Estou lendo esse livro de Luiz Eduardo Soares e MV Bill (tem o empresário dele também, Celso alguma coisa?). Tudo bem que sou fã mesmo do ex-secretário Nacional de Segurança, mas a leitura é excelente. Começa com o relato dos episódios em que Celso e o rapper se envolveram, para pesquisar sobre as crianças envolvidas no tráfico de drogas e na violência. Depois vem uma parte mais sociológica, que para mim tem o ponto alto numa entrevista de Escadinha.
O ex-traficante, depois de 20 anos na cadeia, se mostra arrependido e chocado com os níveis de violência do Rio de Janeiro. "De dez, se eu conseguir tirar um do crime, tô no lucro. Se a gente conseguir recuperar um, a gente tem que bater palma. O trabalho está surtindo efeito", diz ele, que prestava serviço para o Bon Marché. Logo depois, e antes de conseguir dar os depoimentos necessários para que fosse realizada uma biografia dele, Escadinha foi assassinado.
Luiz Eduardo Soares vai um pouco mais longe: "O grande desafio está em hamanizar o sujeito que comete o crime, sem subtrair-lhe a responsabilidade; responsabilizar o "sistema", sem eximi-lo da responsabilidade de distribuir responsabilidades e aplicar penas, segundo as leis, humanizando-as; humanizar o "sistema", transformando-o, criando condições para que prosperem a solidariedade e a verdadeira Justiça".
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