Depois que eu passei a acreditar ela nunca mais repetiu. Mas Inalda toda vez defendia a importância dos ritos de passagem. Enterro. Missa. Reunião. Aniversário.
Para quem viu o pai morrer de repente como eu é muito fácil perceber isso. De vez em quando me lembro de um abraço que recebi na missa de sétimo dia. De Graça, mais sem saber o que fazer do que todos os filhos de papai, me dizendo para entender o jeito de cada um e me pagando uma Coca-cola para eu não ficar com raiva dos políticos que apareceram no dia do velório ou das crianças que brincavam no cemitério.
Quando foram levar o caixão me perguntaram se eu queria segurar. Eu disse que não e me arrependi imediatamente. Toda vez que vou a um enterro sinto um pouco de falta desse momento que não vivi. Sei lá, talvez seja demais exigir que tivessem me dito: Vai ali carregar o teu pai pela primeira e última vez. Mas também acho difícil para uma criança de onze anos saber dar a resposta certa a uma coisa dessas.
Não fui para o enterro de Dona Raquel. Mas Duda me contou que alguém pediu a ele que carregasse o caixão. Toda vez que ele me conta acho legal. Olha que já foram umas três vezes. Na verdade me sinto até representado, porque sei que as pessoas que estavam ali tiveram uma relação com aquele colégio, aquela senhora e aquela história, que se encerraram (ou deram lugar a outra coisa).
Quando morre uma pessoa muito de repente, como foi meu pai, é ainda mais importante que se tenha gente a quem se possa recorrer. Para que se possa ficar calado, chorar ao lado ou resolver alguma complicação. O desejo de que todos que perdem alguém querido de verdade tenham o apoio e o carinho dos próximos como a gente teve naquela época.
Soltei a âncora mais uma vez. Vim passar um ano morando em Nova Orleans e quero contar para os amigos algumas histórias sobre minhas pedaladas aqui na América do Norte. Sou geminiano, então pode esperar tudo menos uniformidade!
31.8.04
29.8.04
Olimpíada e ironia
Se puder fazer alguma coisa por mim mesmo gostaria de estar em Beijing em 2008. Sou fã de esporte. Gosto de qualquer tipo de competição. Só não faço mais campeonato de mim contra mim por pura falta de tempo. Entendo todos os esportes olímpicos, mesmo não sendo especialista em nenhum deles. Mas gostaria de estar na China à trabalho, porque acho que sei expressar o sentimento do atleta em palavras.
Se não der vou tentar ir por puro turismo, mas digamos que para isso precisaria no mínimo morar um ano na Europa e passar uns meses conhecendo Chile e Argentina (só para ficar nos medalhistas de ouro da América do Sul). É que o cara as vezes tem que ter umas prioridades meio puxadas para o racional e imagino o quanto deva custar o turismo olímpico.
Sobre a Olimpíada que passou nem precisa falar muito. Meu sentimento é de vazio, por mais que os brasileiros tenham subido ao lugar mais alto do pódio quatro vezes. É que não bastou a mão clamorosa da americana na final do futebol ou a vaia incrível levada por outro sobrinho do Uncle Bush na ginástica olímpica: a imagem mais marcante de Atenas para mim foi o rosto sem força de Wanderley Cordeiro ao ser empurrado por um criminoso irlandês que lhe tirou as possibilidades de trazer o quinto ouro para o Brasil.
Magro, baixinho e maratonista. Ele é a cara do brasileiro. O cara foi prejudicado e continuou correndo, conseguiu apenas o bronze e chegou fazendo festa. Se você ainda não foi apresentado tenho o prazer: esse País se chama ironia. Será que Vai Passar mesmo Chico Buarque? Sem contar os quatro dias de Carnaval sempre fica mais difícil, mas por sorte tem gente que aprende a não procurar a vitória mais curta.
Se não der vou tentar ir por puro turismo, mas digamos que para isso precisaria no mínimo morar um ano na Europa e passar uns meses conhecendo Chile e Argentina (só para ficar nos medalhistas de ouro da América do Sul). É que o cara as vezes tem que ter umas prioridades meio puxadas para o racional e imagino o quanto deva custar o turismo olímpico.
Sobre a Olimpíada que passou nem precisa falar muito. Meu sentimento é de vazio, por mais que os brasileiros tenham subido ao lugar mais alto do pódio quatro vezes. É que não bastou a mão clamorosa da americana na final do futebol ou a vaia incrível levada por outro sobrinho do Uncle Bush na ginástica olímpica: a imagem mais marcante de Atenas para mim foi o rosto sem força de Wanderley Cordeiro ao ser empurrado por um criminoso irlandês que lhe tirou as possibilidades de trazer o quinto ouro para o Brasil.
