Até auto-queimação de filme. Na foto, eu e Caetano no Serra Dourada, durante a fatídica derrota do Leão para o Goiás, ano passado, pelo Brasileiro. Na quarta-feira, a partir das 21h30, estaremos na Boca do Jacaré torcendo para ter um resultado melhor contra o Brasiliense. Para quem é de Recife, resta o consolo de assistir pela Globo...
Soltei a âncora mais uma vez. Vim passar um ano morando em Nova Orleans e quero contar para os amigos algumas histórias sobre minhas pedaladas aqui na América do Norte. Sou geminiano, então pode esperar tudo menos uniformidade!
31.3.08
28.3.08
Questão de Estado
A grande imprensa não se tocou. O embrolio Petrobrás e PDVSA, que dificultou a assinatura do documento que cria a Refinaria Abreu e Lima, foi causado pela negativa da empresa brasileira de aceitar que a concorrente venezuelana entre no mercado nordestino. Para mim, que nem tenho carro, monopólio não é bom nem quando é estatal. Ou seja, acredito que a entrada dos venezuelanos seria positiva para nós consumidores e tenho certeza que a maior empresa do Brasil teria condições de enfrentar a concorrência. Faltou esse enfoque na cobertura da viagem do presidente Lula a Pernambuco. Eu quero a PDVSA no Nordeste! De preferência vendendo álcool também, para acabar de vez com o cartel dos usineiros e distribuidores de combustíveis. E que o Governo Lula exija contrapartidas para aceitar a entrada da empresa concorrente, mas isso não é para ser discutido por nenhuma empresa (nem mesmo a Petrobrás). É questão de Estado.
25.3.08
Brasília ainda encanta os nordestinos
Eduardo Amorim
Agência Nordeste
O Palhaço Plim-Plim saiu de Carpina em seu ônibus com toda a família, em novembro de 2007. Em 10 de dezembro acampou em frente à Funarte e começou a fazer espetáculos no seu mini-circo popular. No dia de Natal, ganhou de presente a ordem para baixar a lona. Ficou estacionado ali até conseguir novamente um espaço para se apresentar, desde 5 de março está no movimentado Parque da Cidade, onde espera só sair para levar sua "lata-velha" para o programa de Luciano Huck. "Passei fome e não comi Gogó de Ouro e Costa Nua. Agora que estou em Brasília elas são um símbolo da nossa resistência", diz ele, se referindo ao galo e a galinha que acompanham sua família pela estrada.
Mestre Danoninho tem uma história bem mais curta. O capoeirista saiu de Jaboatão no dia 4 de março. Sonhava em pedir ao presidente Lula apoio para construir uma academia de capoeira. Foram 13 dias pedalando pelas estradas de Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Goiás, até chegar no Distrito Federal. Não teve de trocar nem um pneu e só diz ter tido dificuldades por conta do sol e para dormir, pois nem sempre era fácil encontrar um posto de gasolina para encostar a bicicleta. Em frente ao Palácio do Planalto perdeu as ilusões, mesmo assim faz questão de lembrar que os guardas lhe ajudaram dando comida e alguma ajuda financeira. Ele volta para casa neste fim de semana, sem ter conseguido falar com o seu conterrâneo mais poderoso.
Plim-Plim veio pelo Sertão para fugir da Polícia Rodoviária Federal. Danoninho foi até a Bahia pelo litoral, para depois de Feira de Santana entrar para o centro do País. As estradas das duas histórias se cruzam. Pela proximidade das cidades que os dois deixaram. E na falta de oportunidades de empregos do interior nordestino. Pelo sonho carregado de suor e desejos de ganhar a vida com dignidade. E no preconceito que enfrentam ou tiveram de enfrentar circenses e capoeiristas para exercer suas atividades.
Se cruzam também com as vidas de milhares de nordestinos que deixaram suas famílias para trás e vieram construir a Capital Federal. Dos procuradores aos mais simples concurseiros, que saem todos os meses recém formados de grandes e médias cidades.
Brasília continua sendo o sonho de um grande contingente de nordestinos, que se inspiram naqueles primeiros homens que vieram e se tornaram pedreiros, carpinteiros, encanadores e construíram os prédios que Óscar Nyemeier projetou.
Hoje, Brasília tem a segunda maior população de nordestinos fora da região, só perdendo para São Paulo. O primeiro fluxo veio antes mesmo da inauguração realizada por Juscelino Kubistchek. Os "candangos" vinham de todo o Brasil, mas a maior população com certeza foi de gente do Nordeste. Formaram-se cidades inteiras de pessoas vindas de diferentes estados, que se encontram ainda hoje em locais como a feira do Guará, para comer carne de sol, queijo de coalho, tapioca e levar uma manteiga de garrafa para casa.
O Governo do Distrito Federal não tem números atuais sobre o fluxo de nordestinos. Acredita apenas que, hoje, a maioria dos que ainda vêm morar aqui passou em concurso público ou pretende fazer provas para um dos muitos concursos que têm sido realizados nos últimos anos. A história desses dois nordestinos, um capoeirista e o outro palhaço e dono de circo ilustra muito bem a esperança e as dificuldades que nossos conterrâneos vislumbram ao chegar em Brasília nos dias de hoje.
