Soltei a âncora mais uma vez. Vim passar um ano morando em Nova Orleans e quero contar para os amigos algumas histórias sobre minhas pedaladas aqui na América do Norte. Sou geminiano, então pode esperar tudo menos uniformidade!
29.5.07
Propaganda descarada
Estava atualizando o blog de Chico ontem. Depois me toquei que aqui não tinha o link. Visitem: www.berrodosilencio.blogspot.com.
26.5.07
Minha musa da semana
No gabinete de Roberto Leandro eu era a tendência Chico Alencar e Rodolfo a ala Ivan Valente. Falei com os dois em Brasilia essa semana. De relance, mas são meus ídolos. Assim como meus amigos vão ter ídolos na cena trance ou na dança contemporânea. Mas a verdade é que tenho aprendido a gostar mais de uma ex-petista.
http://carosamigos.terra.com.br/nova/ed122/erundina.asp
http://carosamigos.terra.com.br/nova/ed122/erundina.asp
24.5.07
O sopro, o respiro e a cagada
Me lembro de uma conversa com um ator recifense há muitos anos atrás. Ele falava de um amigo meu, dizendo que o cara quando subia no pálco respirava fundo e enchia os pulmões com a sensação do "eu sou artista".
Por mais que o cara tivesse interpretando um puta personagem a gente só conseguia prestar atenção no tom acima em que ele se colocava.
Acho que o cara já aprendeu a soprar, mas me lembrei disso hoje lendo um texto super metido. Por mais que achasse a informação importante não consigo ler esse tipo de coisa.
Principalmente se for literatura. O ator as vezes vai para o palco descalço para mostrar que é um ser livre. O cara que escreve pode até estar de sandálias, mas vai explicar que botou porque o chão estava frio.
Um texto teórico muitas vezes é escrito com as palavras mais difíceis por dificuldade do autor de sair do mundo elaborado onde atua. Acho mais cagada ainda quando o cara quer fazer literatura e vai procurar as palavras mais difíceis para impressionar as menininhas.
Agora convenhamos, soltar o respiro e digitar a brisa ou as trovoadas é tarefa para poucos.
Por mais que o cara tivesse interpretando um puta personagem a gente só conseguia prestar atenção no tom acima em que ele se colocava.
Acho que o cara já aprendeu a soprar, mas me lembrei disso hoje lendo um texto super metido. Por mais que achasse a informação importante não consigo ler esse tipo de coisa.
Principalmente se for literatura. O ator as vezes vai para o palco descalço para mostrar que é um ser livre. O cara que escreve pode até estar de sandálias, mas vai explicar que botou porque o chão estava frio.
Um texto teórico muitas vezes é escrito com as palavras mais difíceis por dificuldade do autor de sair do mundo elaborado onde atua. Acho mais cagada ainda quando o cara quer fazer literatura e vai procurar as palavras mais difíceis para impressionar as menininhas.
Agora convenhamos, soltar o respiro e digitar a brisa ou as trovoadas é tarefa para poucos.
23.5.07
Deputados só pensam naquilo...
Acaba de ser votado na Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional o relatório preliminar do deputado federal João Leão (PP-BA) para a Lei de Diretrizes Orçamentárias 2008. A sessão foi um bom exemplo do clima que impera no centro do poder.
Antes da reunião, os líderes tiveram uma reunião e convenceram o deputado baiano a retirar de sua proposta a inclusão de um anexo de metas. Ele aproveitou e, já que não era mais com ele, diminuiu os valores dessa peça que caíram de R$37 bilhões para R$26,4 bilhões. Será que essa discussão era importante? São bilhões mesmo!
A mudança ocorreu depois do deputado Paulo Rubem (PT-PE) denunciar os super-poderes da Comissão Mista de Orçamento e colocar entre as metas do grupo de trabalho que irá investigar a legislação anti-corrupção a maior participação popular no processo de planejamento e execução dos orçamentos públicos.
