Do PE 360 Graus
Pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) fizeram uma descoberta histórica no Recife: um forte no Sítio da Trindade que teria sido um dos principais locais de resistência à invasão dos holandeses.
A história de baixo de nossos pés. Arqueólogos da UFPE removem a terra e voltam ao século XVII no Sítio da Trindade, onde ficava o Forte Real do Bom Jesus, construído pelos portugueses. Tinha mais de cem metros de largura por 93 de comprimento e uma missão estratégica.
O Forte Real do Bom Jesus chegou a ser considerado intransponível pelos adversários. O fosso tinha 4,5 metros de profundidade e acompanhava uma muralha de terra de quatro metros de altura. Um obstáculo que durante cinco anos impediu o avanço dos holandeses para o interior de Pernambuco, onde ficavam os engenhos que produziam a riqueza da época: o açúcar.
A tecnologia a serviço do passado: toda a terra é peneirada, mas com o impulso mecânico. Em vez de carrinhos de mão pra levar a terra, um pequeno trator. A câmera transmite ao vivo pela internet o trabalho nas escavações - é preciso delicadeza para revelar a imensa panela de cerâmica que os portugueses usavam.
Milhares de fragmentos foram encontrados: porcelana, cachimbos, cerâmica e balas de canhão. As maiores são de ferro - pesam 11 quilos; as menores, de chumbo, eram disparadas de pistolas e mosquetões.
Outras curiosidades também vieram à tona. O mato e o lixo foram retirados do fosso e um pequeno retrato da resistência dos portugueses que ficaram cercados durante três meses, sob intenso ataque antes de se render, ressurgiu.
“Esse local deve não só ser lembrado, mas cultuado como grande foco de resistência aos holandeses”, afirma o coordenador do Laboratório de Arqueologia da UFPE, Marcos Albuquerque. “Foi nessa guerra que se falou pela primeira vez o nome de pátria no Brasil”.
Você pode acompanhar as escavações no site do Laboratório de Arqueologia da UFPE nas segundas, quartas e sextas-feiras.
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