Jampa me perguntou quantos assaltos tinha tido na minha casa. Marta só via engarrafamentos, pouca grana e invasão de privacidade no Brasil. Como primeira resposta cheguei a dizer que o Governo Britânico apoiava Bush na campanha nazista dele. E que meu presidente - finalmente - é Lula. Bem, mas isso já entrou para a realidade. Se é que merecia mesmo ser motivo de orgulho. Ainda mais, a França tem um monte de intelectuais chatos que proibiram o Exército deles de ir matar iraquianos.
Quem lê jornal pela internet deve ficar doido mesmo com a violência. É a mesma coisa de uma pessoa que só anda com o vidro do carro fechado. E nunca conversa com as pessoas que ganham um salário mínimo (é muito engraçado aquele papo - já pensou que existe gente vivendo com R$240). Mas eu estou falando de pessoas cuja sensibilidade tem dois tons a mais do que a maioria. E que já foram maloqueiros do Recife. Por mais que minha irmã nunca tenha tido o mesmo conhecimento com os ladrões do Alto da Sé de um Gustavo Eckardt, ou mesmo de uma Rosinha. Nem nunca (me parece) tenha simpatizado com os traficantes do Poço da Panela.
Andava de metrô no Rio. Era excelente. No Recife ando de ônibus. Não senti falta das kombis. Vocês podem argumentar que soube escolher onde morar (estarão certos, eu podia ser corretor de imóvel facilmente pois escolher casa é comigo). A verdade é que quando deixo o carro em casa sempre estive muito bem servido de transportes. E também é verdade que sem gastar um aluguel de R$550 a história seria diferente.
A última vez que fui roubado era do Capibaribe. Marta deve ser a única pessoa que se lembra que eu chorei no Shopping Recife porque queria uma bolsa da Company. Tem pior. Tinha vergonha de levar meus amigos lá pra casa porque eles iam notar que não tinha (?) video-cassete. E chorei quando ganhei uma Cruiser do meu pai. Felicidade? Não porque queria uma Caloi 10. PRECISAVA SER ROUBADO. O incrível é que levaram justamente a bicicleta, a bolsa e um Vale A (que foi mais uma esmola para o mala).
Não estou imune a roubos. Estou só afirmando que fui assaltado três vezes na minha época mais metido a rico. E desde lá o máximo que eu cheguei perto de um assalto foi o pessoal atravessando pro outro lado da rua com medo de Bernardo (brincadeira). E que é difícil estar bem em qualquer lugar do mundo. Mas se alguém quiser um curso de um estilo de vida criado a partir da observação da casa de Joelson, Ana e Juca. Digo adaptado porque meu café é cuado, mas o certo era copiado. Passa lá em casa.
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