Durante a reunião o assunto que imperou foi corrupção e a Operação Navalha. Paulo Rubem disse que era preciso aproveitar o momento para dar mais poderes aos órgãos investigativos e melhorar a legislação anti-corrupção, especialmente favorecendo a transparência. João Leão respondeu dizendo que nunca em sua vida tinha visto um deputado, qualquer que fosse, "propor coisa que não seja correta".
Mas a verdade é que o relator foi obrigado a diminuir seus poderes pelos líderes, que sentiram a pressão popular após mais uma operação bem sucedida da Polícia Federal. Vários outros deputados falaram abertamente sobre o que estava os preocupando naquele momento, corrupção, e o orçamento foi votado rapidamente. Afinal, ninguém estava muito atento a isso mesmo.
Antes da reunião, os líderes tiveram uma reunião e convenceram o deputado baiano a retirar de sua proposta a inclusão de um anexo de metas. Ele aproveitou e, já que não era mais com ele, diminuiu os valores dessa peça que caíram de R$37 bilhões para R$26,4 bilhões. Será que essa discussão era importante? São bilhões mesmo!
A mudança ocorreu depois do deputado Paulo Rubem (PT-PE) denunciar os super-poderes da Comissão Mista de Orçamento e colocar entre as metas do grupo de trabalho que irá investigar a legislação anti-corrupção a maior participação popular no processo de planejamento e execução dos orçamentos públicos.
Durante a reunião o assunto que imperou foi corrupção e a Operação Navalha. Paulo Rubem disse que era preciso aproveitar o momento para dar mais poderes aos órgãos investigativos e melhorar a legislação anti-corrupção, especialmente favorecendo a transparência. João Leão respondeu dizendo que nunca em sua vida tinha visto um deputado, qualquer que fosse, "propor coisa que não seja correta".
Mas a verdade é que o relator foi obrigado a diminuir seus poderes pelos líderes, que sentiram a pressão popular após mais uma operação bem sucedida da Polícia Federal. Vários outros deputados falaram abertamente sobre o que estava os preocupando naquele momento, corrupção, e o orçamento foi votado rapidamente. Afinal, ninguém estava muito atento a isso mesmo.
21.5.07
Síndrome de Super Homem
Lembro um dia. Sentado no banco da Pracinha do CPOR. Não sabia bem se era criança ainda. Devia estar na minha pré-adolescência. Com um pouco de medo. Será que isso aqui tudo está acontecendo só para testarem minhas reações.
Isso aqui, eu pensava o mundo. A China vencer o Brasil no vôlei feminino. Tudo mesmo!
Chegava a imaginar até que os jogos de futebol eram todos armados. Não era nem pelo jeito simples, de simplesmente se criar um placar, eram todos atores que tinham o script inteiro da partida marcado. Imagine como devia dar trabalho quando eu ia assistir uma partida no estádio? Tinha que combinar com a torcida toda também.
Deve ter um nome isso. Sei que durou muito na minha cabeça. Isso de me achar no centro do mundo. Até hoje tenho dificuldade de me lembrar quando levei um fora de uma menina? Mas também de quantas eu corri atrás. O pior é que isso tem explicação. Como é que alguém que se acha o centro do mundo vai poder encarar a derrota.
Não no jogo de botão. Ou mesmo na partida de seu time. A mulher amada não lhe querer. Pode se tornar mais importante nunca saber o resultado. Ainda bem que tiveram algumas meninas que souberam me tirar do isolamento.
Para mim, mais que isso, me considerar adulto foi mais conseguir o entendimento de que eu também faço o mal. Perceber que meu discurso de querer o bem pode ser muito bonito. Mas que de vez em quando ao me virar já feri alguém de tirar sangue.
Demorou viu.
E honestamente quando veio chegou a dar uma sensação de alívio. Muito difícil tentar deslocar o mundo inteiro para que sua posição não fira ninguém. Talvez seja mais fácil simplesmente tentar não ferir aqueles a quem amo e devo respeito. Ou apenas notar que passei por cima de alguma coisa e continuar meu caminho.