Magro, baixinho e maratonista. Ele é a cara do brasileiro. O cara foi prejudicado e continuou correndo, conseguiu apenas o bronze e chegou fazendo festa. Se você ainda não foi apresentado tenho o prazer: esse País se chama ironia. Será que Vai Passar mesmo Chico Buarque? Sem contar os quatro dias de Carnaval sempre fica mais difícil, mas por sorte tem gente que aprende a não procurar a vitória mais curta.
23.8.04
Cadoca e Michael Moore
Fui assistir Farenheight 9/11 domingo com Xandinho. Tenho que registrar: ele gostou bem mais do que eu. Mas o filme é absolutamente do caralho. O cara é questionador, mas não é um idiota qualquer. Ele acaba o filme suplicando que não se vote em Bush, mas não baixa a guarda uma vez sequer para dizer "os democratas são bonzinhos".
Xandinho ficou perguntando o que a gente podia fazer no mundo da gente depois de assistir um filme tão verdadeiro. Minha resposta foi um filme tão bom quanto. O cara é um gordinho que sabe vender o peixe dele e mora num País muito rico, mas começou trabalhando sem muito apoio e na verdade mostra que dá para fazer cinema com poucos recursos.
Nesta segunda, o guia de João Paulo veio com "a farsa de Cadoca" e eu fiquei realmente achando muito bom ter uma equipe que conseguisse dar uma resposta tão rápida a uma tentativa tão clara de manipulação. Não preciso explicar o filme de Michel Moore, porque todo mundo que lê esse blog tem condição de pagar um cinema e ver o filme (eu pelo menos não tinha idéia de muitas das coisas).
Mas vamos ao mundinho recifense. Cadoca conseguiu uns três depoimentos de moradores das palafitas reclamando da demora para conseguirem suas casas. O guia de João Paulo, no dia seguinte, trouxe o depoimento de uma delas. Ela contava que não queria falar mal do único Governo que fez alguma coisa por Brasília Teimosa, que estava ganhando o auxílio-moradia (R$157), mas que a esposa de Cadoca tinha prometido emprego e apoio jurídico para tirar um filho dela (tuberculoso) do Anibal Bruno.
Minha conclusão é simples. Cadito precisa pedir afastamento do Jornal do Commercio e assumir a responsabilidade da mãe dele no Guia de Cadoca. Sinceramente, esse negócio de falar de família dos outros é muito feio. Mas seria uma coisa duplamente ética e ele é um profissional tão bom que merecia se dar esse ato de orgulho e respeito aos leitores.
Sim. E tomara que Xandinho tenha oportunidade de editar umas coisas moral nos guias dos proporcionais do PT (TÁ DIFÍCIL!!!).
Xandinho ficou perguntando o que a gente podia fazer no mundo da gente depois de assistir um filme tão verdadeiro. Minha resposta foi um filme tão bom quanto. O cara é um gordinho que sabe vender o peixe dele e mora num País muito rico, mas começou trabalhando sem muito apoio e na verdade mostra que dá para fazer cinema com poucos recursos.
Nesta segunda, o guia de João Paulo veio com "a farsa de Cadoca" e eu fiquei realmente achando muito bom ter uma equipe que conseguisse dar uma resposta tão rápida a uma tentativa tão clara de manipulação. Não preciso explicar o filme de Michel Moore, porque todo mundo que lê esse blog tem condição de pagar um cinema e ver o filme (eu pelo menos não tinha idéia de muitas das coisas).
Mas vamos ao mundinho recifense. Cadoca conseguiu uns três depoimentos de moradores das palafitas reclamando da demora para conseguirem suas casas. O guia de João Paulo, no dia seguinte, trouxe o depoimento de uma delas. Ela contava que não queria falar mal do único Governo que fez alguma coisa por Brasília Teimosa, que estava ganhando o auxílio-moradia (R$157), mas que a esposa de Cadoca tinha prometido emprego e apoio jurídico para tirar um filho dela (tuberculoso) do Anibal Bruno.
Minha conclusão é simples. Cadito precisa pedir afastamento do Jornal do Commercio e assumir a responsabilidade da mãe dele no Guia de Cadoca. Sinceramente, esse negócio de falar de família dos outros é muito feio. Mas seria uma coisa duplamente ética e ele é um profissional tão bom que merecia se dar esse ato de orgulho e respeito aos leitores.
Sim. E tomara que Xandinho tenha oportunidade de editar umas coisas moral nos guias dos proporcionais do PT (TÁ DIFÍCIL!!!).
