Encontrei com ela numa cachoeira em Pirinópolis.
A beleza dela me encantou de uma forma violenta. Me tornou um cara mais feliz, corajoso, amoroso, bonito e muito mais inteligente.
Um encantamento que nunca precisei me dar conta.
Aquela sensação enchia o meu dia de uma forma tão plena. Era preciso apenas viver, a plenos pulmões.
Sentir o vento sentado no banco de passageiro e olhar para as pernas dela apertando o acelerador.
Ver as nuvens de cima pela janelinha da ponte aérea Recife-Brasília. Estou chegando!
Tomar um café dividindo as hard news do Congresso Nacional.
Descobrir o melhor croissant de amêndoas do mundo numa pequena padaria brasiliense
Ganhar de presente um fim de semana maravilhoso numa pousadinha olindense.
E aprender a retribuir com uma calcinha e um sutiã que só nos deixariam mais juntos.
Era tanta felicidade que eu não entendia o choro dela. Como ela podia ser triste e ao mesmo tempo demonstrar tanto amor?
Talvez por isso, nunca assumi o nosso amor proibido. Segue teu caminho Oxum! E saiba que sempre que desejar, meus dedos e minhas mãos serão tuas
Soltei a âncora mais uma vez. Vim passar um ano morando em Nova Orleans e quero contar para os amigos algumas histórias sobre minhas pedaladas aqui na América do Norte. Sou geminiano, então pode esperar tudo menos uniformidade!
18.7.10
15.7.10
Piedade e Casa Forte
Depois de muito pensar, vendi o carro rapidamente. Em um dia de nova vida já me sinto muito mais cidadão. De volta à rotina de comprar fruta no Joana Bezerra. E dividir o banco com os recifenses de todos os lados da cidade.
Estava no metrô agora a pouco. Fechava o olho, com a cabeça encostada na janela. Uma menina tilintava com o dedinho no vidro. Desencostei e ela balançou a minha mão. Abri só o direito, depois o esquerdo e o esquerdo e ela tentando disfarçar a brincadeira.
Vitória tem cinco anos. É filha única. A mãe estava indo no Centro do Recife. Mas não perguntei o que diabos ela estava fazendo levando a pirralha para passear tão tarde. É que precisei logo descer no Joana Bezerra.
Ontem, entrou um ventríloquo no ônibus. Não me lembro o nome de nenhum dos dois. Sei que quando o artista começou o show, um crente empata foda começou a gritar que aquilo era um boneco de Satanás.
O cara era tão humilde que foi logo descendo. Dei uns R$0,50 centavos para ele, as moedas que tinha no bolso. Depois comentei com a menina que tava do meu lado, que o boneco nunca deve ter ganho tanto dinheiro por um show incompleto.
O nome dela é Vaninha. Estuda no GGE e vai fazer vestibular para Direito. Me disse que achava uma boa escola, bem puchada. E ficou me perguntando sobre Jornalismo, nos intervalos entre as ligações da Folha de Pernambuco e do Jornal do Commercio.
A venda do carro foi quase um reencontro com o meu bairro. Marquei de receber o dinheiro dentro do Banco do Brasil da 17 de Agosto. O comprador era um kombeiro de Abreu e Lima, cara super gente fina. É sério!
É evidente que tive preconceito com esse cara. Talvez por isso, tenha marcado para dentro daquela agência. Ali os dois seguranças vinheram me perguntar se estava tudo bem e um fez questão de dizer que ninguém mexia comigo naquele banco.
Jadiel que me abriu o olho. Era para eu ter dado um trocado ao cara. Pelo menos, era essa a intenção dele ao se mostrar tão prestativo, com alguém que estava contando dezenas de notas de R$100. Ainda bem que não entendi.
Pedi ao cara para ele contar os assaltos todos que já aconteceram naquela agência. É um tema meio proibido para um vigilante de banco. Mas foi engraçado ficar me passando por malandro. Será que disfarcei o quanto sou menininho de Casa Forte?
Felizmente, mais da metade das notas foram usadas antes de entrar na minha conta para pagar as dívidas. Dormi tão tranqüilo. Vai ver tem haver com isso o fato de estar gostando de andar de metrô novamente.
Ainda teve uma outra fofoca. A dona do cartório veio me perguntar se eu estava querendo casar. Ela adora uma história dos Costa Lima. Disse que estava (só) vendendo um carro e menti dizendo que era muito amigo da minha ex-mulher.
É que eu me separei há uns três anos de uma prima dela. E quando meu filho nasceu, ela passou bem uma hora contando todas as fofocas possíveis da família delas. Felizmente, ontem foi bem mais rápido. Acho que ela estava bem humorada.
Estou pensando em comprar uma outra bicicleta. Deixo uma no trabalho e a outra aqui em casa. Como estava preso a um carro... Chega dá vontade de dizer que nunca mais vou ser proprietário de um veículo. Alívio!
