Tenho impressão que todo repórter de Política deveria passar pela experiência da assessoria de imprensa. Estar do outro lado é uma das poucas maneiras de passar a entender como funciona a mente dos gestores e parlamentares.
Já trabalhei com gente muito diferente e a convivência menos conturbada com os parlamentares me faz entender bem direitinho como algumas pessoas se relacionam com a mídia e com o público.
Byron Sarinho por muito tempo foi um modelo que admirei. Trabalhava demais. Em excesso. Não sei como arranjava tempo para namorar e ainda ficar tomando uma na sua cadeira preferida do Dom Pedro. E não tinha nenhum interesse demasiado pelo que diziam dele, queria ser reconhecido sem ir atrás dos jornalistas. No máximo mantinha contatos com pessoas de quem era fonte há anos.
Mas o comunista não era nenhum bonachão. Eu já fui assessor de um cara que fazia atos heróicos dentro de uma gestão complicada e não deixava que eu divulgasse. Era engraçado mesmo o perfil dele, vai ver por isso não prosseguiu na política.
O inverso é muito fácil de identificar. Raul Jungman, Silvio Costa são pessoas que vão fazer o que puderem para chamar a atenção dos jornalistas certos. Engraçado é notar a dificuldade que alguns parlamentares têm quando saem da província e chegam no Congresso, ao perceberem que as muitas lentes têm sempre os mesmos focos.
Tem gente que realmente só se torna fonte por relação de confiança. Recentemente, almocei com um deputado. Ele começou falando como vinha de uma elite histórica pernambucana. Esse tipo eu tenho papo certo, aprendi com o grande Wilson Campos, ainda nos tempos de Jornalismo esportivo. Contei as histórias da minha bisavó e da força da mulher pernambucana. Ela chegou a eleger dois deputados quando o combinado pelo meu avô era deixar uma vaga para a oposição. Quando o deputado descobriu que eu era neto do prefeito Novais Filho, passou a me tratar como se fossemos de uma mesma grande família.
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