20.8.04
Jornalista
Qual a grande característica dos advogados?
Não sei.
Mas para mim a grande característica dos jornalistas é a dificuldade para assumirem os seus erros. A coisa mais comum do mundo é o cara jurar de pé junto que a palavra se escreve daquele jeito... Até que dá com os pés na água quando chega na página certa do dicionário e vê a palavra errada (já que escrita corretamente).
Eu quero fazer mestrado nessa coisa de regulação do Jornalismo por essa necessidade mesmo que sinto desde os meus parcos meses de Folha de Pernambuco e dos idos tempos de Jornal do Commercio de chacoalhar o cara com força e gritar "meu irmão se ligue por mais que sua visão seja abrangente ainda vai ter mais coisa para olhar e você sempre vai estar sendo quadrado". Esse tema voltou à minha mente depois de um comentário que fiz no site de Syl e de uma resposta que achei intrigante de Cris (também não sei quem é?).
Estava fazendo meu estágio de editor na Folha de Pernambuco. Já tinha levado o famoso grito: "Você tem que aprender a mentir!" (é real, teve testemunhas, na Sala de Fotografia da Folhinha). Ainda não tinha começado a selecionar a minha substituta (desde aquele tempo sabia escolher bem, Conceição é uma boa repórter de Política hoje em dia. É amiga de Érica). Meu editor viajava o tempo todo e eu era pauteiro, repórter e editor (o caderno de Interior ficava sendo somente eu mesmo). Nesse dia tinha até conseguido uma boa matéria porque geralmente não tinha contato nenhum e acabava aproveitando qualquer release merda que aparecia na redação, na melhor das hipóteses as sugestões do pessoal da Rural. Gildson Oliveira chegou no fim do expediente achou a página fraca e resolveu usar seu dom de escritor...
Thiago Soares me recebeu no dia seguinte com uma expressão fechada: "O que porra foi aquilo Eduardo?". Acho que foi a única vez que ele me chamou assim e que poucas vezes depois vi o cara falar palavrão. Meu editor tinha inventado uma matéria cujo título em seis colunas era "Hoje é Dia de São José" (errado) e que começava com fecha parênteses. Por sinal acho que é uma coisa inédita um texto iniciado por ). Claro que ele não apareceu. Eu passei o dia revoltado, mas fiz o caderno circular com uma nota bem maior do que a sugerida pelo diagramador. Quando a página estava diagramada Robson Sampaio me deu os parabéns. Me lembro desse momento até hoje porque o colunista com certeza sabe como foi difícil para Gildson saber da merda que fez. Mas ele fugiu.
Reparação é obrigação. Se gastou uma semana para fazer a foto da denúncia, tem que quebrar a cabeça para fazer uma foto tão boa da reparação, nem que seja durante duas semanas (ou três). E botar lá na capa. Indenização por danos morais é um direito. E tem gente que precisa ser proibido de atuar como jornalista (assim como tem médico também que já provou que não tem condições de exercer a profissão).
Uma reportagem matou um ajudante do meu mecânico (acusado de ser estuprador pela mulher que tinha era levado gaia) e eu nem consegui colocar essa história no meu vídeo de formatura. Mas as coisas vão melhorar. Leiam o blog do Centro Luiz Freire: www.ombudspe.blogger.com.br. Ivanzinho tem umas sacadas boas.
Não sei.
Mas para mim a grande característica dos jornalistas é a dificuldade para assumirem os seus erros. A coisa mais comum do mundo é o cara jurar de pé junto que a palavra se escreve daquele jeito... Até que dá com os pés na água quando chega na página certa do dicionário e vê a palavra errada (já que escrita corretamente).
Eu quero fazer mestrado nessa coisa de regulação do Jornalismo por essa necessidade mesmo que sinto desde os meus parcos meses de Folha de Pernambuco e dos idos tempos de Jornal do Commercio de chacoalhar o cara com força e gritar "meu irmão se ligue por mais que sua visão seja abrangente ainda vai ter mais coisa para olhar e você sempre vai estar sendo quadrado". Esse tema voltou à minha mente depois de um comentário que fiz no site de Syl e de uma resposta que achei intrigante de Cris (também não sei quem é?).