Plim-Plim veio com a família toda
José Carlos Santos Silva, o Palhaço Plim-Plim, chegou a ter um programa na Rádio Alternativa de Carpina. A Hora da Fuleiragem ia ao ar às 5h da manhã, abrindo o microfone para todos os problemas da comunidade. Mas a alma de circense bateu mais forte e ano passado ele desarmou a lona e veio para Brasília, tentar regularizar o seu ônibus que, além de velho e enferrujado, está com três anos do seguro obrigatório atrasado.
Ele veio com a esposa, Lucicleide Oliveira, que é também cozinheira, recepcionista e responsável pelo som da trupe circense. Com o cantor e performer Daniel Rocha, o John Lennon de Carpina. Além de sua filha, Carla Vitória e da enteada Mikaela Oliveira, que já começam a se apresentar no Menor Circo do Mundo, como Plim-Plim gosta de chamar o seu espetáculo. O sonho de todos é chamar a atenção do apresentador Luciano Huck, para ter o ônibus reformado no quadro Lata-velha.
Por enquanto, vão se virando com apresentações que custam R$3. "A concorrência é dura, pois Marcos Frota está estacionado logo ali no Mané Garrincha", conta Plim-Plim, tranquilo pois sua audiência é formada basicamente por gente que teria dificuldade para pagar a entrada de R$20 do vizinho famoso. Muitos deles também nordestinos, moradores da Ceilândia, Taguatinga e outras cidades satélites. Ele faz apresentações curtas na lona aberta, para chamar atenção dos frequentadores do Parque da Cidade e quando está cheio de gente convida todos a entrarem para debaixo da lona, onde entre arquibancada de madeira e cadeiras desmontáveis há vagas para 50 pessoas.
Plim-Plim fez apenas três paradas no trajeto entre Jaboatão e Brasília. Petrolandia (PE), Coité (BA) e Vila Boa (GO). Nesses lugares montou a lona e passou entre três e quatro dias se apresentando para juntar dinheiro e continuar a viagem. "Na Bahia, tive tratamento VIP e pude montar o circo em frente ao Mercado Público", conta, fazendo questão de lembrar que a cidade em que montou seu espetáculo abriga o Museu do Palhaço.
Ele não se queixa de sua vida em Brasília. Conseguiu da Secretaria de Cultura a liberação da taxa de R$500 que teria de pagar para estacionar no Parque da Cidade e está garantido ali até o dia 5 de abril.
Antes disso, espera colocar as duas meninas para estudar em uma escola pública de Brasília e irá participar do Fórum Nacional do Circo Brasileiro. Organizado pelo deputado federal Paulo Rubem (PDT-PE), o evento vai se realizar no próximo dia 27 de março e terá como temas: Educação para as famílias circenses, Espaço público para os circos brasileiros, Os animais nos circos e, a pedido do Palhaço Plim-Plim, Por que Carpina proíbe o circo?
"Quisemos dar um apoio a esse batalhador", explica o presidente da Subcomissão de Cultura da Câmara dos Deputados, que abriu espaço para o lançamento do livro "O Palhaço do Circo Quadrado", que será realizado durante o Fórum, na Câmara dos Deputados. Escrito por José Carlos e pelo escritor Carlos Neves, do Museu do Palhaço (BA), a obra conta os 30 dias em que o Palhaço Plim-Plim ficou preso no Cotel por conta de uma prestação de contas que ele demorou a fazer à Funarte.
Livre da acusação, Plim-Plim chegou a voltar à penitenciária pernambucana para se apresentar em um Dia das Crianças. "Só sabe o que é sofrimento quem vive", recorda o palhaço-escritor.
Danoninho queria falar com Lula
Edson Ardelino chegou a ser presidente da Associação dos Capoeiristas de Jaboatão dos Guararapes. Integrante da Associação Rabo de Arraia, Mestre Danoninho é bastante conhecido entre os lutadores pernambucanos. Depois que sua mãe mudou-se com a filha dele para Camaçari, na Bahia, resolveu tentar a sorte na Capital Federal. "Eu queria contar minha história para o presidente Lula. Pedir para que ele me ajudasse a montar minha Academia. Mas os guardas disseram que eu ia ficar esperando para sempre e não ia conseguir falar com ele", explica o jaboatonense, que em uma semana decidiu voltar para seu Estado.
Sua viagem começou no último dia 4. Antes disso, Danoninho gastou cerca de R$300 para equipar sua única companheira de estrada. Uma bicicleta usada de uma marca tradicional. Saiu de casa com R$250 no bolso e chegou a ajudar um outro viajante no trajeto, pagando uma passagem para um baiano entre as cidades de Ibutirana e Luís Eduardo Magalhães. "Ele não estava conseguindo pegar carona, então paguei os R$23 da passagem", conta, com a maior naturalidade.
Contando com a resistência de atleta e a sorte de não ter estourado nem mesmo um pneu no trajeto, Danoninho chegou em 13 dias em Brasília. Saiu de Jaboatão pela BR 101, dormiu no Posto da Polícia Rodoviária Federal no limite entre Pernambuco e Alagoas na primeira noite. Depois, passou por São Miguel dos Campos (AL), Propriá (SE), Estância (SE), Alagoinhas (BA), Santo Estêvão (BA), Seabra (BA), Ibutirana (BA), Luís Eduardo Magalhães (BA), Alvorada do Norte (GO), Vila Boa (GO), Formosa (GO) e finalmente Brasília.
