13.2.06

Um inesquecível janeiro

Nunca fui de veranear. Meu único veraneio inesquecível foi um janeiro em Ponta de Mangue, quando aprendi a velejar. Pena que quando tive chance eu não repeti a dose. Agora também tenho um inverno que não vou esquecer nem tão cedo.

Fomos para o apartamento de Graça na Rua Oberckampf no dia 2 de janeiro. Eu, Julio e Mateus. O lugar é absolutamente lindo, tem uma entrada que parece o cenário da cena de Antes do Pôr do Sol em que Julie Delpy leva Ethan Halke (sei que esse nome está errado) para conhecer o apartamento dela.

O apartamentinho é todo transado, mas nem fizemos tanta coisa nele. Um dia recebemos Mauricio Silva e enchemos a cara de vinho, para depois o vizinho de baixo ficar reclamando. Outro dia cozinhei uma coisa gostosa pra caramba. Mateus dormiu pra caralho, como sempre. E Julio Cavani infelizmente perdeu a chance de comer uma gatinha ali.

Museus, museus, museus. Tudo bem, me sentia um ignorante tábua rasa com todas as informações que Mateus tinha sobre aqueles quadros. Julio e João ainda dava para eu enrolar, com um pouco de sensibilidade. Mas pelo menos perdi o medo de ser um ignorante completo que odeia exposições. Pontos altos: Big Bang (no Pompidou), Vienna 1900 (Grand Palais) e a visita ao acervo do Musée D`Orsay (Degas e todos os impressionistas... Fuderoso!). O Louvre é gigante, impressionante, mas eu não consegui desvendá-lo em minhas sete/oito horas de visita (ponto alto foram uns quadros gigantes renascentistas. E o ponto baixo foram dez euros gastos em um retalho de pizza massudo e uma coca-cola choca).

Saídas na noite parisiense? Para dizer a verdade ficou entre eu não gosto de noite e a gente não teve sorte em Paris. O mais engraçado foi ver a cara de Julio Cavani depois de ser barrado em duas boites: Dado, você á mais bonito, tenta entrar nessa ai. Eu pago. Quanto é? 20 euros. Paga ai Julio. Passamos 20 minutos e voltamos para casa. Noite merda da porra. Como ensinou Mauricio é melhor comprar uns vinhos e beber com alguém, mas só fiz isso uma vez na casa de Carol Barreto. Uma outra saída foi bem legal, mas eu nem conto quanto eu gastei. Juro que não bebi nenhum cerveja de seis euros, que é o preço básico nas boites.

Depois que os meninos foram embora ainda fui para Nanteuil. Queria ter passado mais tempo lá, com Graça, Pedro e Patrice. Mas foi legal. Próxima vez vou até Chantilly de bicicleta. Dou uma volta de cavalo com Graça. Convenço Patrice a me deixar cozinhar um dia. Enfim, tem várias coisas a realizar ainda. Além de levar Chico no Parque Asterix, La Villete, alugar um barquinho a vela miniatura nos jardins de Luxembourg, ir no Castelo de Versailles com os pirralhos de Maurício e Anne...

Despedida histórica. New Morning, um dos maiores templos do jazz parisiense. Valia só pelas fotografias naquela parede. O show de Aldo Romano e Andrea Cicarelli (evento do início do ano em Paris, dizia o Liberation) foi um plus muito legal. Trouxe uma coleção de jazz antigo comprada lá, que queria ter dado de presente a minha mãe, mas dei bobeira (achei que ela não ia gostar...). Como é que a pessoa descobre o presente ideal, e fica inseguro depois?

Está ficando gigante. Depois conto como foram meus dias de Península Ibérica.

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