6.6.05

DONA TEREZA

Passa o Aterro Sanitário da Muribeca, terceira à esquerda. Quando entrar na estrada de terra pegue a rua de baixo (à esquerda). Esse trecho é considerado perigoso, mas se você dirigir por uns 500 metros vai ver a casa de Dona Tereza.

Debaixo de duas enormes mangueiras. Em cima de um morro cheio de verde. A residência tem também a função social de bar da comunidade. Tem até uma sinuca, que nos dias de sol fica na sombra de uma árvore.

O clima é perfeito para chupar uns cajus, mas na sombra dá até para arriscar uns copinhos de cachaça. Cerveja eu não recomendo, pois no único dia que me enveredei por esse campo tive a infelicidade de topar com uma ressaqueira Nova Schin.

Os petiscos ainda não provei. Mas na certa não tem muita diferença do elitista Seu Vital, que fica no Poço da Panela. Muita pipoca, salgadinho de isopor e com muita sorte um guisado de bode ou macaxeira com queijo. Para sobremesa biscoitos Vitarella, a fábrica fica do outro lado do "Lixão" (que ainda é conhecido assim por ali).

Dona Tereza recebe a todos. Apesar de não ter idade para isso, parece tomar conta da vida de todos. Apesar do negócio que tem, é de poucas palavras. Mas isso não significa chatice. Só que deve racionar o gasto de saliva.

Sua casa ainda está pintada com o nome de Newton Carneiro. Isso demonstra um pouco a liderança que ela supostamente exerceria na Muribeca. Mas essa função na verdade fica por conta do cara que mandou pintar. Para ela, já é muito ouvir as histórias e servir aos freqüentadores da sua residência/negócio.

Para mim parece uma situação ideal. Um barzinho em que a proprietária é educada e silenciosa. E que oferece aos seus clientes uma bela sombra como prato principal.

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