Pedalou em média 200 quilômetros por dia, fazendo no total um trajeto de cerca de 2.600 quilômetros. A única coisa que teve de trocar na bicicleta foram duas sapatas de freio. Na estrada viu um acidente com morte na Bahia e chegou a fugir de um grupo de quatro possíveis assaltantes. "Eles pediram para eu parar, mas eu vinha em velocidade e consegui passar", explica o capoeirista.
Depois de uma semana em Brasília, Edson desistiu do sonho de falar com o presidente Lula. Conseguiu a passagem de volta com o apoio de um deputado federal e deve retornar a Jaboatão dos Guararapes ainda nesta semana. "Se puder eu faço a viagem novamente de bicicleta, mas só se for com patrocínio", diz ele, que quer voltar para poder conhecer melhor Brasília.
Esteve no Palácio do Planalto, na Praça dos Três Poderes, chegou a entrar no Congresso Nacional, mas queria ter tido mais tranquilidade para curtir esses lugares. Na Capital Federal, ele se sustentou com ajuda de pessoas que se sensibilizavam com sua história e passava os dias em frente ao Memorial JK, um dos pontos turísticos mais movimentados de Brasília. Antes de voltar, Mestre Danoninho enviou uma carta para a produção do Programa do Gugu, contando o seu drama e pedindo apoio para montar sua Academia de Capoeira. A luta continua.
Eduardo Amorim
Agência Nordeste
O Palhaço Plim-Plim saiu de Carpina em seu ônibus com toda a família, em novembro de 2007. Em 10 de dezembro acampou em frente à Funarte e começou a fazer espetáculos no seu mini-circo popular. No dia de Natal, ganhou de presente a ordem para baixar a lona. Ficou estacionado ali até conseguir novamente um espaço para se apresentar, desde 5 de março está no movimentado Parque da Cidade, onde espera só sair para levar sua "lata-velha" para o programa de Luciano Huck. "Passei fome e não comi Gogó de Ouro e Costa Nua. Agora que estou em Brasília elas são um símbolo da nossa resistência", diz ele, se referindo ao galo e a galinha que acompanham sua família pela estrada.
Mestre Danoninho tem uma história bem mais curta. O capoeirista saiu de Jaboatão no dia 4 de março. Sonhava em pedir ao presidente Lula apoio para construir uma academia de capoeira. Foram 13 dias pedalando pelas estradas de Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Goiás, até chegar no Distrito Federal. Não teve de trocar nem um pneu e só diz ter tido dificuldades por conta do sol e para dormir, pois nem sempre era fácil encontrar um posto de gasolina para encostar a bicicleta. Em frente ao Palácio do Planalto perdeu as ilusões, mesmo assim faz questão de lembrar que os guardas lhe ajudaram dando comida e alguma ajuda financeira. Ele volta para casa neste fim de semana, sem ter conseguido falar com o seu conterrâneo mais poderoso.
Plim-Plim veio pelo Sertão para fugir da Polícia Rodoviária Federal. Danoninho foi até a Bahia pelo litoral, para depois de Feira de Santana entrar para o centro do País. As estradas das duas histórias se cruzam. Pela proximidade das cidades que os dois deixaram. E na falta de oportunidades de empregos do interior nordestino. Pelo sonho carregado de suor e desejos de ganhar a vida com dignidade. E no preconceito que enfrentam ou tiveram de enfrentar circenses e capoeiristas para exercer suas atividades.
Se cruzam também com as vidas de milhares de nordestinos que deixaram suas famílias para trás e vieram construir a Capital Federal. Dos procuradores aos mais simples concurseiros, que saem todos os meses recém formados de grandes e médias cidades.
Brasília continua sendo o sonho de um grande contingente de nordestinos, que se inspiram naqueles primeiros homens que vieram e se tornaram pedreiros, carpinteiros, encanadores e construíram os prédios que Óscar Nyemeier projetou.
Hoje, Brasília tem a segunda maior população de nordestinos fora da região, só perdendo para São Paulo. O primeiro fluxo veio antes mesmo da inauguração realizada por Juscelino Kubistchek. Os "candangos" vinham de todo o Brasil, mas a maior população com certeza foi de gente do Nordeste. Formaram-se cidades inteiras de pessoas vindas de diferentes estados, que se encontram ainda hoje em locais como a feira do Guará, para comer carne de sol, queijo de coalho, tapioca e levar uma manteiga de garrafa para casa.
O Governo do Distrito Federal não tem números atuais sobre o fluxo de nordestinos. Acredita apenas que, hoje, a maioria dos que ainda vêm morar aqui passou em concurso público ou pretende fazer provas para um dos muitos concursos que têm sido realizados nos últimos anos. A história desses dois nordestinos, um capoeirista e o outro palhaço e dono de circo ilustra muito bem a esperança e as dificuldades que nossos conterrâneos vislumbram ao chegar em Brasília nos dias de hoje.
Plim-Plim veio com a família toda
José Carlos Santos Silva, o Palhaço Plim-Plim, chegou a ter um programa na Rádio Alternativa de Carpina. A Hora da Fuleiragem ia ao ar às 5h da manhã, abrindo o microfone para todos os problemas da comunidade. Mas a alma de circense bateu mais forte e ano passado ele desarmou a lona e veio para Brasília, tentar regularizar o seu ônibus que, além de velho e enferrujado, está com três anos do seguro obrigatório atrasado.
