba, já tinha esquecido como estou cansado. E só estou vendo ladeira na minha frente. Quanta gente. E esse dragão ainda fica enchendo o saco. Poxa, leva esse negócio lá para frente para abrir caminho. Não custa nada.
Agora vai ter confusão. Tem duas turmas, uma quer subir e a outra quer ir por baixo. Caramba, essa ladeira é muito grande. Não estou aguentando mais. Tomara que já esteja acabando. Tomara que eu não tenha que subir. Tomara que meu pai se toque que estou morto.
- Criança sobe de ré!
Papai sobe a Ladeira da Misericórdia sambando. Eu segui o conselho dele. E ainda fui dos primeiros a chegar no Alto da Sé. Fiquei esperando lá de cima ver o bloco passar, mas onde está aquela menina tão linda. Por aqui não está. Será que foi embora? Estava mesmo tarde para ela ficar sozinha aqui por Olinda.
Agora é descida. Eu não estou nem mais sentindo minhas pernas de tão cansado. Nunca tinha visto esta vista do Recife, no horizonte. E uma menina toda sorridente. Cabelos lisos cor de Eu acho é pouco, pernas longas e magras, parece uma mulher, num corpo de criança.Como ela dança. Mas cadê a menina dos cachinhos? Fico olhando para a outra e de repente encontro o meu sonho.
O bloco aperta o passo. E eu me perco do meu sonho. Será que ela riu para mim? Será que ela olhou para mim?
A roda de samba volta a se formar, é a segunda parada do bloco.
- Vamos filho. Graça tem que botar teu irmão para dormir.
Logo agora que eu encontrei a menina que estava procurando. Caramba, essa Mariana é muito mais bonita que Helena. Um peitinho de mulher. Acho que vi o sutiã dela quando estava frevando, com a camisa toda molhada. A pele bem lisinha de bebê.
Estação final do número 1989.
Era o começo dos meus carnavais.
Só me restava ficar assistindo aos desfiles das escolas de samba do Rio. Pelo menos tem muita mulher bonita.
Esse ano até que estava bom, mas no último dia meu pai resolveu me trazer com ele. Quer dizer, acho que ele não arrumou com quem me deixar. Por isso, acabei tendo que vir a reboque e ele está enchendo a cara. Acabou a garrafinha de whisky e já está comprando uma latinha de cerveja. Isso não vai dar certo.
- Eu acho é pouco. Já passou por aqui?
- Passou agorinha. Deve estar no Eufrasio Barbosa. Corre que vocês pegam ele na primeira parada.
- Vamos lá filho! Quero ver se esse futebol está dando resultado.
Carreira! Papai é meio barrigudo, mas ele sempre corre na Jaqueira. Eu que não vou dizer que estou ficando cansado. Para quando for no parque ele ficar me desafiando. "Quero ver se você consegue fazer cooper por um quilômetro sem parar". Eu gosto de correr rápido e quando canso continuo andando. E daí?!
Por que os blocos não saem aqui embaixo. Olinda tem dezenas de ruas largas e arborizadas, mas elas ficam vazias enquanto lá em cima é o maior aperto. Aquele cheiro de xixi, gente suada roçando no nosso corpo e imagina para uma criança de 11 anos o calor e a agonia de ficar ali olhando para as bundas das pessoas. Sem conseguir ver para onde está indo.
"Eu vou esse ano pra lua, não é privilégio, foguete já tem..."
Sempre troco a letra dessa música. Mas adoro ela. Já me disseram que meu pai cantava ela para eu ir dormir quando era pequeno. Bem que era bom ir para a lua. Pelo menos não ia ter que ficar aqui e aguentar os adultos que querem me fazer gostar do Carnaval. Nem todo mundo gosta de bagunça.
Papai acha que essa orquestra é a do Eu acho é pouco. Até parece que dá para reconhecer pela música, como se só esse bloco tivesse um saxofone. Ele pode entender muito de jazz, mas aqui em Olinda durante o Carnaval para cada rua tem uns três blocos sempre tocando os mesmos frevos.
Capaz dele estar certo mesmo, tem um monte de gente de vermelho e amarelo perto daquela esquina. Essas cores eu me lembro. Adoro a camisa que minha irmã me deu. Tem os nomes de um bocado de gente conhecida. Alguns amigos do meu pai e da minha mãe.