É minha constatação de quem está chegando aos 29, pensando já nos 30, porque sempre haverá outro 31.
Não quero que meu filho se machuque pelas minhas escolhas. E dai, ele continua sofrendo na carne os efeitos. Não basta dizer que foi sem querer.
É bom ser adulto. Finalmente.
Isso aqui, eu pensava o mundo. A China vencer o Brasil no vôlei feminino. Tudo mesmo!
Chegava a imaginar até que os jogos de futebol eram todos armados. Não era nem pelo jeito simples, de simplesmente se criar um placar, eram todos atores que tinham o script inteiro da partida marcado. Imagine como devia dar trabalho quando eu ia assistir uma partida no estádio? Tinha que combinar com a torcida toda também.
Deve ter um nome isso. Sei que durou muito na minha cabeça. Isso de me achar no centro do mundo. Até hoje tenho dificuldade de me lembrar quando levei um fora de uma menina? Mas também de quantas eu corri atrás. O pior é que isso tem explicação. Como é que alguém que se acha o centro do mundo vai poder encarar a derrota.
Não no jogo de botão. Ou mesmo na partida de seu time. A mulher amada não lhe querer. Pode se tornar mais importante nunca saber o resultado. Ainda bem que tiveram algumas meninas que souberam me tirar do isolamento.
Para mim, mais que isso, me considerar adulto foi mais conseguir o entendimento de que eu também faço o mal. Perceber que meu discurso de querer o bem pode ser muito bonito. Mas que de vez em quando ao me virar já feri alguém de tirar sangue.
Demorou viu.
E honestamente quando veio chegou a dar uma sensação de alívio. Muito difícil tentar deslocar o mundo inteiro para que sua posição não fira ninguém. Talvez seja mais fácil simplesmente tentar não ferir aqueles a quem amo e devo respeito. Ou apenas notar que passei por cima de alguma coisa e continuar meu caminho.
É minha constatação de quem está chegando aos 29, pensando já nos 30, porque sempre haverá outro 31.
Não quero que meu filho se machuque pelas minhas escolhas. E dai, ele continua sofrendo na carne os efeitos. Não basta dizer que foi sem querer.
É bom ser adulto. Finalmente.
18.5.07
14.5.07
Alexander - 702 Norte
Estava na casa de Bernardo. Mas César tinha acabado de sair quando passei lá.
Fui andando para o território santista de Brasília. Sem camisa do Sport. Estava fazendo o reconhecimento. Vi o jogo do Palmeiras quase todo. Tinha gente torcendo para tudo quanto é time, resolvi ficar na TV pequena. Ali tinha de tudo, palmeirenses, flamenguistas, botafoguenses e até gente que estava só tomando uma no domingo de tarde.
Quase na hora do jogo, chegou o pessoal que eu tinha marcado. Resolveram ir para a área dos santistas, porque o pai de Maria (são paulina) é um deles. Ficamos eu e Caetano meio acuados ali. “Trouxe um casaco do Sport”, ele me disse. Mas ficou aguentando o frio. Não tinha clima para isso.
Dois minutos de jogo. 1X0 para o Santos. Comecei a falar da vida. Seu Melo também acabou de chegar em BSB. Também é assessor de imprensa de petista, Marta Suplicy. Também já foi de redação. Se sente um pouco mais petista que jornalista (essa não teve também). E, ao contrário de mim, estava torcendo pelo Peixe e feliz.
Quase não vi quando Weldon empatou o jogo. Mas quando Fumagalli ajeitou a bola para bater eu já estava ligado de novo.
- Ele nunca fez gol dai na vida. (ouvi alguém dizer na mesa da frente)
- Isso pelo Santos. No Sport ele faz toda semana. (menti, eu admito!)
Combinei com Caetano. Se for gol a gente comemora. Tá lá! Muito bem batida a falta. Se Pedrinho fez o primeiro à Juninho Pernambucano. Fumagalli respondeu no melhor estilo Zico.