Ele veio com a esposa, Lucicleide Oliveira, que é também cozinheira, recepcionista e responsável pelo som da trupe circense. Com o cantor e performer Daniel Rocha, o John Lennon de Carpina. Além de sua filha, Carla Vitória e da enteada Mikaela Oliveira, que já começam a se apresentar no Menor Circo do Mundo, como Plim-Plim gosta de chamar o seu espetáculo. O sonho de todos é chamar a atenção do apresentador Luciano Huck, para ter o ônibus reformado no quadro Lata-velha.
Por enquanto, vão se virando com apresentações que custam R$3. "A concorrência é dura, pois Marcos Frota está estacionado logo ali no Mané Garrincha", conta Plim-Plim, tranquilo pois sua audiência é formada basicamente por gente que teria dificuldade para pagar a entrada de R$20 do vizinho famoso. Muitos deles também nordestinos, moradores da Ceilândia, Taguatinga e outras cidades satélites. Ele faz apresentações curtas na lona aberta, para chamar atenção dos frequentadores do Parque da Cidade e quando está cheio de gente convida todos a entrarem para debaixo da lona, onde entre arquibancada de madeira e cadeiras desmontáveis há vagas para 50 pessoas.
Plim-Plim fez apenas três paradas no trajeto entre Jaboatão e Brasília. Petrolandia (PE), Coité (BA) e Vila Boa (GO). Nesses lugares montou a lona e passou entre três e quatro dias se apresentando para juntar dinheiro e continuar a viagem. "Na Bahia, tive tratamento VIP e pude montar o circo em frente ao Mercado Público", conta, fazendo questão de lembrar que a cidade em que montou seu espetáculo abriga o Museu do Palhaço.
Ele não se queixa de sua vida em Brasília. Conseguiu da Secretaria de Cultura a liberação da taxa de R$500 que teria de pagar para estacionar no Parque da Cidade e está garantido ali até o dia 5 de abril.
Antes disso, espera colocar as duas meninas para estudar em uma escola pública de Brasília e irá participar do Fórum Nacional do Circo Brasileiro. Organizado pelo deputado federal Paulo Rubem (PDT-PE), o evento vai se realizar no próximo dia 27 de março e terá como temas: Educação para as famílias circenses, Espaço público para os circos brasileiros, Os animais nos circos e, a pedido do Palhaço Plim-Plim, Por que Carpina proíbe o circo?
"Quisemos dar um apoio a esse batalhador", explica o presidente da Subcomissão de Cultura da Câmara dos Deputados, que abriu espaço para o lançamento do livro "O Palhaço do Circo Quadrado", que será realizado durante o Fórum, na Câmara dos Deputados. Escrito por José Carlos e pelo escritor Carlos Neves, do Museu do Palhaço (BA), a obra conta os 30 dias em que o Palhaço Plim-Plim ficou preso no Cotel por conta de uma prestação de contas que ele demorou a fazer à Funarte.
Livre da acusação, Plim-Plim chegou a voltar à penitenciária pernambucana para se apresentar em um Dia das Crianças. "Só sabe o que é sofrimento quem vive", recorda o palhaço-escritor.
Danoninho queria falar com Lula
Edson Ardelino chegou a ser presidente da Associação dos Capoeiristas de Jaboatão dos Guararapes. Integrante da Associação Rabo de Arraia, Mestre Danoninho é bastante conhecido entre os lutadores pernambucanos. Depois que sua mãe mudou-se com a filha dele para Camaçari, na Bahia, resolveu tentar a sorte na Capital Federal. "Eu queria contar minha história para o presidente Lula. Pedir para que ele me ajudasse a montar minha Academia. Mas os guardas disseram que eu ia ficar esperando para sempre e não ia conseguir falar com ele", explica o jaboatonense, que em uma semana decidiu voltar para seu Estado.
Sua viagem começou no último dia 4. Antes disso, Danoninho gastou cerca de R$300 para equipar sua única companheira de estrada. Uma bicicleta usada de uma marca tradicional. Saiu de casa com R$250 no bolso e chegou a ajudar um outro viajante no trajeto, pagando uma passagem para um baiano entre as cidades de Ibutirana e Luís Eduardo Magalhães. "Ele não estava conseguindo pegar carona, então paguei os R$23 da passagem", conta, com a maior naturalidade.
Contando com a resistência de atleta e a sorte de não ter estourado nem mesmo um pneu no trajeto, Danoninho chegou em 13 dias em Brasília. Saiu de Jaboatão pela BR 101, dormiu no Posto da Polícia Rodoviária Federal no limite entre Pernambuco e Alagoas na primeira noite. Depois, passou por São Miguel dos Campos (AL), Propriá (SE), Estância (SE), Alagoinhas (BA), Santo Estêvão (BA), Seabra (BA), Ibutirana (BA), Luís Eduardo Magalhães (BA), Alvorada do Norte (GO), Vila Boa (GO), Formosa (GO) e finalmente Brasília.
Pedalou em média 200 quilômetros por dia, fazendo no total um trajeto de cerca de 2.600 quilômetros. A única coisa que teve de trocar na bicicleta foram duas sapatas de freio. Na estrada viu um acidente com morte na Bahia e chegou a fugir de um grupo de quatro possíveis assaltantes. "Eles pediram para eu parar, mas eu vinha em velocidade e consegui passar", explica o capoeirista.