Mas acho que não. O bloco deve ter passado por aqui, mas agora está tocando é samba. Isso sim é Carnaval. Deve ser uma escola de samba muito boa. Mas todo mundo está com as cores do bloco, deve ter acabado e o pessoal ficou para ouvir essa bateria. Que bateria!
Papai está cheirando um negócio na camisa.
- Vamos filho que é o Eu acho é pouco mesmo. Toma aqui para você. Mas só cheira pelo nariz.
Eita que perfume delicioso. Deixa a gente leve. Com esse negócio eu ganho fácil os cem metros rasos das Olimpíadas de Barcelona. E olha que eu só vou ter 14 anos. Estou ouvindo uns sininhos nos meus ouvidos. Devo estar ficando bêbado de tanto tomar gole da cerveja das pessoas.
Que menina linda sambando. Poxa, ela está aqui sozinha. Acho que ela deve ter minha idade. Talvez um pouco mais velha, acho que não. É muito pequenininha. Linda. Eu amo Helena e sempre vou amar. Mas nunca tinha visto uma menina tão bonita, parece que o nome dela é Mariana.
Como samba bonito. Tem uns cachinhos de princesa no cabelo. Um sorriso corajoso de segurança. Fico sonhando e imaginando em fazer dela a minha namorada. Queria tanto ter coragem para falar com ela. Mas essa minha timidez...
Está ficando na cara. Não consigo tirar os olhos dessa menina. Também ela tão branquinha, sambando no meio desses negros enormes. Acho que todo mundo está olhando para ela. Ou será que só sou eu? Vou tentar virar meu olho para outro canto.
O bêbado e a equilibrista. Nome engraçado desse bar e tem uns desenhos super bonitos. Queria mesmo um amendoim ou uma batata frita, essa corridinha me deixou com fome. Mas lá vem Graça com um sarapatel.
- Quero não. Não gosto.
- E uma tapioca?
- Tá bom...
Nunca tinha visto uma tapioca tão grande. Acho que essa mulher errou na quantidade de coco e queijo. Não dá nem para fechar os dois lados. Bom para mim, estava morrendo de fome mesmo. Quase não aguento esperar ela fazer. Eita, não tinha nem notado que parou a batucada.
- Pai quero ir no banheiro.
- Faz ali mesmo na árvore.
Estou morrendo de vontade. Mas não aguento quando meu pai me diz isso. Será que ele não encherga que por isso fica o maior cheiro ruim na cidade? Por aqui deve ter algum banheiro. Vou por ali. Eita, está ficando escuro. Poxa, alguém devia ter vindo comigo. Vou voltar.
Ainda bem que voltei logo, a orquestra já está se organizando para sair de novo. O pessoal não ia gostar nada se perdessem o bloco por estarem me esperando. Mas vou ter que ceder e fazer xixi por aqui mesmo. Não estou me aguentando. Vou ali para trás que pelo menos ninguém vai ver minha pitoca.
"Olinda, quero cantar a ti essa canção, teus coqueirais, o teu sol, o teu mar, faz brilhar meu coração, de amor, a sonhar, salve Olinda sem igual, salve o teu Carnaval"
Essa música realmente eu adoro. Me lembro tanto de cantar no Instituto Capibaribe. Se o hino do colégio sempre me fez chorar, essa música sempre me abriu o coração. Pena que meus amigos não estão aqui para cantar comigo, próximo ano acho que vou chamar Rafa e Duda para virem comigo ver esse bloco.
Eita, parece que agora a gente vai subir para a Cidade Alta. Caramba, já tinha esquecido como estou cansado. E só estou vendo ladeira na minha frente. Quanta gente. E esse dragão ainda fica enchendo o saco. Poxa, leva esse negócio lá para frente para abrir caminho. Não custa nada.
Agora vai ter confusão. Tem duas turmas, uma quer subir e a outra quer ir por baixo. Caramba, essa ladeira é muito grande. Não estou aguentando mais. Tomara que já esteja acabando. Tomara que eu não tenha que subir. Tomara que meu pai se toque que estou morto.
- Criança sobe de ré!