Estava fazendo meu estágio de editor na Folha de Pernambuco. Já tinha levado o famoso grito: "Você tem que aprender a mentir!" (é real, teve testemunhas, na Sala de Fotografia da Folhinha). Ainda não tinha começado a selecionar a minha substituta (desde aquele tempo sabia escolher bem, Conceição é uma boa repórter de Política hoje em dia. É amiga de Érica). Meu editor viajava o tempo todo e eu era pauteiro, repórter e editor (o caderno de Interior ficava sendo somente eu mesmo). Nesse dia tinha até conseguido uma boa matéria porque geralmente não tinha contato nenhum e acabava aproveitando qualquer release merda que aparecia na redação, na melhor das hipóteses as sugestões do pessoal da Rural. Gildson Oliveira chegou no fim do expediente achou a página fraca e resolveu usar seu dom de escritor...
Thiago Soares me recebeu no dia seguinte com uma expressão fechada: "O que porra foi aquilo Eduardo?". Acho que foi a única vez que ele me chamou assim e que poucas vezes depois vi o cara falar palavrão. Meu editor tinha inventado uma matéria cujo título em seis colunas era "Hoje é Dia de São José" (errado) e que começava com fecha parênteses. Por sinal acho que é uma coisa inédita um texto iniciado por ). Claro que ele não apareceu. Eu passei o dia revoltado, mas fiz o caderno circular com uma nota bem maior do que a sugerida pelo diagramador. Quando a página estava diagramada Robson Sampaio me deu os parabéns. Me lembro desse momento até hoje porque o colunista com certeza sabe como foi difícil para Gildson saber da merda que fez. Mas ele fugiu.
Reparação é obrigação. Se gastou uma semana para fazer a foto da denúncia, tem que quebrar a cabeça para fazer uma foto tão boa da reparação, nem que seja durante duas semanas (ou três). E botar lá na capa. Indenização por danos morais é um direito. E tem gente que precisa ser proibido de atuar como jornalista (assim como tem médico também que já provou que não tem condições de exercer a profissão).
Uma reportagem matou um ajudante do meu mecânico (acusado de ser estuprador pela mulher que tinha era levado gaia) e eu nem consegui colocar essa história no meu vídeo de formatura. Mas as coisas vão melhorar. Leiam o blog do Centro Luiz Freire: www.ombudspe.blogger.com.br. Ivanzinho tem umas sacadas boas.
18.8.04
Pausa para meditação
Esse blog foi ao banheiro. Não se preocupem: volta já. Vão segurar uma bandeira com o número 13 na esquina da Rui Barbosa com a Agamenon Magalhães (se for morador de Jaboatão melhor ainda). Bernardo (o único leitor europeu) vai assistir aos jogos de vôlei das Olimpíadas, que ainda acho que dessa vez não vai ser como da última vez. Rosinha pode ficar torcendo pela China, mas a virada parece que é inevitável.
Previsão de medalhas de ouro:
As quatro do vôlei (se fosse para ser pessimista nem começava a escrever - 3x2 duas vezes na Itália foi demais!!!!).
Robert Scheidt (já é no próximo sábado que sai o resultado).
Ainda ia forçar mais uma com Edinanci, mas vamos ver se o prognóstico dá certo (a partir de 50% de acerto é lucro, sendo que medalhas novas é considerado erro). Thiago Pereira ou Xuxa (natação), Jardel Gregorio (salto), Bimba (windsurf), Daiane dos Santos (ginástica), Baloubet du Roet (carregamento de jumento) e mais um judoca são minhas apostas para prata e bronze. E para completar basquete ou futebol femininos, que são times que precisam contar com a sorte no mata-mata.
Ou seja, quadro final de medalhas brasileiro: 5 ouros, duas pratas (atletismo e hipismo seriam as mais possíveis) e uns sete bronzes (espero que Daiane queime minha língua e acabem apenas seis bronzes, porque ela está aqui na minha previsão).
Previsão de medalhas de ouro:
As quatro do vôlei (se fosse para ser pessimista nem começava a escrever - 3x2 duas vezes na Itália foi demais!!!!).
Robert Scheidt (já é no próximo sábado que sai o resultado).
Ainda ia forçar mais uma com Edinanci, mas vamos ver se o prognóstico dá certo (a partir de 50% de acerto é lucro, sendo que medalhas novas é considerado erro). Thiago Pereira ou Xuxa (natação), Jardel Gregorio (salto), Bimba (windsurf), Daiane dos Santos (ginástica), Baloubet du Roet (carregamento de jumento) e mais um judoca são minhas apostas para prata e bronze. E para completar basquete ou futebol femininos, que são times que precisam contar com a sorte no mata-mata.
Ou seja, quadro final de medalhas brasileiro: 5 ouros, duas pratas (atletismo e hipismo seriam as mais possíveis) e uns sete bronzes (espero que Daiane queime minha língua e acabem apenas seis bronzes, porque ela está aqui na minha previsão).