- Que é isso ai.
- Aqui é lugar para homem.
- A gente que comprou essa TV.
- Gente. Estamos acompanhando dois santistas aqui…
Seu Melo ainda fez o H para não ter problema mesmo.
- Como é que faço para entrar na cota também.
E Caetano tentou contemporizar minha incitação.
- Quarta-feira a gente vem aqui torcer pelo Santos.
Depois Durval fez mais um gol de cabeça. E Washington perdeu duas vezes e na terceira finalmente marcou. Bom para pelo menos Weldon saber que precisa fazer gol para se firmar como titular no Brasileiro.
Pontos fracos do time: o lateral-esquerdo Bruno, o goleiro Magrão e os dois centroavantes (esses dois eu espero que me mostrem o contrário).
Pontos altos: Fumagalli (é o único que pode liderar o time para uma grande campanha), a zaga e os meia-ofensivos Vitor Júnior e Luciano Henrique.
Vão ter que mostrar o talento ainda: os tricolores Carlinhos Bala, Rosembrik e Osmar. E os volantes, que não tiveram trabalho contra o time reserva do Santos.
Agora só falta achar um bar para ser território pernambucano em Brasília. Torcer à Fred Amorim hoje em dia é perigoso demais. Mas digamos que foi prazeroso me lembrar de quando meu pai me levava para o Arruda e a gente ficava no meio da torcida do santinha.
Me fez lembrar do grito do meu pai no meio da torcida do Flamento em pleno Maracanã:
Vaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaasccccooooo!
Domingo tem mais. E eu admito, vou torcer pela vitória do Sport e pelo gol mil de Romário. Pelo Sport (quase) Tudo!
Fui andando para o território santista de Brasília. Sem camisa do Sport. Estava fazendo o reconhecimento. Vi o jogo do Palmeiras quase todo. Tinha gente torcendo para tudo quanto é time, resolvi ficar na TV pequena. Ali tinha de tudo, palmeirenses, flamenguistas, botafoguenses e até gente que estava só tomando uma no domingo de tarde.
Quase na hora do jogo, chegou o pessoal que eu tinha marcado. Resolveram ir para a área dos santistas, porque o pai de Maria (são paulina) é um deles. Ficamos eu e Caetano meio acuados ali. “Trouxe um casaco do Sport”, ele me disse. Mas ficou aguentando o frio. Não tinha clima para isso.
Dois minutos de jogo. 1X0 para o Santos. Comecei a falar da vida. Seu Melo também acabou de chegar em BSB. Também é assessor de imprensa de petista, Marta Suplicy. Também já foi de redação. Se sente um pouco mais petista que jornalista (essa não teve também). E, ao contrário de mim, estava torcendo pelo Peixe e feliz.
Quase não vi quando Weldon empatou o jogo. Mas quando Fumagalli ajeitou a bola para bater eu já estava ligado de novo.
- Ele nunca fez gol dai na vida. (ouvi alguém dizer na mesa da frente)
- Isso pelo Santos. No Sport ele faz toda semana. (menti, eu admito!)
Combinei com Caetano. Se for gol a gente comemora. Tá lá! Muito bem batida a falta. Se Pedrinho fez o primeiro à Juninho Pernambucano. Fumagalli respondeu no melhor estilo Zico.
- Que é isso ai.
- Aqui é lugar para homem.
- A gente que comprou essa TV.
- Gente. Estamos acompanhando dois santistas aqui…
Seu Melo ainda fez o H para não ter problema mesmo.
- Como é que faço para entrar na cota também.
E Caetano tentou contemporizar minha incitação.
- Quarta-feira a gente vem aqui torcer pelo Santos.
Depois Durval fez mais um gol de cabeça. E Washington perdeu duas vezes e na terceira finalmente marcou. Bom para pelo menos Weldon saber que precisa fazer gol para se firmar como titular no Brasileiro.
Pontos fracos do time: o lateral-esquerdo Bruno, o goleiro Magrão e os dois centroavantes (esses dois eu espero que me mostrem o contrário).