Depois de uma semana em Brasília, Edson desistiu do sonho de falar com o presidente Lula. Conseguiu a passagem de volta com o apoio de um deputado federal e deve retornar a Jaboatão dos Guararapes ainda nesta semana. "Se puder eu faço a viagem novamente de bicicleta, mas só se for com patrocínio", diz ele, que quer voltar para poder conhecer melhor Brasília.
Esteve no Palácio do Planalto, na Praça dos Três Poderes, chegou a entrar no Congresso Nacional, mas queria ter tido mais tranquilidade para curtir esses lugares. Na Capital Federal, ele se sustentou com ajuda de pessoas que se sensibilizavam com sua história e passava os dias em frente ao Memorial JK, um dos pontos turísticos mais movimentados de Brasília. Antes de voltar, Mestre Danoninho enviou uma carta para a produção do Programa do Gugu, contando o seu drama e pedindo apoio para montar sua Academia de Capoeira. A luta continua.
18.3.08
Lançada à Presidência, Dilma homenageia parteira pernambucana
CONGRESSO 11.03.2008 16:19
Parlamentares também fizeram questão de destacar trabalho de Maria dos Prazeres
Eduardo Amorim
Agência Nordeste
BRASÍLIA - A ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, foi lembrada pelo presidente do Senado para ocupar a Presidência da República durante homenagem do Congresso Nacional ao Dia da Mulher, nesta terça-feira. "Eu estou achando que ela ainda vai alcançar muito mais", brincou o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), ao saudar a ministra, que teve direito a falar na cerimônia e entregou o prêmio a uma das homenageadas do dia, Terezinha Zerbini, quebrando a tradição, já que normalmente os representantes do Executivo não têm essas oportunidades nas sessões solenes do Legislativo em Brasília.
Momentos depois, a ministra se desculpou à pernambucana Maria dos Prazeres de Souza. "Eu gostaria muito de ter lhe trazido o diploma", disse Dilma, ao abraçá-la ainda no Plenário do Senado. A parteira de Sucupira, em Jaboatão dos Guararapes, retribuiu em entrevista realizada após receber o Diploma Bertha Lutz: "O homem também sabe ser bom. Mas, agora, precisa dar a oportunidade a uma mulher", disse, ao ser questionada sobre a possibilidade da ministra ser candidata à Presidência do Brasil.
Mas a felicidade de Dona Maria não ficou restrita a essa proximidade com a possível futura candidata do PT em 2010 e ao recebimento do prêmio, que reconhece seu trabalho de mais de 40 anos como parteira. A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) fez questão de lhe dirigir a palavra, ao falar que "eu e todas as outras senadoras e deputadas da Bancada Feminina, a partir desse Dia da Mulher, vamos nos informar e trabalhar para que a legislação da regulamentação da profissão de parteira seja aprovada". Segundo Maria dos Prazeres, o Congresso Nacional já tem três projetos neste sentido.
Ao receber o prêmio, Maria dos Prazeres mostrou muito bom gosto e fez uma adaptação da obra de Fernando Pessoa: "Deus quer, as mulheres sonham e a obra se realiza", recitou. Com o sorriso solto, ela fez questão de lembrar "há muito tempo sonho que essa minha luta não ficasse por trás das nuvens. Encoberta. Nós, parteiras, somos o modelo do parto humanizado", garantiu. Ela se orgulha de já estar na terceira geração de mães a parirem em suas mãos, sendo que seu último parto foi no dia 6 deste mês, em Igarassu.
A deputada Fátima Bezerra (PT-RN) também fez questão de fazer referência a dona Maria dos Prazeres. "Dona Luzia, minha mãe, era como a senhora, uma pedagoga da vida, da esperança. E por isso me sinto muito feliz de ter entregue esse prêmio à senhora", disse, lembrando os anos que sua genitora exerceu a função de parteira.
Uma das integrantes do movimento Mães da Pátria, Maria dos Prazeres luta pela valorização das parteiras tradicionais. Foi uma das idealizadoras do Projeto Comadre, executado pelo Governo de Pernambuco. E participou da elaboração de cartilha de orientação às gestantes e parturientes. As outras homenageadas pelo Congresso Nacional com o prêmio Bertha Lutz em 2008 foram a deputada Jandira Feghali, a escritora Rose Marie Muraro, a professora de genética Mayana Zatz e a aeromoça Alice Editha Klausz. Também recebeu uma homenagem póstuma a militante comunista Olga Benário Prestes, além reconhecimento prestado pela ministra Dilma Roussef à ex-presa política Terezinha Zerbini.
Parlamentares também fizeram questão de destacar trabalho de Maria dos Prazeres
Eduardo Amorim
Agência Nordeste
BRASÍLIA - A ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, foi lembrada pelo presidente do Senado para ocupar a Presidência da República durante homenagem do Congresso Nacional ao Dia da Mulher, nesta terça-feira. "Eu estou achando que ela ainda vai alcançar muito mais", brincou o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), ao saudar a ministra, que teve direito a falar na cerimônia e entregou o prêmio a uma das homenageadas do dia, Terezinha Zerbini, quebrando a tradição, já que normalmente os representantes do Executivo não têm essas oportunidades nas sessões solenes do Legislativo em Brasília.