6.8.04
Chico de Assis e Ana Cavalcanti
Vejam o último parágrafo da matéria do JC sobre o debate entre os candidatos a vice do Recife:
- Chico de Assis, um dos coordenadores da campanha de Cadoca (PMDB), informou que a deputada Ana Cavalcanti não irá participar de nenhum debate até as eleições. - O formato é inadequado para aprofundar os temas, além do risco de haver tumulto. Ana não irá a debates, mas se for convidada poderá visitar a faculdade em outra ocasião, explicou Chico.
Seria cômico, se não fosse triste.
Ana Cavalcanti é a filha de Severino Cavalcanti e realmente não teria nada a acrescentar (para quem, como eu, acredita que os homossexuais têm direito à vida). De debate com gente que deveria estar na cadeia já basta o de Jaboatão. Quase não dormi de tanta vontade que fiquei de ir trabalhar na campanha de Paulo Rubem. Acho que no dia da eleição ele devia deixar de lado os santinhos e botar a militância com saco de lixo e vassoura para limpar a cidade (É 13 duas vezes. Para limpar Jaboatão. Seria o bordão.). O único candidato que está em um nível, digamos, aceitável (que significa mais ou menos o Jarbismo antes dessa candidatura trash do Recife) é Ulisses Tenório.
Paulo Rubem Santiago é meu candidato preferido esse ano. Mais que Dilson Peixoto, Luciana Azevedo, Waldemar Borges, Helvecio, João Freire e João Paulo (esses são os cinco candidatos a vereador que considero votáveis no Recife).
- Chico de Assis, um dos coordenadores da campanha de Cadoca (PMDB), informou que a deputada Ana Cavalcanti não irá participar de nenhum debate até as eleições. - O formato é inadequado para aprofundar os temas, além do risco de haver tumulto. Ana não irá a debates, mas se for convidada poderá visitar a faculdade em outra ocasião, explicou Chico.
Seria cômico, se não fosse triste.
Ana Cavalcanti é a filha de Severino Cavalcanti e realmente não teria nada a acrescentar (para quem, como eu, acredita que os homossexuais têm direito à vida). De debate com gente que deveria estar na cadeia já basta o de Jaboatão. Quase não dormi de tanta vontade que fiquei de ir trabalhar na campanha de Paulo Rubem. Acho que no dia da eleição ele devia deixar de lado os santinhos e botar a militância com saco de lixo e vassoura para limpar a cidade (É 13 duas vezes. Para limpar Jaboatão. Seria o bordão.). O único candidato que está em um nível, digamos, aceitável (que significa mais ou menos o Jarbismo antes dessa candidatura trash do Recife) é Ulisses Tenório.
Paulo Rubem Santiago é meu candidato preferido esse ano. Mais que Dilson Peixoto, Luciana Azevedo, Waldemar Borges, Helvecio, João Freire e João Paulo (esses são os cinco candidatos a vereador que considero votáveis no Recife).
4.8.04
QUANDO CONCEITOS DEIXAM DE SER SLOGANS ELEITORAIS E SE TORNAM DIRETRIZES CRÍTICAS DE GOVERNO
Por: Bernardo Jurema
Na campanha de 2000, as grandes promessas do então candidato João Paulo Limae Silva eram: a inversão de prioridades, a radicalização da democracia e a melhoria da qualidade de vida da maioria da população.As grandes ações da Prefeitura no decorrer desses últimos quatro anos foram inequivocamente voltadas para a periferia e setores historicamente marginalizados dos processos de desenvolvimento da nossa cidade.Pela primeira vez, o grande beneficiário do poder público não foram as classes média e alta.
As mortes por quedas de barreiras, drama que repetidamente assolava as periferias a cada inverno, foram praticamente extintas através do Programa Guarda-Chuva, que institucionalizou a presença constante e sistemática do poder público nos morros durante todo o ano, e não apenas quando chove.A questão de moradia foi finalmente tratada de forma séria e humana, com a retirada da população de Condições precárias, como as palafitas de Brasília Teimosa ou da beira do Capibaribe na Torre e naMadalena, assim como osmoradores da Ponte do Limoeiro e os das barreiras dosmorros. Essas pessoas receberam uma bolsa da PCR para alugar uma moradia provisória, aprenderam uma profissão, construíram a própria casa, recebendo um salário, e foram inclusos nos programas sociais dos governos municipal e federal. Os filhos passam a receber a Bolsa Escola, uma das maiores do Brasil graças ao complemento da Administração Local, além de receberem farda, sapatos, material escolar.