Pontos altos: Fumagalli (é o único que pode liderar o time para uma grande campanha), a zaga e os meia-ofensivos Vitor Júnior e Luciano Henrique.
Vão ter que mostrar o talento ainda: os tricolores Carlinhos Bala, Rosembrik e Osmar. E os volantes, que não tiveram trabalho contra o time reserva do Santos.
Agora só falta achar um bar para ser território pernambucano em Brasília. Torcer à Fred Amorim hoje em dia é perigoso demais. Mas digamos que foi prazeroso me lembrar de quando meu pai me levava para o Arruda e a gente ficava no meio da torcida do santinha.
Me fez lembrar do grito do meu pai no meio da torcida do Flamento em pleno Maracanã:
Vaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaasccccooooo!
Domingo tem mais. E eu admito, vou torcer pela vitória do Sport e pelo gol mil de Romário. Pelo Sport (quase) Tudo!
11.5.07
Futebol à distância
Em Recife, sou o rubro-negro mais fuleiro. Aqui em Brasília o sentimento da distância torna o vermelho e preto mais importante. Assisti até a jogo do Nautico da Copa do Brasil empolgado, torcendo pelo timinho dos Aflitos.
Ontem, encontrei um colega de Tuti que está morando aqui em BSB: Caetano. Parecia que tinha me transformado no maior fanático. Contei toda a história da tradição de parceria das torcidas do Vasco e do Sport (Salve Ademir e Juninho Pernambucano!).
Bem, toda essa história é só para dizer da vontade que estava de ir para Recife esse fim de semana. Despedida de Bruna. Saudade do filho. Vontade de ser mais um na Ilha lotada. Tenho pelo menos mais 48 horas de esperança no Sport.
Vou assistir em um bar lotado de santistas.
Ontem, encontrei um colega de Tuti que está morando aqui em BSB: Caetano. Parecia que tinha me transformado no maior fanático. Contei toda a história da tradição de parceria das torcidas do Vasco e do Sport (Salve Ademir e Juninho Pernambucano!).
Bem, toda essa história é só para dizer da vontade que estava de ir para Recife esse fim de semana. Despedida de Bruna. Saudade do filho. Vontade de ser mais um na Ilha lotada. Tenho pelo menos mais 48 horas de esperança no Sport.
Vou assistir em um bar lotado de santistas.
Pensar um jornal
Bruna é irada porque eu gosto de comprar o Diario de Pernambuco. Mas tem algumas coisas além do melhor caderno de Classificados que me fazem escolher esse jornal. Parece ser o único que realmente tem na direção gente que quer fazer um jornalismo diferente.
Essa semana tive um bom exemplo. Todo mundo sabia que a Câmara ia aproveitar a vinda do papa para aprovar o aumento do salário dos deputados, para que o caso fosse abafado. Os jornais do Brasil inteiro caíram no conto. JC e Folha incluídos, mas Estadão e Correio também (para falar só os que leio diariamente). O DP não. Botou na capa uma manchete em seis colunas e duas linhas com letra em caixa alta: LULA E DEPUTADOS TÊM AUMENTO DE 28,5%. E uma foto grande do papa e Lula embaixo.
Não foi uma solução bem melhor do que os outros fizeram? Manchetes:
Estadão - Bento XVI condena o aborto e faz defesa da família tradicional (novidade zero!)
Correio Brasiliense - A benção e o castigo de Bento XVI (tradução: ele não disse nada inesperado).
JC - A CHEGADA, PAPA CONDENA ABORTO
FOLHA - O PAPA CONDENA. ABORTO. EUTANASIA
Por acaso ele não sempre condenou essas coisas?
A outra coisa que gosto do DP são os suplementos, especialmente o Diarinho dia de sábado, mas acho que são feitos meio nas cochas. A idéia é excelente, mas poderiam ser melhores.
