28.1.04

Me sinto personagem de Chico Buarque

“Se era tão simples: por que sofremos por tanto tempo?”

Em artigo publicado no Diario de Pernambuco um vereador pergunta “Se era tão simples: por que sofremos por tanto tempo?”, se referindo à inversão do trânsito de Boa Viagem. Não foi uma mudança simples. A Administração Municipal realizou uma ação enorme, que tinha grandes riscos, já que a mudança no hábito dos motoristas poderia (e pode ainda, por isso todo a precaução da Prefeitura do Recife) causar acidentes graves.

A inversão é – e isso não podemos nem queremos negar – bem menos custosa do que alternativas sugeridas por alguns setores da nossa sociedade. Mas tem se mostrado bastante eficiente, nesses primeiros dias, e terá resultados ainda melhores depois dos ajustes que a CTTU vem realizando e algumas intervenções pontuais que ainda se mostram necessárias. Obras físicas são as melhores oportunidades para políticos deixarem na memória da população o seu trabalho, mas nem sempre são a melhor coisa a se fazer com o dinheiro público.

A gestão do prefeito João Paulo tem sabido realizar as obras que são necessárias para a melhoria do nosso trânsito, mas se orgulha em dizer que tem técnicos competentes que são capazes de dinamizar a utilização das vias públicas de maneira econômica. E, o principal, coragem para decidir. A mesma que motivou-nos a enfrentar de frente problemas que nenhuma gestão conseguiu solucionar, como acabar com o transporte clandestino e transformar a avenida Caxangá em um desenvolvido corredor de tráfego.

Sobre o pessimismo de algumas pessoas que vibram para que a inversão no trânsito de Boa Viagem não dê certo. Falar em enganação é não perceber as mudanças que estão acontecendo. Ou seria intencional tentar desviar a atenção da opinião pública? Equivoca-se quem julga que a operação é uma medida eleitoreira e quando se argumenta sobre mudanças estruturais e não se menciona que medidas seriam essas, tal subjetividade sim, sugere mera manobra, ou simples inconseqüência do que é dito.

Falar sem a devida propriedade, não esclarece, além de abrir um precedente: Quando o vereador Marcos Menezes fala no volume crescente de veículos e na falta de espaço para carros, o que sugere ele? Reduzir os espaços de calçadas para ampliar as vias? E então comprometer a circulação dos pedestres? Ou seria a desapropriação de imóveis para passar vias mais largas? E aí sim, comprometer a estrutura econômica do comércio local. Para quem acha que teoria e prática são como água e óleo e não se misturam, falar é fácil. O agir é o que marca o tempo.

Já esperávamos que algumas pessoas tocessem contra, mas nossa principal motivação foi construirmos um trânsito melhor, priorizando o bem comum e vibrando com o incentivo da população que se mostrou confiante nas mudanças. E a melhor resposta são as avenidas Conselheiro Aguiar, Domingos Ferreira e Boa Viagem cheias de carros e fluindo na onda verde (quando todos os semáforos ficam abertos para os veículos).

Não poderia deixar de encerrar lembrando o esforço dos funcionários da Prefeitura do Recife. O êxito dessa operação é uma conquista de todos nós. Do prefeito João Paulo ao estagiário que fez questão de não cumprir nossas orientações para estar em Boa Viagem durante a madrugada do dia 24 de janeiro, para participar daquele momento tão importante. Encerro deixando meu muito obrigado a esses trabalhadores e aos recifenses que dão o suporte necessário para que possamos fazer da nossa atuação um ponto importante na história do trânsito da nossa cidade.

A grande obra é cuidar das pessoas.

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