29.8.04

Olimpíada e ironia

Se puder fazer alguma coisa por mim mesmo gostaria de estar em Beijing em 2008. Sou fã de esporte. Gosto de qualquer tipo de competição. Só não faço mais campeonato de mim contra mim por pura falta de tempo. Entendo todos os esportes olímpicos, mesmo não sendo especialista em nenhum deles. Mas gostaria de estar na China à trabalho, porque acho que sei expressar o sentimento do atleta em palavras.

Se não der vou tentar ir por puro turismo, mas digamos que para isso precisaria no mínimo morar um ano na Europa e passar uns meses conhecendo Chile e Argentina (só para ficar nos medalhistas de ouro da América do Sul). É que o cara as vezes tem que ter umas prioridades meio puxadas para o racional e imagino o quanto deva custar o turismo olímpico.

Sobre a Olimpíada que passou nem precisa falar muito. Meu sentimento é de vazio, por mais que os brasileiros tenham subido ao lugar mais alto do pódio quatro vezes. É que não bastou a mão clamorosa da americana na final do futebol ou a vaia incrível levada por outro sobrinho do Uncle Bush na ginástica olímpica: a imagem mais marcante de Atenas para mim foi o rosto sem força de Wanderley Cordeiro ao ser empurrado por um criminoso irlandês que lhe tirou as possibilidades de trazer o quinto ouro para o Brasil.

Magro, baixinho e maratonista. Ele é a cara do brasileiro. O cara foi prejudicado e continuou correndo, conseguiu apenas o bronze e chegou fazendo festa. Se você ainda não foi apresentado tenho o prazer: esse País se chama ironia. Será que Vai Passar mesmo Chico Buarque? Sem contar os quatro dias de Carnaval sempre fica mais difícil, mas por sorte tem gente que aprende a não procurar a vitória mais curta.

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