Hoje, 500 mil famílias na cidade são atendidas pelo Programa Saúde da Família (em 2000 eram 93 mil pessoas apenas!). A merenda escolar passou a ser servida também nas férias. Isso se chama inclusão social.Nunca esta cidade contou com tanta participação popular. Através doOrçamento Participativo, mais de R$ 55milhões foram aplicados em obras que atendem a pleitos das comunidades,decididas e discutidas por elas mesmas. Esse mecanismo decisório fortalece a sociedade civil organizada, mune os oprimidos de mecanismos de influência na tomada de decisões do poder público, educa a população politicamente e acaba com o paternalismo.Não significa que a cidade como um todo tenha deixado de ser beneficiada:- O Serviço de Atendimento Médico de Urgência - SAMUatende com qualidade toda a população;-Também existem agora as Academias da Cidade, que atendem milhares de cidadãos em vários bairros, valorizando o espaço público coletivo, e melhorando a saúde de todos com a orientação de profissionais de medicina,educação física e nutrição;- A Praça de Boa Viagem foi revitalizada e organizada;a praça Euclydes da Cunha, projeto de Burle Marx, em frente ao Internacional, teve seu projeto original recuperado;- A orla de Boa Viagem agora conta com banheiros públicos de qualidade;- A Rua da Aurora vai ganhar uma área de lazer inédita no Centro.
Mas a grande marca dessa gestão é a coragem e a ousadia de se enfrentar interesses poderosos e bastantes arraigados no âmbito do poder público, acostumados a terem suas demandas atendidas. - A retirada do Recifolia, acatando um anseio da população de Boa Viagem, apesar da forte pressão de setores da imprensa e do empresariado locais, é prova disso.O disciplinamento da construção civil dos bairros do Derby até Apipucos, impondo limites para conter a especulação imobiliária eo adensamento populacional e a conseqüente deterioração da qualidadede vida da populaçãoque vive nesses bairros, foi levado adiante apesar da pressão do setor imobiliário, que queria ver seus interesses privados prevalecerem sobre os interesses do bem-estar da coletividade.
A regulamentação do transporte público - o transporte clandestino das kombis desrespeitava direitos elementares da população:- idosos e deficientes não entravam gratuitamente;- estudante não pagava meia;- motoristas e cobradores não tinham direitos trabalhistas básicos, além de causarem transtornos e acidentes no trânsito e não pagarem impostos e multas. No entanto, era uma categoria mobilizada politicamente e nenhum administrador tinha tido a coragem de enfrentá-los.João Paulo teve, incorporando os ex-kombeiros ao transporte complementar, onde os direitos são respeitados e localidades que nunca antes tinham tido o transporte público agora passaram a ter, de forma organizada, planejada e respeitando os direitos dos trabalhadores e usuários do sistema.A inversão do trânsito de Boa Viagem foi uma solução simples, criativa e relativamente barata para o problema crônico e acumulado, e nunca antes enfrentado, dos engarrafamentos da Zona Sul.
A administração enfrentou a pressão dos setores mais reacionários, negociou com representantes da sociedade civil, e levou adiante o projeto que hoje conta com amplo apoio, inclusive daqueles que se opuseram à idéia inicialmente.Tudo isso nos mostra que inversão de prioridades, radicalização da democracia e melhoria da qualidade de vida da maioria dapopulação não são, para essa gestão, meros slogans eleitorais; constituem a diretriz política da atuação dos nossos administradores.Reeleger o Prefeito João Paulo é imprescindível para que este trabalho sério, ousado e sem precedentes se consolide e gere mais frutos para toda apopulação da nossa cidade.
Na campanha de 2000, as grandes promessas do então candidato João Paulo Limae Silva eram: a inversão de prioridades, a radicalização da democracia e a melhoria da qualidade de vida da maioria da população.As grandes ações da Prefeitura no decorrer desses últimos quatro anos foram inequivocamente voltadas para a periferia e setores historicamente marginalizados dos processos de desenvolvimento da nossa cidade.Pela primeira vez, o grande beneficiário do poder público não foram as classes média e alta.
As mortes por quedas de barreiras, drama que repetidamente assolava as periferias a cada inverno, foram praticamente extintas através do Programa Guarda-Chuva, que institucionalizou a presença constante e sistemática do poder público nos morros durante todo o ano, e não apenas quando chove.A questão de moradia foi finalmente tratada de forma séria e humana, com a retirada da população de Condições precárias, como as palafitas de Brasília Teimosa ou da beira do Capibaribe na Torre e naMadalena, assim como osmoradores da Ponte do Limoeiro e os das barreiras dosmorros. Essas pessoas receberam uma bolsa da PCR para alugar uma moradia provisória, aprenderam uma profissão, construíram a própria casa, recebendo um salário, e foram inclusos nos programas sociais dos governos municipal e federal. Os filhos passam a receber a Bolsa Escola, uma das maiores do Brasil graças ao complemento da Administração Local, além de receberem farda, sapatos, material escolar.