Essa semana tive um bom exemplo. Todo mundo sabia que a Câmara ia aproveitar a vinda do papa para aprovar o aumento do salário dos deputados, para que o caso fosse abafado. Os jornais do Brasil inteiro caíram no conto. JC e Folha incluídos, mas Estadão e Correio também (para falar só os que leio diariamente). O DP não. Botou na capa uma manchete em seis colunas e duas linhas com letra em caixa alta: LULA E DEPUTADOS TÊM AUMENTO DE 28,5%. E uma foto grande do papa e Lula embaixo.
Não foi uma solução bem melhor do que os outros fizeram? Manchetes:
Estadão - Bento XVI condena o aborto e faz defesa da família tradicional (novidade zero!)
Correio Brasiliense - A benção e o castigo de Bento XVI (tradução: ele não disse nada inesperado).
JC - A CHEGADA, PAPA CONDENA ABORTO
FOLHA - O PAPA CONDENA. ABORTO. EUTANASIA
Por acaso ele não sempre condenou essas coisas?
A outra coisa que gosto do DP são os suplementos, especialmente o Diarinho dia de sábado, mas acho que são feitos meio nas cochas. A idéia é excelente, mas poderiam ser melhores.
9.5.07
Salário da coerência
Tive um momento bonito do meu trabalho agora. Paulo Rubem ligou na hora da votação do aumento do salário dos deputados. Estava tudo certo para ele votar a favor.
"Não posso votar pela minha necessidade, sou interessado".
"Faz sentido Paulo. Se você tivesse em uma situação de menos aperto financeiro talvez tivesse chegado a essa conclusão antes. E digo mais, as vezes acho errada a tua posição em defesa de aumento de salários para categorias como a dos delegados da Polícia Federal".
Tínhamos vindo de uma discussão com os técnicos das universidades federais. Eles têm o menor salário base do serviço público federal e estão preocupados com o PLP 01, que limita os gastos com pessoal nos próximos dez anos.
Como está crescendo o número de universidades, e profissionais, vai se criar uma situação insustentável. Eles não vão ter aumento e mesmo assim o gasto cresce porque o número de profissionais aumenta por conta de uma política do Governo Lula (a criação de cursos superiores em cidades de médio porte).
Urgência tem o projeto do Piso Salarial Nacional dos Professores. É isso.
"Não posso votar pela minha necessidade, sou interessado".
"Faz sentido Paulo. Se você tivesse em uma situação de menos aperto financeiro talvez tivesse chegado a essa conclusão antes. E digo mais, as vezes acho errada a tua posição em defesa de aumento de salários para categorias como a dos delegados da Polícia Federal".
Tínhamos vindo de uma discussão com os técnicos das universidades federais. Eles têm o menor salário base do serviço público federal e estão preocupados com o PLP 01, que limita os gastos com pessoal nos próximos dez anos.
Como está crescendo o número de universidades, e profissionais, vai se criar uma situação insustentável. Eles não vão ter aumento e mesmo assim o gasto cresce porque o número de profissionais aumenta por conta de uma política do Governo Lula (a criação de cursos superiores em cidades de médio porte).
Urgência tem o projeto do Piso Salarial Nacional dos Professores. É isso.
4.5.07
Detalhes
O livro Estorvo ia se chamar Olho Mágico. Chico depois explicou que mudou o nome porque o objeto era um detalhe que lhe chamava a atenção no livro, queria dar aos leitores a escolha do que tomaria a imaginação de cada um.
Não sei se foi bem isso. Li esse livro na Sexta Série, mas marcou um pouco porque depois de corrigir o meu trabalho a professora disse que tinha alunos na sala que precisavam ler coisas mais apropriadas para a idade deles. Para satisfazer Débora Suassuna logo depois eu li O Perfume. Não foi uma boa escolha.
Fico com vergonha pelo cara quando vejo um jornalista defender o argumento das empresas de que, pela liberdade de imprensa, não pode se criar limites para a exibição de nada. O debate está rolando na Justiça. E, por isso, a TV Globo tem feito uma campanha pesada para dizer que imprensa tem que ter liberdade.