Momentos depois, a ministra se desculpou à pernambucana Maria dos Prazeres de Souza. "Eu gostaria muito de ter lhe trazido o diploma", disse Dilma, ao abraçá-la ainda no Plenário do Senado. A parteira de Sucupira, em Jaboatão dos Guararapes, retribuiu em entrevista realizada após receber o Diploma Bertha Lutz: "O homem também sabe ser bom. Mas, agora, precisa dar a oportunidade a uma mulher", disse, ao ser questionada sobre a possibilidade da ministra ser candidata à Presidência do Brasil.
Mas a felicidade de Dona Maria não ficou restrita a essa proximidade com a possível futura candidata do PT em 2010 e ao recebimento do prêmio, que reconhece seu trabalho de mais de 40 anos como parteira. A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) fez questão de lhe dirigir a palavra, ao falar que "eu e todas as outras senadoras e deputadas da Bancada Feminina, a partir desse Dia da Mulher, vamos nos informar e trabalhar para que a legislação da regulamentação da profissão de parteira seja aprovada". Segundo Maria dos Prazeres, o Congresso Nacional já tem três projetos neste sentido.
Ao receber o prêmio, Maria dos Prazeres mostrou muito bom gosto e fez uma adaptação da obra de Fernando Pessoa: "Deus quer, as mulheres sonham e a obra se realiza", recitou. Com o sorriso solto, ela fez questão de lembrar "há muito tempo sonho que essa minha luta não ficasse por trás das nuvens. Encoberta. Nós, parteiras, somos o modelo do parto humanizado", garantiu. Ela se orgulha de já estar na terceira geração de mães a parirem em suas mãos, sendo que seu último parto foi no dia 6 deste mês, em Igarassu.
A deputada Fátima Bezerra (PT-RN) também fez questão de fazer referência a dona Maria dos Prazeres. "Dona Luzia, minha mãe, era como a senhora, uma pedagoga da vida, da esperança. E por isso me sinto muito feliz de ter entregue esse prêmio à senhora", disse, lembrando os anos que sua genitora exerceu a função de parteira.
Uma das integrantes do movimento Mães da Pátria, Maria dos Prazeres luta pela valorização das parteiras tradicionais. Foi uma das idealizadoras do Projeto Comadre, executado pelo Governo de Pernambuco. E participou da elaboração de cartilha de orientação às gestantes e parturientes. As outras homenageadas pelo Congresso Nacional com o prêmio Bertha Lutz em 2008 foram a deputada Jandira Feghali, a escritora Rose Marie Muraro, a professora de genética Mayana Zatz e a aeromoça Alice Editha Klausz. Também recebeu uma homenagem póstuma a militante comunista Olga Benário Prestes, além reconhecimento prestado pela ministra Dilma Roussef à ex-presa política Terezinha Zerbini.
11.3.08
Os podres poderes de Michael Moore
Enquanto os homens exercem seus podres poderes
Motos e fuscas avançam os sinais vermelhos
E perdem os verdes somos uns boçais
Queria querer gritar setecentas mil vezes
Como são lindos, como são lindos os burgueses
E os japoneses mas tudo é muito mais
Estava falando com Bernardo sobre o novo filme de Michael Moore. Completamente sem noção como um documentário me fez rir e chorar. Pena que no Brasil, por mais que tenhamos alguns competentes documentaristas, ninguém tenha construído uma carreira com temas super polêmicos que mobilizem a sociedade como o gordão da Gringolândia.
Será que nunca faremos senão confirmar
A incompetência da América católica
Que sempre precisará de ridículos tiranos?
Será, será que será que será que será
Será que esta minha estúpida retórica
Terá que soar, terá que se ouvir por mais zil anos?
Lembro de Juliano expondo seu preconceito com Pedroso ao dizer que a Símio Filmes deveria ser exclusivamente uma produtora de ficção. Putz, como se o documentário fosse uma coisa menor. Existem poucos filmes nacionais que tenham me trazido tantas emoções como Entreatos, o último de Eduardo Coutinho também é sensacional e Ilha das Flores... (Eu vou falar. Fred 04 quer ser Romário? Eu queria ser Jorge Furtado!)
Enquanto os homens exercem seus podres poderes
Índios e padres e bichas, negros e mulheres
E adolescentes fazem o carnaval
Queria querer cantar afinado com eles
Silenciar em respeito ao seu transe , num êxtase
Ser indecente mais tudo é muito mau
Mas Michael Moore realmente se supera. Não venham me dizer que as piadas dele se repetem. O cara faz crítica aos lobbies de Washington. Visita os países mais desenvolvidos para mostrar aos americanos, que eles estão muito longe de serem o melhor lugar do mundo. É verdade, em todos os seus filmes. Mas cada vez ele tira uma onda cada vez mais engraçada do cidadão médio.
Ou então cada paisano e cada capataz
Com sua burrice fará jorrar sangue demais
Nos pantanais, nas cidades , caatingas e nos gerais
Será que apenas os hermetismos pascoais
E os Tons e os Mil tons, seus sons e seus dons geniais
Nos salvam, nos salvarão dessas trevas e nada mais?
Ficar mostrando a França dos enamorados em um filme que trata do Sistema de Saúde. Achar uma americana que namora (ou não) um canadense para poder usar o SUS de uma cidade vizinha. Ir na Inglaterra, na faixa de pedestre da capa do disco dos Beatles, para mostrar que ali também um americano é mais bem atendido do que em casa. Botar uma galera em um bote para serem atendidos pelo sistema de saúde cubano!!! O cara é genial!? Para mim, não há dúvidas.
