João Victor (www.vigiadanatureza.blogger.com.br) tem um post muito engraçado sobre a estátua de Ademir de Menezes, que fica na Praça da Bandeira. Para falar a verdade, nunca prestei atenção nessa estátua, apesar de falar muito do artilheiro, que é um dos maiores símbolos da união das torcidas do Vasco e do Sport. É que essa parceria foi a forma que meu pai encontrou para me fazer torcer pelo time de Roberto Dinamite.
Mas acho interessante que ela exista. Assim como o fato de João Paulo ter criado a Ponte Gregório Bezerra. Me incomoda muito o quanto somos completamente analfabetos sobre a história do lugar onde moramos. Minha mãe é a pessoa que conheço que mais sabe a história do Recife. Se você pedir ela conta com detalhes a história de como umas mulheres de Casa Forte foram para as janelas, com panelas e assim impediram que o engenho fosse destruído pelos (holandeses? portugueses?).
Bem, como dá para notar, sou ignorante mesmo. Mas explico. As palavras dela daqui a 50 anos vão morrer. Placa na Praça de Casa Forte não tem, nem em nenhum outro lugar que lembre isso. Talvez o nome Avenida 17 de Agosto seja uma referência a esse momento histórico, mas eu não sei nenhum livro em que eu possa ter certeza disso? Quer dizer, como é que podemos viver num País tão sem memória?
Me lembrei disso porque na França fomos na casa onde Graça morou quando era adolescente. Tinha uma placa sobre o pai do amigo dela, que segundo ela era um James Dean do cinema francês dos anos 60, que morreu perto dos 30 anos. É mais ou menos como ir na casa de Dona Jaci e ter na frente uma placa dizendo: "Aqui viveu o ministro da Agricultura, Oswaldo Lima Filho, que foi deposto pela Ditadura Militar e teve sua vida dedicada ao homem do campo nordestino. Tendo sido também deputado federal constituinte e recebido nota 10 por avaliação de entidades sindicais em 1989".
Simples né? Ninguém fez. Os livros sobre ele existem, mas são burocráticos.
Mas isso não é o pior. Como é que se passa na pracinha em frente ao Ibama e não existe nada para homenagear Gregório Bezerra. Quantas histórias lendárias o CPOR viveu, por conta desse homem que era analfabeto até os 18 anos. E quantos outros caras têm histórias tão importantes ou menos importantes. E todos, ou quase, com poucas ou nulas referências que nos lembre dele.
Isso é só para explicar que queria muito fazer um mestrado em história. 2007 vem ai.
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