Hoje, 500 mil famílias na cidade são atendidas pelo Programa Saúde da Família (em 2000 eram 93 mil pessoas apenas!). A merenda escolar passou a ser servida também nas férias. Isso se chama inclusão social.Nunca esta cidade contou com tanta participação popular. Através doOrçamento Participativo, mais de R$ 55milhões foram aplicados em obras que atendem a pleitos das comunidades,decididas e discutidas por elas mesmas. Esse mecanismo decisório fortalece a sociedade civil organizada, mune os oprimidos de mecanismos de influência na tomada de decisões do poder público, educa a população politicamente e acaba com o paternalismo.Não significa que a cidade como um todo tenha deixado de ser beneficiada:- O Serviço de Atendimento Médico de Urgência - SAMUatende com qualidade toda a população;-Também existem agora as Academias da Cidade, que atendem milhares de cidadãos em vários bairros, valorizando o espaço público coletivo, e melhorando a saúde de todos com a orientação de profissionais de medicina,educação física e nutrição;- A Praça de Boa Viagem foi revitalizada e organizada;a praça Euclydes da Cunha, projeto de Burle Marx, em frente ao Internacional, teve seu projeto original recuperado;- A orla de Boa Viagem agora conta com banheiros públicos de qualidade;- A Rua da Aurora vai ganhar uma área de lazer inédita no Centro.
Mas a grande marca dessa gestão é a coragem e a ousadia de se enfrentar interesses poderosos e bastantes arraigados no âmbito do poder público, acostumados a terem suas demandas atendidas. - A retirada do Recifolia, acatando um anseio da população de Boa Viagem, apesar da forte pressão de setores da imprensa e do empresariado locais, é prova disso.O disciplinamento da construção civil dos bairros do Derby até Apipucos, impondo limites para conter a especulação imobiliária eo adensamento populacional e a conseqüente deterioração da qualidadede vida da populaçãoque vive nesses bairros, foi levado adiante apesar da pressão do setor imobiliário, que queria ver seus interesses privados prevalecerem sobre os interesses do bem-estar da coletividade.
A regulamentação do transporte público - o transporte clandestino das kombis desrespeitava direitos elementares da população:- idosos e deficientes não entravam gratuitamente;- estudante não pagava meia;- motoristas e cobradores não tinham direitos trabalhistas básicos, além de causarem transtornos e acidentes no trânsito e não pagarem impostos e multas. No entanto, era uma categoria mobilizada politicamente e nenhum administrador tinha tido a coragem de enfrentá-los.João Paulo teve, incorporando os ex-kombeiros ao transporte complementar, onde os direitos são respeitados e localidades que nunca antes tinham tido o transporte público agora passaram a ter, de forma organizada, planejada e respeitando os direitos dos trabalhadores e usuários do sistema.A inversão do trânsito de Boa Viagem foi uma solução simples, criativa e relativamente barata para o problema crônico e acumulado, e nunca antes enfrentado, dos engarrafamentos da Zona Sul.
A administração enfrentou a pressão dos setores mais reacionários, negociou com representantes da sociedade civil, e levou adiante o projeto que hoje conta com amplo apoio, inclusive daqueles que se opuseram à idéia inicialmente.Tudo isso nos mostra que inversão de prioridades, radicalização da democracia e melhoria da qualidade de vida da maioria dapopulação não são, para essa gestão, meros slogans eleitorais; constituem a diretriz política da atuação dos nossos administradores.Reeleger o Prefeito João Paulo é imprescindível para que este trabalho sério, ousado e sem precedentes se consolide e gere mais frutos para toda apopulação da nossa cidade.
Clássico e Dia dos Pais
Domingo tem Sport X Santa Cruz e por muita sorte (seria realizado num momento péssimo caso não tivesse sido adiado) esse jogo cria certa expectativa depois do início de recuperação dos rubro-negros. Por acaso é também o Dia dos Pais.
Escrevo esse texto depois de ter um ouvido uma coisa meio cômica do meu filho. É que Chico ficou com raiva por eu ter ido ao jogo entre Sport e Joinville.
- Eu agora só vou torcer pelo Vasco e Brasil.
Como é que um menino pernambucano, filho de um pai que trabalhou numa Editoria de Esportes daqui, vindo de duas famílias tradicionalmente tricolor (Costa Lima) e alvirrubra (Neves Baptista), que sofreu toda uma lavagem cerebral para que seu animal preferido fosse o Leão da Ilha, demonstra interesse por futebol, mas não quer torcer por nenhum dos três times do Recife?