Papai sobe a Ladeira da Misericórdia sambando. Eu segui o conselho dele. E ainda fui dos primeiros a chegar no Alto da Sé. Fiquei esperando lá de cima ver o bloco passar, mas onde está aquela menina tão linda. Por aqui não está. Será que foi embora? Estava mesmo tarde para ela ficar sozinha aqui por Olinda.
Agora é descida. Eu não estou nem mais sentindo minhas pernas de tão cansado. Nunca tinha visto esta vista do Recife, no horizonte. E uma menina toda sorridente. Cabelos lisos cor de Eu acho é pouco, pernas longas e magras, parece uma mulher, num corpo de criança.Como ela dança. Mas cadê a menina dos cachinhos? Fico olhando para a outra e de repente encontro o meu sonho.
O bloco aperta o passo. E eu me perco do meu sonho. Será que ela riu para mim? Será que ela olhou para mim?
A roda de samba volta a se formar, é a segunda parada do bloco.
- Vamos filho. Graça tem que botar teu irmão para dormir.
Logo agora que eu encontrei a menina que estava procurando. Caramba, essa Mariana é muito mais bonita que Helena. Um peitinho de mulher. Acho que vi o sutiã dela quando estava frevando, com a camisa toda molhada. A pele bem lisinha de bebê.
Estação final do número 1989.
Era o começo dos meus carnavais.
5.2.10
O Bolsa Família e uma aula de cidadania
Missão internacional teve conversa com beneficiários do programa
"Essa ciranda não é minha só.
Ela é de todos nós, é de todos nós.
A melodia principal quem diz.
É a primeira voz, é a primeira voz.
Pra se dançar ciranda...
Juntamos mão com mão.
Formando uma roda.
Cantando uma canção".
A melodia de Capiba, cantada no encerramento de um encontro de beneficiários do Bolsa Família em Jaboatão Centro, ardeu profundamente em quem entendia e mesmo nos que pouco compreendem do português. A simplicidade da letra do compositor pernambucano, na voz das mães e pais de jovens da segunda maior cidade do Estado, ficou ainda mais viva com os relatos de uma realidade de muita pobreza, proximidade com a violência e especialmente o terror do crack.
Uma missão do Banco Mundial chefiada por David Ian Walker teve a oportunidade de conversar com cerca de 30 beneficiários, que relataram as principais dificuldades que tinham com o programa. A principal queixa dos beneficiários foi o valor do benefício repassado pelo Governo Federal, considerado insuficiente pela maioria dos presentes. No entanto, todos foram unânimes em elogiar e defender a permanência do programa.
Mãe de sete filhos, a jovem Rosineide Santos disse que o pai de seis dos meninos faleceu. A principal fonte de renda da família é o programa, ela recebia R$15, corrigiu o seu cadastro ano passado e agora está recebendo R$167. Ela pediu principalmente a criação de cursos profissionalizantes gratuitos, tanto para os adolescentes que estão saindo do programa como para as mães e pais. No grupo de 30, apenas quatro estavam trabalhando nenhum deles com carteira assinada.
Uma outra mãe reclamou da demora para ter o benefício de volta, após haver sido corrigido um erro no seu cadastro. "A primeira leva de pedidos de reversão de cancelamentos que fizemos em 2009 teve 747 beneficiários, destes 693 retornaram. O processo leva de seis a doze meses para ser respondido pelo Ministério de Desenvolvimento Social", explicou a coordenadora do Programa Bolsa Família, Roberta Leite. Os representantes do Banco Mundial ficaram de levar as reinvindicações das famílias ao Governo Federal.
Chefe da Missão, David Ian Walker, elogiou muito o trabalho de fiscalização e regularização do Bolsa Família em Jaboatão. Para ele, "esse programa tem o objetivo de garantir o mínimo para o maior número de pessoas possível. É preciso ter a perspectiva de que o trabalho precisa ser iniciado, fazer coisas relevantes e que fazem sentido", explicou, admitindo que o benefício é apenas um paliativo e que são necessárias outras políticas públicas para solucionar o problema social no Brasil.
Ela é de todos nós, é de todos nós.
A melodia principal quem diz.
É a primeira voz, é a primeira voz.
Pra se dançar ciranda...
Juntamos mão com mão.
