24.5.07

O sopro, o respiro e a cagada

Me lembro de uma conversa com um ator recifense há muitos anos atrás. Ele falava de um amigo meu, dizendo que o cara quando subia no pálco respirava fundo e enchia os pulmões com a sensação do "eu sou artista".

Por mais que o cara tivesse interpretando um puta personagem a gente só conseguia prestar atenção no tom acima em que ele se colocava.

Acho que o cara já aprendeu a soprar, mas me lembrei disso hoje lendo um texto super metido. Por mais que achasse a informação importante não consigo ler esse tipo de coisa.

Principalmente se for literatura. O ator as vezes vai para o palco descalço para mostrar que é um ser livre. O cara que escreve pode até estar de sandálias, mas vai explicar que botou porque o chão estava frio.

Um texto teórico muitas vezes é escrito com as palavras mais difíceis por dificuldade do autor de sair do mundo elaborado onde atua. Acho mais cagada ainda quando o cara quer fazer literatura e vai procurar as palavras mais difíceis para impressionar as menininhas.

Agora convenhamos, soltar o respiro e digitar a brisa ou as trovoadas é tarefa para poucos.

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