É que ele costuma assistir aos jogos da Seleção pela televisão. Presenciou uma das últimas partidas do meu grande ídolo de infância, Romário, no Vasco da Gama. Mas eu não tenho coragem de leva-lo para a Ilha do Retiro.
Ele ia fazer três anos quando o levei pela primeira vez para a geral do Maracanã. Coisa de insano? Meu pai me levava com essa idade para a torcida do Santa Cruz e cantava todas as rimas que a torcida do Sport entoava.
Os tempos mudaram. É verdade. E por isso a geral do Maracanã hoje significa cadeiras antigas, porém em boas condições, onde famílias de todas as agremiações cariocas assistem às partidas calmamente. Pelo menos era assim quando eu morava lá e Benedita da Silva era governadora.
Para provar que não sou doido, garanto que nunca levaria Chico para São Januário. É que as cadeiras do estádio do Vasco, assim como as da Ilha do Retiro, são famosas por brigas entre torcedores ricos e fanáticos e dirigentes corruptos (que em geral se fantasiam de políticos nessa época do ano).
Mas o pior foi o que presenciei nesse último Sport x Joinville. No início do segundo tempo da partida, três policiais militares estapearam um senhor de idade (aparentando 60 anos) em plena arquibancada da Ilha. Tentei me aproximar, mas a torcida estava passiva àquela cena criminosa e os policiais realmente eram ameaçadores. Pensei em dizer que sou jornalista, mas os homens fardados já estavam levando o cidadão para longe do público (onde provavelmente aquele senhor foi novamente espancado).
Pena que o padrão da Polícia Militar seja tão desvalorizado pelos que o envergam. Fico até sem ter como falar mal da atuação do centroavante Robson? É impossível pensar em futebol depois de presenciar cena tão grotesca. Acho que Chico vai acabar torcendo só por Vasco e Brasil e eu que não vou perder meu Dia dos Pais na Ilha do Retiro.
Escrevo esse texto depois de ter um ouvido uma coisa meio cômica do meu filho. É que Chico ficou com raiva por eu ter ido ao jogo entre Sport e Joinville.
- Eu agora só vou torcer pelo Vasco e Brasil.
Como é que um menino pernambucano, filho de um pai que trabalhou numa Editoria de Esportes daqui, vindo de duas famílias tradicionalmente tricolor (Costa Lima) e alvirrubra (Neves Baptista), que sofreu toda uma lavagem cerebral para que seu animal preferido fosse o Leão da Ilha, demonstra interesse por futebol, mas não quer torcer por nenhum dos três times do Recife?
É que ele costuma assistir aos jogos da Seleção pela televisão. Presenciou uma das últimas partidas do meu grande ídolo de infância, Romário, no Vasco da Gama. Mas eu não tenho coragem de leva-lo para a Ilha do Retiro.
Ele ia fazer três anos quando o levei pela primeira vez para a geral do Maracanã. Coisa de insano? Meu pai me levava com essa idade para a torcida do Santa Cruz e cantava todas as rimas que a torcida do Sport entoava.
Os tempos mudaram. É verdade. E por isso a geral do Maracanã hoje significa cadeiras antigas, porém em boas condições, onde famílias de todas as agremiações cariocas assistem às partidas calmamente. Pelo menos era assim quando eu morava lá e Benedita da Silva era governadora.
Para provar que não sou doido, garanto que nunca levaria Chico para São Januário. É que as cadeiras do estádio do Vasco, assim como as da Ilha do Retiro, são famosas por brigas entre torcedores ricos e fanáticos e dirigentes corruptos (que em geral se fantasiam de políticos nessa época do ano).
Mas o pior foi o que presenciei nesse último Sport x Joinville. No início do segundo tempo da partida, três policiais militares estapearam um senhor de idade (aparentando 60 anos) em plena arquibancada da Ilha. Tentei me aproximar, mas a torcida estava passiva àquela cena criminosa e os policiais realmente eram ameaçadores. Pensei em dizer que sou jornalista, mas os homens fardados já estavam levando o cidadão para longe do público (onde provavelmente aquele senhor foi novamente espancado).
Pena que o padrão da Polícia Militar seja tão desvalorizado pelos que o envergam. Fico até sem ter como falar mal da atuação do centroavante Robson? É impossível pensar em futebol depois de presenciar cena tão grotesca. Acho que Chico vai acabar torcendo só por Vasco e Brasil e eu que não vou perder meu Dia dos Pais na Ilha do Retiro.
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