4.5.07

Detalhes

O livro Estorvo ia se chamar Olho Mágico. Chico depois explicou que mudou o nome porque o objeto era um detalhe que lhe chamava a atenção no livro, queria dar aos leitores a escolha do que tomaria a imaginação de cada um.

Não sei se foi bem isso. Li esse livro na Sexta Série, mas marcou um pouco porque depois de corrigir o meu trabalho a professora disse que tinha alunos na sala que precisavam ler coisas mais apropriadas para a idade deles. Para satisfazer Débora Suassuna logo depois eu li O Perfume. Não foi uma boa escolha.

Fico com vergonha pelo cara quando vejo um jornalista defender o argumento das empresas de que, pela liberdade de imprensa, não pode se criar limites para a exibição de nada. O debate está rolando na Justiça. E, por isso, a TV Globo tem feito uma campanha pesada para dizer que imprensa tem que ter liberdade.

Para eles, os pais é que precisam impor limites. Vocês já viram a propaganda em que uma criança tem os olhos vendados? Eu fico querendo saber se os jornalistas da Globo têm carga horária de seis horas, sem possibilidade de hora-extra, para que eles possam estar em casa fazendo tarefa e criando brincadeiras com seus filhos?

Quando for assim eu começo a discutir esse assunto. Mas vou continuar sendo a favor do controle. Tem que ter horário para exibição dos programas, tem que ter aviso para dizer a idade apropriada de cada programa e tem que se respeitar o horário de todos os estados do Brasil (eles atualmente "respeitam" somente o horário de Brasília, quem está em outro fuso recebe os programas antes).

Acho até graça quando meu filho olha todo interessado para uma Playboy na banca. Mas acho bem pior algumas coisas que ele vê na TV. A curiosidade do corpo é tão normal. Mas tem umas idéias que as crianças convivem, por exemplo, nas novelas que misturam a cabeça delas mesmo.

Pena que o lobby das emissoras está ganhando o debate até agora.

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