Enquanto os homens exercem seus podres poderes
Morrer e matar de fome, de raiva e de sede
São tantas vezes gestos naturais
Eu quero aproximar o meu cantar vagabundo
Daqueles que velam pela alegria do mundo
Indo e mais fundo tins e bens e tais
É muito fora da nossa moda querer mudar alguma coisa no mundo. Por isso, Caetano Veloso entrou nesse post. Chico Science fazia arte engajada, mas morreu muito cedo. Eu queria poder dizer que isso ai pode ter uma qualidade fuderosa também. Sicko não vale pela mensagem que passa. É um filme que emociona, diverte, e felizmente é sobre uma parte muita importante das nossas vidas. Ridículos cidadãos da América católica.
Motos e fuscas avançam os sinais vermelhos
E perdem os verdes somos uns boçais
Queria querer gritar setecentas mil vezes
Como são lindos, como são lindos os burgueses
E os japoneses mas tudo é muito mais
Estava falando com Bernardo sobre o novo filme de Michael Moore. Completamente sem noção como um documentário me fez rir e chorar. Pena que no Brasil, por mais que tenhamos alguns competentes documentaristas, ninguém tenha construído uma carreira com temas super polêmicos que mobilizem a sociedade como o gordão da Gringolândia.
Será que nunca faremos senão confirmar
A incompetência da América católica
Que sempre precisará de ridículos tiranos?
Será, será que será que será que será
Será que esta minha estúpida retórica
Terá que soar, terá que se ouvir por mais zil anos?
Lembro de Juliano expondo seu preconceito com Pedroso ao dizer que a Símio Filmes deveria ser exclusivamente uma produtora de ficção. Putz, como se o documentário fosse uma coisa menor. Existem poucos filmes nacionais que tenham me trazido tantas emoções como Entreatos, o último de Eduardo Coutinho também é sensacional e Ilha das Flores... (Eu vou falar. Fred 04 quer ser Romário? Eu queria ser Jorge Furtado!)
Enquanto os homens exercem seus podres poderes
Índios e padres e bichas, negros e mulheres
E adolescentes fazem o carnaval
Queria querer cantar afinado com eles
Silenciar em respeito ao seu transe , num êxtase
Ser indecente mais tudo é muito mau
Mas Michael Moore realmente se supera. Não venham me dizer que as piadas dele se repetem. O cara faz crítica aos lobbies de Washington. Visita os países mais desenvolvidos para mostrar aos americanos, que eles estão muito longe de serem o melhor lugar do mundo. É verdade, em todos os seus filmes. Mas cada vez ele tira uma onda cada vez mais engraçada do cidadão médio.
Ou então cada paisano e cada capataz
Com sua burrice fará jorrar sangue demais
Nos pantanais, nas cidades , caatingas e nos gerais
Será que apenas os hermetismos pascoais
E os Tons e os Mil tons, seus sons e seus dons geniais
Nos salvam, nos salvarão dessas trevas e nada mais?
Ficar mostrando a França dos enamorados em um filme que trata do Sistema de Saúde. Achar uma americana que namora (ou não) um canadense para poder usar o SUS de uma cidade vizinha. Ir na Inglaterra, na faixa de pedestre da capa do disco dos Beatles, para mostrar que ali também um americano é mais bem atendido do que em casa. Botar uma galera em um bote para serem atendidos pelo sistema de saúde cubano!!! O cara é genial!? Para mim, não há dúvidas.
Enquanto os homens exercem seus podres poderes
Morrer e matar de fome, de raiva e de sede
São tantas vezes gestos naturais
Eu quero aproximar o meu cantar vagabundo
Daqueles que velam pela alegria do mundo
Indo e mais fundo tins e bens e tais
É muito fora da nossa moda querer mudar alguma coisa no mundo. Por isso, Caetano Veloso entrou nesse post. Chico Science fazia arte engajada, mas morreu muito cedo. Eu queria poder dizer que isso ai pode ter uma qualidade fuderosa também. Sicko não vale pela mensagem que passa. É um filme que emociona, diverte, e felizmente é sobre uma parte muita importante das nossas vidas. Ridículos cidadãos da América católica.
8.3.08
O casamento e o Rio Doce/Dois Irmãos
FOTOS DE DECO/
DUAS PARA PRESERVAR AS INDIVIDUALIDADES
Depois que me separei, sempre que tenho oportunidade digo que sinto muita falta de nunca ter tido uma festa de casamento. Nada careta demais. Uma festa como a de Luciana e Aurélio. Em que eu, Juliana e Jampa inauguramos a piscina da Granja. Ou como a de Zenzi e Tarta. Esperteza danada, convenceram Laurinha a ir para São Paulo só para não precisar explicar aos familiares os motivos da farra continuar em outro lugar.
Depois de um dia arrumando meu quarto encontrei uma fita, que nem é minha, gravada por Rafa e Amélia. Ou terá sido Alice? Rio Doce/Dois Irmãos. Seleção bem anos 90. Botei para tocar. Mas o negócio é que me lembrei exatamente o que é o casamento para mim. Me casei cruzando a Bahia em direção ao Rio de Janeiro. Depois de deixar para trás meus sonhos profissionais. Quando deixei tocar mais um baiano (terá sido Caetano ou o nosso querido ministro?) e aguentei o sono para chegar até o Espírito Santo vivo, brincando de dirigir a 150 km/h.