Para eles, os pais é que precisam impor limites. Vocês já viram a propaganda em que uma criança tem os olhos vendados? Eu fico querendo saber se os jornalistas da Globo têm carga horária de seis horas, sem possibilidade de hora-extra, para que eles possam estar em casa fazendo tarefa e criando brincadeiras com seus filhos?
Quando for assim eu começo a discutir esse assunto. Mas vou continuar sendo a favor do controle. Tem que ter horário para exibição dos programas, tem que ter aviso para dizer a idade apropriada de cada programa e tem que se respeitar o horário de todos os estados do Brasil (eles atualmente "respeitam" somente o horário de Brasília, quem está em outro fuso recebe os programas antes).
Acho até graça quando meu filho olha todo interessado para uma Playboy na banca. Mas acho bem pior algumas coisas que ele vê na TV. A curiosidade do corpo é tão normal. Mas tem umas idéias que as crianças convivem, por exemplo, nas novelas que misturam a cabeça delas mesmo.
Pena que o lobby das emissoras está ganhando o debate até agora.
Não sei se foi bem isso. Li esse livro na Sexta Série, mas marcou um pouco porque depois de corrigir o meu trabalho a professora disse que tinha alunos na sala que precisavam ler coisas mais apropriadas para a idade deles. Para satisfazer Débora Suassuna logo depois eu li O Perfume. Não foi uma boa escolha.
Fico com vergonha pelo cara quando vejo um jornalista defender o argumento das empresas de que, pela liberdade de imprensa, não pode se criar limites para a exibição de nada. O debate está rolando na Justiça. E, por isso, a TV Globo tem feito uma campanha pesada para dizer que imprensa tem que ter liberdade.
Para eles, os pais é que precisam impor limites. Vocês já viram a propaganda em que uma criança tem os olhos vendados? Eu fico querendo saber se os jornalistas da Globo têm carga horária de seis horas, sem possibilidade de hora-extra, para que eles possam estar em casa fazendo tarefa e criando brincadeiras com seus filhos?
Quando for assim eu começo a discutir esse assunto. Mas vou continuar sendo a favor do controle. Tem que ter horário para exibição dos programas, tem que ter aviso para dizer a idade apropriada de cada programa e tem que se respeitar o horário de todos os estados do Brasil (eles atualmente "respeitam" somente o horário de Brasília, quem está em outro fuso recebe os programas antes).
Acho até graça quando meu filho olha todo interessado para uma Playboy na banca. Mas acho bem pior algumas coisas que ele vê na TV. A curiosidade do corpo é tão normal. Mas tem umas idéias que as crianças convivem, por exemplo, nas novelas que misturam a cabeça delas mesmo.
Pena que o lobby das emissoras está ganhando o debate até agora.
2.5.07
Como transformar o plenário da Câmara dos Deputados em local de troca de conhecimentos?
É raro, mas as vezes acontece. Achei muito bonito o discurso da viúva de Paulo Freire hoje.
"Quando a Livraria Imperatriz, localizada na Rua da Imperatriz, citada aqui anteriormente por Paulo Rubem, depois da Segunda Guerra Mundial, recebia aquelas caixas de livros dos pensadores do mundo, havia um ritual. Os intelectuais da cidade eram convidados, tirava-se aquele lacre de fita de aço, abriam-se os caixotes, e cada um pegava um livro.
Posso imaginar Paulo segurando o livro, alisando-o atentamente, olhando o índice e alguma referência à primeira obra. Paulo aprendeu a partir de livros, sim, mas sobretudo de sua experiência, rica em compaixão com os explorados e oprimidos.
Em meu discurso, digo que Paulo aprendeu com intelectuais, muitas vezes negando-os, já que tinha outra compreensão. Afinal, para a academia, o único saber era o saber científico e filosófico. No entanto, Paulo dizia: Não, o saber é o saber do senso comum. É dele que a história da humanidade partiu e de onde devemos partir.
