Caro(a)s amigo(a)s:
Após um bom tempo, volto a escrever-lhes para dar uma excelente notícia. A Justiça Federal já determinou a liberação dos meus bens, direitos e valores e o desbloqueio de minha conta bancária, vez que, segundo a decisão do Juiz Federal Cloves Barbosa de Siqueira "não há motivos para a manutenção das medidas restritivas" contra mim.
Rompe-se assim o único elo formal que me ligava ao processo judicial em curso. Como vocês sabem, em finais de maio, minha conta foi bloqueada por precaução ("medida assecuratória"), já que, no processo que corria sob sigilo de justiça, - dado ( por quem?) o acesso à mídia - a Polícia Federal, segundo a própria mídia, estabelecendo uma ilação hipotética entre telefonemas, colocou-me como suspeito de ser o destinatário de mais de 700 mil reais, cuja saída do Rio de Janeiro teria sido filmada e registrada, mas que, surpreendente e estranhamente, não teria sido feito nenhum tipo de registro da chegada e da entrega em Brasília de tão volumosa quantia ao(s) seu(s) real(is) destinatário(s).
Fui investigado pela Polícia Federal e Ministério Público Federal e não fui denunciado, indiciado ou processado. Não fui objeto de ação de busca e/ou apreensão. Não fui chamado a depor. Não fui nem estou sendo acusado de nada. As menções ao meu nome em telefonemas geraram as suspeitas iniciais; entretanto tais menções foram feitas por pessoas com quem nunca tive contato direto ou indireto e/ou em situações completamente desconexas com a minha realidade; as suspeitas foram reveladas todas infundadas e inconsistentes, e desfeitas no decorrer das investigações.
No entanto, fui enlameado e difamado de maneira irresponsável e leviana pela mídia. É absolutamente necessário que haja a retratação pública por parte dos veículos de comunicação e de alguns jornalistas e para isso tomarei todas as providências cabíveis. A mídia se considera o "Quarto Poder" e trabalha com uma fortíssima sensação de impunidade. Mas creio que a justiça vai prevalecer.
Há ainda um outro aspecto formal a ser tratado - minha exoneração preventiva. Em função disso, encaminhei ao Ministro Humberto Costa uma cópia da decisão judicial acima mencionada. A Folha de São Paulo de ontem (15 de outubro) publica a notícia, ainda um pouco truncada pois acrescenta que o ministro Humberto Costa me "chamará de volta" se eu me "livrar das acusações". Não há acusação nenhuma.
Graças a Deus, saio dessa mais fortalecido espiritual e moralmente, não apenas por minha consciência absolutamente tranquila, mas sobretudo pelo apoio, solidariedade, fraternidade, afeto, carinho e confiança demonstrados em todos os momentos desse processo por vocês, por todos os amigos e amigas e pela imensa maioria das pessoas e instituições que conviveram comigo nos últimos anos. Continuo integralmente confiando na nossa capacidade de mudar para melhor o mundo e as pessoas e continuarei trabalhando para que o amor seja a base das relações pessoais, sociais, institucionais e econômicas, numa sociedade justa, fraterna, solidária. Como diz uma música - de Beija Flor e Agápito, líderes sindicais da FETAPE - que animava a luta sindical dos trabalhadores rurais da zona canavieira no início da década de 80: "Vamos companheiros, vamos lutar, a vitória é nossa, vamos conquistar!" .
Abraços e beijos
Reginaldo Muniz
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