Estava no metrô agora a pouco. Fechava o olho, com a cabeça encostada na janela. Uma menina tilintava com o dedinho no vidro. Desencostei e ela balançou a minha mão. Abri só o direito, depois o esquerdo e o esquerdo e ela tentando disfarçar a brincadeira.
Vitória tem cinco anos. É filha única. A mãe estava indo no Centro do Recife. Mas não perguntei o que diabos ela estava fazendo levando a pirralha para passear tão tarde. É que precisei logo descer no Joana Bezerra.
Ontem, entrou um ventríloquo no ônibus. Não me lembro o nome de nenhum dos dois. Sei que quando o artista começou o show, um crente empata foda começou a gritar que aquilo era um boneco de Satanás.
O cara era tão humilde que foi logo descendo. Dei uns R$0,50 centavos para ele, as moedas que tinha no bolso. Depois comentei com a menina que tava do meu lado, que o boneco nunca deve ter ganho tanto dinheiro por um show incompleto.
O nome dela é Vaninha. Estuda no GGE e vai fazer vestibular para Direito. Me disse que achava uma boa escola, bem puchada. E ficou me perguntando sobre Jornalismo, nos intervalos entre as ligações da Folha de Pernambuco e do Jornal do Commercio.
A venda do carro foi quase um reencontro com o meu bairro. Marquei de receber o dinheiro dentro do Banco do Brasil da 17 de Agosto. O comprador era um kombeiro de Abreu e Lima, cara super gente fina. É sério!
É evidente que tive preconceito com esse cara. Talvez por isso, tenha marcado para dentro daquela agência. Ali os dois seguranças vinheram me perguntar se estava tudo bem e um fez questão de dizer que ninguém mexia comigo naquele banco.
Jadiel que me abriu o olho. Era para eu ter dado um trocado ao cara. Pelo menos, era essa a intenção dele ao se mostrar tão prestativo, com alguém que estava contando dezenas de notas de R$100. Ainda bem que não entendi.
Pedi ao cara para ele contar os assaltos todos que já aconteceram naquela agência. É um tema meio proibido para um vigilante de banco. Mas foi engraçado ficar me passando por malandro. Será que disfarcei o quanto sou menininho de Casa Forte?
Felizmente, mais da metade das notas foram usadas antes de entrar na minha conta para pagar as dívidas. Dormi tão tranqüilo. Vai ver tem haver com isso o fato de estar gostando de andar de metrô novamente.
Ainda teve uma outra fofoca. A dona do cartório veio me perguntar se eu estava querendo casar. Ela adora uma história dos Costa Lima. Disse que estava (só) vendendo um carro e menti dizendo que era muito amigo da minha ex-mulher.
É que eu me separei há uns três anos de uma prima dela. E quando meu filho nasceu, ela passou bem uma hora contando todas as fofocas possíveis da família delas. Felizmente, ontem foi bem mais rápido. Acho que ela estava bem humorada.
Estou pensando em comprar uma outra bicicleta. Deixo uma no trabalho e a outra aqui em casa. Como estava preso a um carro... Chega dá vontade de dizer que nunca mais vou ser proprietário de um veículo. Alívio!
11.7.10
Quantos eus tenho em mim!?
Meu amigo João Lima fez uma peça autobiográfica. Ele ia falando sobre quem é e assumindo os papéis das pessoas que são importantes na vida dele. Adorei porque eu ficava vendo ele fazer a cara de amor que a mulher dele faz mesmo na vida real.
Acho que a gente é muito isso. O reflexo dos cheiros, das cores e dos amores que passam pelas nossas vidas. E dos ódios, das solidões e das ausências também. Afinal, alguma coisa tem de ser culpada pelas nossas mancadas.
Já comecei esse texto falando das marcas que as pessoas me deixaram. Outra tentativa trazia as maiores vergonhas que eu já tive na vida. Poderia escrever mesmo 1.000 coisas diferentes porque sou dado a absorver o ambiente e o momento em que estou.
Meu maior sonho quando era criança era ser jogador. Mas cresci, esqueci aquele pesadelo em que ficava nu no meio da rua, mas morri de medo quando me joguei de cima de um prédio e acordei morto no chão.
Sei da minha capacidade para jogar bola. No entanto, poucas vezes consigo reunir a raiva e a calma nas dosagens certas. A maioria das vezes acabo sendo apenas um jogador esforçado, quando sempre imagino ter condições de fazer mais.
O ato de escrever reflete muito da minha vida. Lembro que, na primeira vez que nos encontramos, disse a minha ex-mulher que ia ser escritor. Ela ficou com impressão de ter sido pura lenda para encantar a menininha, pois acabei virando rapidamente um jornalista.
Mesmo na paternidade que exerço com muito carinho, fico vendo os momentos em que deixo a raiva tomar controle. Olha que a ausência de meu pai sempre me faz pensar muito na importância de ser um cara muito esforçado na criação do meu filho.
Ele é responsável por uma série de mudanças que vieram a me tornar quem sou. O fato de me imaginar exemplo para alguém muitas vezes me encoraja. Já a responsabilidade de cuidar dele gera todo um cuidado extra.