Casamento para um filho de um longo processo de separação, chegando aos 30 anos, é isso. O momento em que depois de fazer mais do que você aguentaria, você resolve ceder mais um pouquinho. Que fique bem claro. O negrito é para não deixar dúvida. Passei da fase de botar a culpa das minhas antigas relações nas minhas ex-mulheres. Só que o fato de estar me reencontrando com o prazer de ser jornalista tem me trazido algumas lembranças.
Queria muito escrever uma coisa bem bonita para dizer a Zenzi e Tarta que eles continuem sempre namorando. E que quando sentirem que estão casados, saibam fazer a coisa certa. Mas a verdade é que esse dom eu não tenho e ainda estou cheio de energia de uma correria que está minha vida. Então, escrevo isso aqui mesmo só para dizer a Bernardo que não teve caretice na festa. Eu juro! Foi linda!
Depois de um dia arrumando meu quarto encontrei uma fita, que nem é minha, gravada por Rafa e Amélia. Ou terá sido Alice? Rio Doce/Dois Irmãos. Seleção bem anos 90. Botei para tocar. Mas o negócio é que me lembrei exatamente o que é o casamento para mim. Me casei cruzando a Bahia em direção ao Rio de Janeiro. Depois de deixar para trás meus sonhos profissionais. Quando deixei tocar mais um baiano (terá sido Caetano ou o nosso querido ministro?) e aguentei o sono para chegar até o Espírito Santo vivo, brincando de dirigir a 150 km/h.
Casamento para um filho de um longo processo de separação, chegando aos 30 anos, é isso. O momento em que depois de fazer mais do que você aguentaria, você resolve ceder mais um pouquinho. Que fique bem claro. O negrito é para não deixar dúvida. Passei da fase de botar a culpa das minhas antigas relações nas minhas ex-mulheres. Só que o fato de estar me reencontrando com o prazer de ser jornalista tem me trazido algumas lembranças.
Queria muito escrever uma coisa bem bonita para dizer a Zenzi e Tarta que eles continuem sempre namorando. E que quando sentirem que estão casados, saibam fazer a coisa certa. Mas a verdade é que esse dom eu não tenho e ainda estou cheio de energia de uma correria que está minha vida. Então, escrevo isso aqui mesmo só para dizer a Bernardo que não teve caretice na festa. Eu juro! Foi linda!
4.3.08
Domingo na Ilha
Fazia tempo que não via a Ilha do Retiro tão bonita. A vitória do Sport sobre o Salgueiro nem foi o mais importante: 4X1. Mas o Pernambucano segue, agora sem o Santinha, com o seu regulamento esdrúchulo.
Será que desde 1914, quando surgiu o time do Arruda, passamos algum ano sem clássicos entre Sport e o Santa Cruz? 2008 vai ser assim, se não resolverem fazer um amistoso para mudar a história.
Fui para as novas cadeiras, pela primeira vez. O estádio estava cheio o bastante para ter um colorido bonito, mas não estava lotado. A foto da capa do JC de segunda mostra o brilho amarelo que a Torcida Jovem dá à geral da Ilha. O clima era de total tranquilidade no Estádio. E de total rivalidade com o Nautico.
Mandei Tuti buzinar o cazá, cazá, quando vinhesse deixar Chico. Ouvi a resposta com toda a sonoridade Alvirrubra. Ficamos um ponto na frente e o Nautico continua com sede de vingança, que vai seguir no Segundo Turno e no resto do Brasileiro, da Primeira Divisão.
Os times, se forem mantidos e vierem alguns reforços prometidos, como Fumagalli para o Rubro-Negro, podem fazer um bom papel na Primeira Divisão. E o Santinha vai ficar na esperança de não criarem a Quarta Divisão, porque a média dos últimos anos é um rebaixamento e para a Segundona do Pernambucano é difícil caírem.
Na Ilha, uma pepsi, duas cervejas, quatro abraços apertados no meu filho. Felicidade de encontrar os amigos. Tá, não foi nenhum casamento de Zenzi. Mas foi legal também.
Será que desde 1914, quando surgiu o time do Arruda, passamos algum ano sem clássicos entre Sport e o Santa Cruz? 2008 vai ser assim, se não resolverem fazer um amistoso para mudar a história.
Fui para as novas cadeiras, pela primeira vez. O estádio estava cheio o bastante para ter um colorido bonito, mas não estava lotado. A foto da capa do JC de segunda mostra o brilho amarelo que a Torcida Jovem dá à geral da Ilha. O clima era de total tranquilidade no Estádio. E de total rivalidade com o Nautico.
Mandei Tuti buzinar o cazá, cazá, quando vinhesse deixar Chico. Ouvi a resposta com toda a sonoridade Alvirrubra. Ficamos um ponto na frente e o Nautico continua com sede de vingança, que vai seguir no Segundo Turno e no resto do Brasileiro, da Primeira Divisão.
Os times, se forem mantidos e vierem alguns reforços prometidos, como Fumagalli para o Rubro-Negro, podem fazer um bom papel na Primeira Divisão. E o Santinha vai ficar na esperança de não criarem a Quarta Divisão, porque a média dos últimos anos é um rebaixamento e para a Segundona do Pernambucano é difícil caírem.
Na Ilha, uma pepsi, duas cervejas, quatro abraços apertados no meu filho. Felicidade de encontrar os amigos. Tá, não foi nenhum casamento de Zenzi. Mas foi legal também.
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