Quem ensinou o senso comum a Paulo foi a sua experiência de vida, o seu sofrimento, as suas incursões aos quintais alheios, mas principalmente o povo pernambucano, o povo dos alagados, de Brasília Teimosa. Paulo dizia: Que coisa deliciosa, como o povo sabe nomear as coisas. Brasília Teimosa se fazia, a Polícia vinha e a derrubava, mas ela ia se reconstruindo. Foi um espaço de teimosia, de rebeldia da população de Recife. Foi por causa dessa gente, chamada assim para menosprezá-la, que Paulo construiu o termo gentidade. A partir disso, da experiência que teve com a gente dos alagados, de Brasília Teimosa, de Afogados, dos pescadores de Ponta de Pedras e sobretudo dos camponeses da agroindústria açucareira,que Paulo aprendeu a ler o mundo.Foi por causa deles, que perguntavam e não queriam prestar atenção às respostas prontas que ele levava, que Paulo dizia: A pedagogia não pode ser a pedagogia das respostas, dos conteúdos prontos; a pedagogia tem que partir daquele que não sabe para aquele que sabe um pouco mais".
"Quando a Livraria Imperatriz, localizada na Rua da Imperatriz, citada aqui anteriormente por Paulo Rubem, depois da Segunda Guerra Mundial, recebia aquelas caixas de livros dos pensadores do mundo, havia um ritual. Os intelectuais da cidade eram convidados, tirava-se aquele lacre de fita de aço, abriam-se os caixotes, e cada um pegava um livro.
Posso imaginar Paulo segurando o livro, alisando-o atentamente, olhando o índice e alguma referência à primeira obra. Paulo aprendeu a partir de livros, sim, mas sobretudo de sua experiência, rica em compaixão com os explorados e oprimidos.
Em meu discurso, digo que Paulo aprendeu com intelectuais, muitas vezes negando-os, já que tinha outra compreensão. Afinal, para a academia, o único saber era o saber científico e filosófico. No entanto, Paulo dizia: Não, o saber é o saber do senso comum. É dele que a história da humanidade partiu e de onde devemos partir.
Quem ensinou o senso comum a Paulo foi a sua experiência de vida, o seu sofrimento, as suas incursões aos quintais alheios, mas principalmente o povo pernambucano, o povo dos alagados, de Brasília Teimosa. Paulo dizia: Que coisa deliciosa, como o povo sabe nomear as coisas. Brasília Teimosa se fazia, a Polícia vinha e a derrubava, mas ela ia se reconstruindo. Foi um espaço de teimosia, de rebeldia da população de Recife. Foi por causa dessa gente, chamada assim para menosprezá-la, que Paulo construiu o termo gentidade. A partir disso, da experiência que teve com a gente dos alagados, de Brasília Teimosa, de Afogados, dos pescadores de Ponta de Pedras e sobretudo dos camponeses da agroindústria açucareira,que Paulo aprendeu a ler o mundo.Foi por causa deles, que perguntavam e não queriam prestar atenção às respostas prontas que ele levava, que Paulo dizia: A pedagogia não pode ser a pedagogia das respostas, dos conteúdos prontos; a pedagogia tem que partir daquele que não sabe para aquele que sabe um pouco mais".
É proibido proibir
Um filme que me surpreendeu. Começa lhe trazendo um tipo de sensação e acaba num ambiente emocional completamente diferente. Podem acusar o roteirista de ter copiado o enredo de Cidade de Deus, realmente há algumas coincidências. Mas isso é o de menos quando temos um filme que ultrapassa a média.
Os três atores principais são bons. O roteiro também. Proibido Proibir ainda mostra um cenário carioca menos batido. Uma crítica resume assim: "o jogo que se forma na mente de um jovem adulto em meio à dura realidade brasileira é apresentada com clareza na tela na vontade de mudar o mundo versus o conforto do comodismo".
Gostei da solução para o problema amoroso do filme, mas ai alguém já pode me acusar de gostar de melodrama.
Assinar:
Postagens (Atom)