27.11.09

Corrupção na arte


Dois artistas admitem ter recebido cachês bem menores do que as notas fiscais emitidas por eles aos seus produtores em Pernambuco. A notícia só ganha importânca quando a gente fala que foi o Maestro Spock e Silverio Pessoa. Mais que pessoas que tocam todos os anos nos eventos promovidos pelo Governo do Estado e Prefeitura do Recife, são referências da música pernambucana.

O mundo político reage da mesma maneira que em qualquer outro escândalo. No máximo, Silvio Costa Filho vai contratar uma consultoria de crise lá em Brasília. Eduardo Campos pede investigação no Tribunal de Contas do Estado. Jarbas Vasconcelos diz que o governador está tentando sufocar o assunto na base da ironia e do grito. A Assembléia Legislativa deve propor uma Comissão Parlamentar de Inquérito.

E o mundo artístico?

Honestamente, fazer chacota no Carnaval chamando os outros de ladrão é muito fácil. Mais ainda, se você nem sabe quem é o artista e produtor que está cantando e tocando do seu lado.

O que seria importante é propor sugestões para exigir a transparência nas contratações. Por exemplo. Através de projeto de lei, pode-se obrigar o Poder Público a publicar em anúncio nos jornais os valores de toda e qualquer contratação de artista (através de produtora ou diretamente) acima de um certo percentual. Digamos: R$30 mil. Basta para isso relacionar os modelos de dispensa de licitação utilizados para esse tipo de contratação.

Já trabalhei em algumas gestões. Sempre há denúncias desse tipo, são comuns. Mesmo quando não chegam à imprensa, destroem a imagem dos políticos junto à classe artística, aos formadores de opinião e, especialmente, na juventude.

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