Formando uma roda.
Cantando uma canção".
A melodia de Capiba, cantada no encerramento de um encontro de beneficiários do Bolsa Família em Jaboatão Centro, ardeu profundamente em quem entendia e mesmo nos que pouco compreendem do português. A simplicidade da letra do compositor pernambucano, na voz das mães e pais de jovens da segunda maior cidade do Estado, ficou ainda mais viva com os relatos de uma realidade de muita pobreza, proximidade com a violência e especialmente o terror do crack.
Uma missão do Banco Mundial chefiada por David Ian Walker teve a oportunidade de conversar com cerca de 30 beneficiários, que relataram as principais dificuldades que tinham com o programa. A principal queixa dos beneficiários foi o valor do benefício repassado pelo Governo Federal, considerado insuficiente pela maioria dos presentes. No entanto, todos foram unânimes em elogiar e defender a permanência do programa.
Mãe de sete filhos, a jovem Rosineide Santos disse que o pai de seis dos meninos faleceu. A principal fonte de renda da família é o programa, ela recebia R$15, corrigiu o seu cadastro ano passado e agora está recebendo R$167. Ela pediu principalmente a criação de cursos profissionalizantes gratuitos, tanto para os adolescentes que estão saindo do programa como para as mães e pais. No grupo de 30, apenas quatro estavam trabalhando nenhum deles com carteira assinada.
Uma outra mãe reclamou da demora para ter o benefício de volta, após haver sido corrigido um erro no seu cadastro. "A primeira leva de pedidos de reversão de cancelamentos que fizemos em 2009 teve 747 beneficiários, destes 693 retornaram. O processo leva de seis a doze meses para ser respondido pelo Ministério de Desenvolvimento Social", explicou a coordenadora do Programa Bolsa Família, Roberta Leite. Os representantes do Banco Mundial ficaram de levar as reinvindicações das famílias ao Governo Federal.
Chefe da Missão, David Ian Walker, elogiou muito o trabalho de fiscalização e regularização do Bolsa Família em Jaboatão. Para ele, "esse programa tem o objetivo de garantir o mínimo para o maior número de pessoas possível. É preciso ter a perspectiva de que o trabalho precisa ser iniciado, fazer coisas relevantes e que fazem sentido", explicou, admitindo que o benefício é apenas um paliativo e que são necessárias outras políticas públicas para solucionar o problema social no Brasil.
1.2.10
O bom senso venceu o PT!
Recife deve ganhar museu a céu aberto no Sítio da Trindade
O Sítio da Trindade deverá abrigar um grande museu arqueológico a céu aberto. Esse foi o anúncio feito pelo prefeito do Recife, João da Costa, na manhã desta sexta-feira (29), durante visita ao local. A Refinaria Multicultural que seria instalada no Sítio, no entanto, será transferida para uma outra área, também no bairro de Casa Amarela. O motivo das mudanças foi o parecer do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do departamento de arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) que se mostrou contrário à construção dos dois prédios da Refinaria na área, considerada de importância histórica.
Agora, a prefeitura precisa encontrar um novo ponto para a construção da refinaria. “Já temos o dinheiro, que é o mais difícil, falta só encontrar um outro local na região e começar as obras”, afirmou João da Costa. As novas construções ocupariam cerca de 2% do total da área do Sítio e foram orçados em R$ 1,6 milhão, com recursos provenientes do Ministério da Cultura. O prefeito lembrou que apesar da mudança do projeto, as atividades culturais como oficinas de dança e música, já implantadas no Sítio da Trindade serão mantidas, principalmente em épocas festivas como São João, Natal e carnaval.
Já o sítio arqueológico continuará sendo pesquisado pela UFPE, que propõe a construção de um museu a céu aberto no local, com uma maquete gigante e placas sinalização, além de um memorial no casarão do Sítio, onde deverão ser abrigados os achados arqueológicos já encontrados. “O fortim que existia aqui e do qual achamos parte do fosso e a base das muralhas, tem importância não só para Pernambuco, mas para a história do Brasil. Foram nas batalhas de resistência contra a ocupação Holandesa travadas nessa região que começamos a formar a noção de pátria”, explicou o professor Marcos Aurélio, coordenador do departamento de arqueologia da UFPE.
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