As vezes tenho medo de repetir meu pai. Outros momentos me dá o maior orgulho por parecer com ele. No jeito de entender a política ou de tratar uma mulher com carinho ou de simplesmente perceber o mundo como uma metralhadora giratória de informações.
A verdade é que me tornei alguém muito diferente do que sempre imaginava. Pensava que ia morar em república, viajar pra caramba, ter namoradas à rodo e que nunca ia gostar de Carnaval.
Não é que me tornei mais uma dessas pessoas que fica esperando Zé Pereira chegar para colocar um monte de frustrações pra fora? Que me casei, passei nove anos com uma pessoa e me descobri um romântico incorrigível.
Eu vejo amor em qualquer toque sutil. Tento controlar minha raiva, pois sei que quando explode muitas vezes quem vem abaixo sou eu. Acredito nos amigos como se fossem irmãos. E escrevo um texto para pagar a promessa mesmo em dia sem inspiração.
Acho que a gente é muito isso. O reflexo dos cheiros, das cores e dos amores que passam pelas nossas vidas. E dos ódios, das solidões e das ausências também. Afinal, alguma coisa tem de ser culpada pelas nossas mancadas.
Já comecei esse texto falando das marcas que as pessoas me deixaram. Outra tentativa trazia as maiores vergonhas que eu já tive na vida. Poderia escrever mesmo 1.000 coisas diferentes porque sou dado a absorver o ambiente e o momento em que estou.
Meu maior sonho quando era criança era ser jogador. Mas cresci, esqueci aquele pesadelo em que ficava nu no meio da rua, mas morri de medo quando me joguei de cima de um prédio e acordei morto no chão.
Sei da minha capacidade para jogar bola. No entanto, poucas vezes consigo reunir a raiva e a calma nas dosagens certas. A maioria das vezes acabo sendo apenas um jogador esforçado, quando sempre imagino ter condições de fazer mais.
O ato de escrever reflete muito da minha vida. Lembro que, na primeira vez que nos encontramos, disse a minha ex-mulher que ia ser escritor. Ela ficou com impressão de ter sido pura lenda para encantar a menininha, pois acabei virando rapidamente um jornalista.
Mesmo na paternidade que exerço com muito carinho, fico vendo os momentos em que deixo a raiva tomar controle. Olha que a ausência de meu pai sempre me faz pensar muito na importância de ser um cara muito esforçado na criação do meu filho.
Ele é responsável por uma série de mudanças que vieram a me tornar quem sou. O fato de me imaginar exemplo para alguém muitas vezes me encoraja. Já a responsabilidade de cuidar dele gera todo um cuidado extra.
As vezes tenho medo de repetir meu pai. Outros momentos me dá o maior orgulho por parecer com ele. No jeito de entender a política ou de tratar uma mulher com carinho ou de simplesmente perceber o mundo como uma metralhadora giratória de informações.
A verdade é que me tornei alguém muito diferente do que sempre imaginava. Pensava que ia morar em república, viajar pra caramba, ter namoradas à rodo e que nunca ia gostar de Carnaval.
Não é que me tornei mais uma dessas pessoas que fica esperando Zé Pereira chegar para colocar um monte de frustrações pra fora? Que me casei, passei nove anos com uma pessoa e me descobri um romântico incorrigível.
Eu vejo amor em qualquer toque sutil. Tento controlar minha raiva, pois sei que quando explode muitas vezes quem vem abaixo sou eu. Acredito nos amigos como se fossem irmãos. E escrevo um texto para pagar a promessa mesmo em dia sem inspiração.
6.7.10
Atrito, fricção e sentimentos relacionados
Nunca fui um cara das Ciências Exatas. Mas, talvez pela dificuldade de se chegar a um resultado preciso, a Física sempre me chamou atenção.
Lembro de uma aula sobre velocidade. Depois de muitas e muitas explicações. Eu fiz a única pergunta que me interessava.
Então, um átomo pode realmente ser um outro sistema completamente rico e desenvolvido funcionando em outra dimensão.
A imagem de planetas circulando, em torno de um centro gravitacional, em uma outra relação do espaço com o tempo me maravilha até hoje.
Incrível como os engenheiros têm capacidade de desenvolver uma montanha russa para dar exatamente a adrenalina que uma criança de 10 anos precisa.
Talvez por isso eu valorize tanto meus parcos conhecimentos de vela. Fantástico que os índios americanos tenham nos ensinado a arte do bordo.
Quantos garotos não tiveram um empurrãozinho do friozinho na barriga da roda gigante para beijar a boca de suas futuras namoradas?
Escrevi essas linhazinhas enquanto voltava àquela velha piscina, onde meu pai filmou um dos seus primeiros Super 8.
O deslizar na água sempre me relaxa. Talvez me lembre o quanto a gente é pequeno no meio desse mar de mundo em que vivemos.
Palavras podem ser realmente um carinho delicioso. Mas o amor, o tesão e a paixão pela vida são fundamentalmente regidos pela Física
E Química, vamos admitir!
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